capítulo 17

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O caminho até em casa foi em silêncio, eu tentei a todo custo não olhar para ele, eu estou me sentindo envergonhada.

"Não precisa ficar indiferente ao que aconteceu." ele disse assim que chegamos em frente a minha casa.

Eu o encaro enquanto tiro o sinto.

"Tudo bem, eu só não entendo o que estava prestes a acontecer." sou sincera falando o que estou sentindo.

"Isso não vai se repetir nunca." ele disse sorrindo, mas ainda sim sei que esse sorriso esta longe de ser verdadeiro.

Então ele nunca mais ira tentar me beijar? Isso é uma coisa estranha.

"Eu sei que sou irresistível." brinco com ele, o mesmo me olha e solta uma gargalhada.

"Está assistindo muito filmes, porque esta ficando muito se achando." ele reclama.

"Aprende com o melhor querido." Empurro seu ombro. "Você quer entrar?" pergunto educada.

O mesmo olha As horas e faz caretas.

"Esta tarde e ainda preciso rever uma matéria." ele faz uma careta e eu o encaro chocada.

"Porque saímos? Você tem que estudar ainda. Oh meu Deus." coloco a mão no rosto desesperada.

Ele é louco, ele deveria estar estudando e não aqui dentro desse carro junto comigo.

"Calma, eu estava com saudades e saber que você estava aqui pertinho de mim só me fez ter vontade de te ver"
Ele tenta se justificar mais nada adianta, do que adianta brigar com ele? Sendo que a burrada já esta pronta.

"Eu não vou surtar." respiro fundo.
Percebo que tem alguém na janela da sala de casa e vejo que se trata do meu pai. Reviro os olhos, isso é ridículo. Ele esta tentando ser o pai perfeito, mas isso não muda tudo o que ele fez.

"Algum problema?" ele pergunta me pegando de surpresa.

"Não, eu só preciso ir." digo seria.
Só de pensar que terei que enfrentar meu pai isso já me faz uma grande raiva, ele esta sendo ridículo, ele não sabe nada de mim em seis anos e agora em semanas e meses ele quer me recompensar?

"Eu sei que não esta, mas quando se sentir preparada para fazer aquela mudança que tanto almeja ter. Você sabe onde me encontrar." ele disse segurando minha mão.

Fico surpresa por ele falar exatamente as coisas de uma maneira verdadeira, por acaso ele é um tipo de magico? Ou isso foi só uma jogada?

"obrigada, agora preciso mesmo ir." me aproximo dele e quando vou para dar um beijo em seu rosto, ele acaba virando e se transforma em um selinho.

Sinto minha bochecha esquentar de vergonha e saiu do carro quase que correndo, escuto o mesmo sorrir mas não me viro para trás.

Assim que abro a porta encontro meu pai sentado no sofá lendo alguma coisa que não tomei nenhum conhecimento em saber o que era.

"Boa noite" ele disse com sua voz firme.

"Olá, agora preciso dormir." falo como se estivesse dando por fim esse início de conversa.

Vejo que o mesmo respira fundo, e tenta controlar suas emoções.

" será que podemos conversa?" ele pergunta calmo, como se tivesse que agir com cautela.

"Ja estamos conversando" digo grossa e fria.

Minha vontade nesse momento é sentar e chorar, eu não posso fazer isso na frente dele.

"Você sabe do que estou falando." ele disse se aproximando, Mas a medida que ele ia ficando pertinho eu me afastava mais.

"Acho que já esta tarde, vamos ter tempo demais para isso. Eu preciso dormir" não espero sua resposta e corro para o meu quarto, tranco a porta e me desabo atrás da mesma.
Aos poucos vou me escorregando na mesma enquanto minha respiração vai ficando pesada e as lágrimas inundam meus olhos.

Porque tem que ser tão difícil? Eu ainda me lembro de tudo, mas não entendo porque não sinto tanta raiva da Graziella quanto eu sinto do meu pai. Talvez porque de alguma maneira o culpado de tudo tenha sido apenas ele.

-não da mais Joana. Ele disse com sua voz baixa, mas mesmo assim eu ainda conseguia escutar.

- do que esta falando meu amor? Podemos tentar mais uma vez. minha mãe argumentava tentando fazer ele mudar de ideia.
A única coisa que eu conseguir pensar no momento foi, do que eles tanto discutem?

- eu estou com outra Joana. Eu te trair e estou indo morar com ela. Sua voz estava tão fria que sentir meu coração se congelar nesse momento.
Meu sorriso sumiu, ele tomou outro rumo e as cores da minha vida? Elas morreram.

Eu conheci as lâminas, ou elas me conheceram? Não faço a mínima ideia.

Eu sai de onde estava escondida e só queria uma coisa. Entender.

Meus olhos já estava cheio de lágrimas e assim que cheguei na sala encontro minha mãe chorando enquanto implora para que ele não fizesse isso com ela, mas o mesmo estava tão obcecado pela outra que nem se importou quando me viu chegar com os olhos tão cheios de lágrimas.

- eu não amo mais você. ele soletrou cada palavra de uma maneira lenta, fazendo com que a tortura ainda fosse maior.

- mas temos uma filha Renato, a nossa filha. Ela me pega no colo e meus olhos ainda estava inundados.

-Você tem uma filha.

Ele disse isso e saiu sem olhar para trás, mesmo escutando eu o chamar em meio aos soluços.

o meu próprio pai me destruiu, e hoje percebo que para isso não existe justificativa, ele basicamente me renegou. e hoje sou eu quem faço isso.

Minha mãe pode ate ter o perdoado, mas eu? Eu não consigo.

Por Trás de um sorriso. (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora