Cheguei e.... GOD !

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Chegando à esteira de malas, as minhas foram logo uma das primeiras, e ao sair do desembarque, avistei tio Pedro e tia Cristina atrás.
–Ah... que saudade gente !- disse abraçando os dois.
–Minha querida, você está linda !Está irreconhecível !- diz tia Cristina e tio Pedro pega na minha mão me fazendo dar uma voltinha. Tio Pedro ri.
–Aiaiai... tô achando que o Vitor Hugo vai voltar atrás rapidinho...!- diz ele e tia Cristina acompanha. Sorri sem mostrar os dentes.
–Não tio, não quero cair mais nessa !- disse e ele torceu o nariz.
–Acho bom querida, porque não vai gostar nadinha do modo de vida deles que, aliás, os cinco moram juntos e. - ele fez uma pausa e eu apertei os olhos e cruzei os dedos levantando na altura do peito. -E você vai ficar na casa com eles !- abri os olhos e larguei os dedos.
–Estava torcendo pro senhor não dizer isso !Gosto tanto de vocês não pode passar esse ano com vocês !?- nós rimos e fomos em direção ao estacionamento. Me admirei, o carro dele era uma BMW X5, marrom... tio Pedro nunca foi pobre-pobre, mas também nunca foi milionário. Me distrai com o caminho e quando vi, já estávamos em frente à casa da minha infância; vim pra cá a primeira vez com oito anos, depois com quatorze e agora com vinte. Desci e tio Pedro já me esperava com minhas malas do lado de fora do carro, tia Cristina me entregou um molho de chaves, peguei e fiquei olhando para a cara deles, até o tio quebrar o silêncio.
–Pronta querida !Está entregue; se precisar de alguma coisa, estaremos a uma quadra daqui. -diz o tio me abraçando e em seguida a tia.
–Se cuide, Lola querida !- diz ela.
Quase me esqueci de dizer uma coisa à vocês, "Lola" é meu apelido de criança, meu nome é Heloisa... mas todos me chamam assim então, pode me chamar assim também...
–E Heloisa querida, se o Vitor Hugo te encher muito, não suje suas mãos batendo nele, pode me chamar que eu mesmo mato ele, ok ?- disse tio Pedro rindo e socando as próprias mãos, como quem acabaria com ele. Ri e assenti com a cabeça; me despedi deles.
Entrei na casa e parecia... parecia que as pessoas dali, saíram com pressa e largaram tudo do jeito que estava, uma bagunça. Aquela casa, provavelmente não via um a vassoura e um pano, há muito tempo; tinha caixas de pizza, pacotes de bolachas, de salgadinhos, latinhas de refri, garrafas de cerveja, garrafa de vodka... a pia, ou melhor, a cozinha toda com louça usada espalhada, os armários só tinha coisas práticas, ou seja, só besteiras. A sala como um furacão, o coitado do tapete, já nem era mais marrom, estava cheio de felpas por todo ele, a mesa de centro, tinha desde resto de pipoca até um chinelo ! GOD... nem sei o que vim fazer aqui...aquilo tudo estava me dando agonia, peguei minhas malas e subi para procurar meu antigo quarto no fim do corredor, um dos dois que tinham banheiro e closet, o outro deveria ser do Vitor; entrei e estava tudo do jeito em que havia deixado, a cama, as roupas no armário, tudo...ainda me lembro de uma vez, quando procurava uma roupa para ir a casa da Nina, uma antiga amiga da minha mãe, e o Vitor entrou gritando no meu quarto, feito um louco, dizendo que tinha me achado, que tinha me pego e eu, que tinha levado um susto, taquei um cabide nele, que saiu correndo atrás de mim pela casa, até tio Pedro se fazer de escudo pra mim e mandar o Vitor Hugo parar de me perseguir, e ele com um galo na testa e de cara amarrada, saiu revirando os olhos; eu fiquei rindo com o tio...ai,ai, eu era feliz naquela época, mas não pense que hoje não sou...sou sim, e muito.
Peguei uma toalha do armário e cacei uma roupa pra mim (vestidinho solto até o joelho de bojo, com um cintinho fino e uma rasteirinha), e fui tomar um banho. Quando sai, a casa estava na mesma bagunça e o silêncio também continuava... a fome me atacava e fui até a cozinha, achar algo de bom para comer; achei pão (meio amanhecido) e queijo branco na geladeira, catei e fui fazer lanche disso mesmo...

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