Capítulo 2

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*Mary*

Entrei na escola, e sentei-me no banco do costume. Um banco de madeira, nas traeiras da escola, num pequeno terreno. É o meu cantinho. Sento-me la a ouvir a minha música, a pensar sobre a minha vida, a escrever as minhas histórias, a deixar levar-me pela imaginação. Costumo estar sozinha ou então acompanhada pela minha melhor amiga Tamara.
Tamara e eu temos muita coisa em comum mas a vida dela é mais fácil, e e um pouco mais extrovertida. Mas partilhamos os mesmo gostos musicais, as mesmas opiniões, os mesmos livros etc. A única coisa que não partilho com ela são os meus textos. Nunca nem ninguém os verá. É como se fosse 50% de mim.

-Mary! Estás aqui!- lá vinha ela, com os seus longos cabelos castanhos, olhos verdes- procurei-te por todo o lado. Como foi o teu Natal?
-Fechada no quarto a comer chocolates. Como á 6 anos e normal acontecer. E o teu?
-Também não foi muito interessante...

Ela estava a mentir, não queria contar que teve prendas espetaculares que se divertiu imenso com os primos, e que deve ter conhecido algum rapaz interessante, para eu não me sentir mal.

-Tamara, podes contar. Quem é o rapazinho?
-Chama-se Theo! E moreno, alto e musculado. Começámos a falar e temos imenso em comum. Ele e perfeito!

Gostava de saber o que ela entende por perfeito. Para mim a perfeição não existe. Mas na verdade não sei disso porque o amor para mim não existe. Só eu e o meu CD de Artic Monkeys. Nós sim, somos a definição de perfeição e do grande amor.

O som da campainha tocou, e fomos para as aulas. Ía ter teste de Física. Fácil.

Depois do teste, voltei para o meu cantinho. O meu dia era assim. Estava sempre lá isolada. Ninguém ia para lá. A não sei aqueles casais para "namorar", mas só de vez em quando.

Eram 18h, apanhei o autocarro e voltei para casa. Coloquei a chave na porta, e ela simplesmente não abriu. Voltei a tentar dar a volta a chave mas nada. Espreitei pela janela que dava para a sala e nada. Tudo apagado, tudo fechado.

-Mary?- era o meu vizinho Carl.
-Boa tarde Sr.Carl. O que se passa?
-Por volta das 16h vi os seus tios a arrumar uma bagagens numa carrinha de mudanças. Vieram a minha casa e deixaram-me esta carta para si.- o Sr.Carl entregou-me um envelope que tinha o cheiro a álcool e a tabaco entranhado.

*Mary, surgiu um emprevisto! Tivemos de sair, negócios... Fomos viver para a Califórnia, se alguém perguntar por nós, não sabes de nada! Fica com estes 1000 euros e desenrasca-te por aí. Adeus, Mary.*

As lágrimas escorreram-me pelos olhos, perdi as forças e deixei-me cair no chão. Droga... eram os grandes negócios. E agora? Tenho 17 anos, porra!

-Menina Mary? Está tudo bem?
-Sim. Eles tiveram uns problemas e tiveram de se mudar. Vou ficar em casa de uma amiga.- claro que não estava tudo bem, estava sozinha. Tinha de procurar a Tamara, tinha de me orientar. Perdi tudo. O meu mundo desabou. A minha vida esta a piorar cada vez mais.
Peguei no telemóvel e liguei a Tamara. Ela pediu que fosse ter a casa dela para lhe explicar tudo.
Não sei o que vai ser de mim. Mas não vai ser nada bom.

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Mais um capítulo!! Espero que estejam a gostar! Muitos beijinhos!

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⏰ Última atualização: Mar 12, 2017 ⏰

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