TERRA NATAL

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Sentimentos voltados para um lugar familiar... Especial.
Lugar de brincadeiras de infância. Meu princípio. Lugar de mata fechada, fechada para meditar ; se recompor.
Saudade de deitar naquela grama e deixar o sol me esquentar, secando minha tristeza.
Saudade de ver aquelas belas algarobas , que cresceram com a gente e rodeavam nossa 'casinha de bonecas'.
Saudade de caminhar naquelas veredas que cortavam a caatinga; continuavam serenas e convidativas desde sempre.
Dos frondosos umbuzeiros que ali existem, lembro-me de detalhes... Dos galhos que escalei, do gosto de cada umbu, da falta de pressa para sair de sua sombra.
As jabuticabas, ubaias e pirins eram nossas descobertas.
O som dali era o de pássaros, de um preá que corria, de uma cobra que se sentia ameaçada, de macaquinhos que se escondiam.
Aquela caatinga...
Verde ou preta me fazia bem.
E quando a tão aguardada chuva chegava, era um presente para os olhos, avistar de longe a caatinga em diferentes tons de verde.
Acordar com o cheiro de terra molhada, ouvir de longe o barulho da cachoeira e o canto dos sapos na barragem.
Terra sedenta, de juremas quentes... Quando saciadas transpiravam a fragrância do amadeirado.Mas hoje...
Preta a minha caatinga está.
E longe dela estou.
Os meus sentidos, porém, estarão lá.
Grande é a minha saudade.
Grande é a
Queimada Grande.

TODO MEUOnde histórias criam vida. Descubra agora