Pequena Suicida

Capítulo 2 - Quase Lá

Quanto mais eu corria, mais alto o Boruto gritava meu nome. Dei graças ao chegar em casa e fechar a porta sem nem olhar para trás.

- O que eu disse sobre bater a porta garota! - gritou minha mãe - Onde você estava? - perguntou mas não a olhei - Olhe pra mim quando eu falar com você! - forçou-me a olhá-la.

- Na ca... casa da Tia Hinata - respondi baixo.- 

- Não quero saber de você contando o que acontece aqui dentro para eles, ouviu bem? - disse ríspida.

- Si...Sim - falei com medo.

- Vá para seu quarto e nem pense em sair se lá - subi correndo para meu quarto direto para o andar de cima.

  Fechei a porta na chave, joguei a bolsa em um canto qualquer, fui ao banheiro peguei uma lâmina e chorando baixinho passei sobre os pulsos , braços e pernas ... Uma semana limpa jogada fora, de novo. Após vários cortes, fui tomar banho para limpar o sangue.
Você deve pensar " Essa menina é louca, fica aí se cortando que nem idiota, tudo para chamar atenção", mas não... Eu não sou louca, muito menos idiota, idiotas são vocês que julgam sem saber o que acontece dentro de casa e, fala sério, quem em sã consciência se machucaria só para chamar atenção? Eu faço isso para aliviar a dor que tá aqui dentro, se fosse para chamar a até como vocês dizem, eu faria na testa. Vocês que julgam não aguentariam nem metade do que nós aguentamos calados!
 

- Venha comer! - disse minha mãe,pelo tom de voz ela deve estar mais calma.
Desci as escadas e fui até a cozinha, irei comer só para ficar perto deles, depois é só pôr tudo pra fora. O jantar estava silencioso, até meu pai finalmente chegar e se sentar ao lado de minha mãe.

- O que você colocou nessa comida? Está pior do que o normal! - falou com tom de nojo em voz.

- Mas, coloquei tudo que você mais gosta querido - disse minha mãe.

- Nem para cozinhar você serve - deu um forte tapa em seu rosto,com a força do tapa ela acabou caindo da caldeira.

-Não bata nela! - gritei e corri até minha mãe que ainda estava no chão estática com a mão no rosto.

-Calada garota imprestável! Você é outra inútil, assim como sua mãe, não deveria ter nascido, porque não morreu na hora do parto? Ah!! Ia ser uma benção se você não existisse, menos um peso morto em minha vida! - essas palavras foram cuspidas em minha cara - E pensar que você é minha filha - disse com desprezo e saiu.

- Como a senhora está mãe? - perguntei preocupada.

- Por que você não desaparece da minha vida? É culpa sua seu pai brigar comigo, imprestável - gritou.

Meus olhos se encheram d'água e sem pensar duas vezes saí correndo daquela casa, sem rumo certo na vida. Parei em frente à casa do Tio Naruto, será que devo bater?

- Sarada? O que faz aqui à essa hora da noite? - perguntou.

- Tio Naruto? Nada, só estou andando - menti como de costume.

- E por que chorava? - tornou a perguntar.

- É um cisco que caiu - falei.

- Não minta pra mim, sou seu Tio, quer saber vamos entrar daí você conta o que houve - disse e me levou para dentro.

         Algum tempo depois . . . 

- Aqui está querida, beba esse chá ele te fará bem - Hinata sorriu.

- Obrigada - disse.

- Então Sarada, o que houve? - Naruto insistia.

- Meus pais brigaram, daí minha mãe me disse para desaparecer de sua vida e assim fiz - respondi encarando a xícara em minha mão.