De amores não morrerei, pois amores não tive e nem devo ter. Tamanha minha feiura que espantou todos os pretendentes que tive, se é que um dia eu tive algum. Minha avó me dizia: és feia por fora, mas por dentro és linda. Mas ninguém me olha por dentro, pois ninguém tem o poder do Super-Man.
De fogo não morrerei, pois as bruxas se tornaram inumem ao fogo com o tempo. Por minha feiura tamanha, devo ter sido uma bruxa no passado, não que todas as bruxas sejam feias, mas elas sofrem tanto que com o tempo se tornaram assim.
Não morrerei de desgosto, pois se me aguentei por trinta anos, não há mais nada do que ter desgosto. Me olho no espelho e nada sinto, pois já me acostumei com aquilo que Deus me deu, ou será que foi o Diabo que me deu? Não sei, terei que descobrir quando morrer.
O único jeito que morrer é de feiura. Pois feiura eu tenho para dar e vender, mas ninguém vai querer.
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De que morrerei?
Poetry"És feia por fora, mas por dentro és linda." Escrevi essa poesia (ou crônica, ou relato, ou texto) num momento de maior tristeza minha.