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Acordo com meu despertador do celular tocando a música "all I want" de Kodaline. São 3:30 da manhã, daqui a 15 horas estarei a 9.898 km da minha casa... Bem longe dos meus irmãos , meu pai , meus amigos , e de Eduardo , meu namorado, ou melhor, ex namorado. Nós terminamos porque vou me mudar para um internato em Paris, e cá entre nós, um namoro à distância por 1 ano não irá dar certo. Então terminamos noite passada, mas continuaremos mantendo contato como amigos.
Meu pai achou melhor me mudar para um internato no meu último ano do ensino médio porque de acordo com ele: "quer que eu conheça o mundo" mas nós dois sabemos que é porque ele acha que me mudando para bem longe, eu iria seguir em frente com minha vida e esquecer dos últimos 6 meses sem mamãe. Mas não é verdade, nunca vou me esquecer dos piores meses da minha vida!
Minha vida há 6 meses era completamente diferente. Éramos uma família feliz, não que agora nos odiamos, mas não se compara com nossa felicidade antes... nenhuma família fica do mesmo jeito depois da perda de algum parente próximo, quanto mais se esse parente for uma mãe.
O único problema de meu pai resolver me mudar para Paris, é: as únicas palavras em francês que eu sei são: bonjour, merci e oui.
O que eu vou fazer na França, sem falar francês?
Também não sei. Tomara que alguém fale inglês ou português (improvável), porque esses são os únicos idiomas disponíveis no meu vocabulario, caso contrário, irei morrer de fome.
Faço meu higiene matinal, coloco minha roupa já separada para a viagem , uma calça e uma blusa de um moletom vinho da hollister, e desço para tomar o meu último café da manhã na minha casa em Florianópolis - Santa Catarina - Brasil.
Chegando na cozinha dou de cara com meu irmãozinho de 10 anos, Jacob, o meu irmão mais velho de 19 anos, Cameron, e o meu pai, Matt. Eu sei , eu sei, por quê nós temos nomes americanos se moramos no Brasil? Na verdade nós nascemos em Nova York, mas logo depois já nos mudamos para o Brasil porque meu pai recebeu uma oferta de emprego melhor aqui. Ele é medico ,o que é um fato ruim porque ele passa praticamente o dia todo no trabalho, só vemos ele de noite... agora só vou ver ele de novo no final do ano.
-Chloeeeee! Pensa rápido! - Jacob grita acertando uma bola na minha cabeça.
-Ai!
-Era pra você pegar! Desculpa!- awwwn não aguento esse fofo!
-Não! Não vou te desculpar! E sabe o que acontece quando eu não desculpo alguem? O monstro ataca! - eu falo indo na direção dele imitando um monstro falando "Rrrrr" e fazendo cócegas na sua barriga.
-Ahhhhh! Chega! chega! - ele grita rindo e eu paro rindo também.
-Vou sentir sua falta Chloe! - ele fala fazendo beicinho.
-Eu também maninho... eu também... - falo abraçando ele.
-Eu também vou sentir sua falta! Mas só um pouquinho! - Cameron fala me abraçando.
-Awn abraço em família! - meu pai grita abraçando todo mundo junto.
Depois desse abração , voltou a deprê de lembrar que em menos de 1 hora e meia eu vou estar dentro de um avião me afastando de todos que eu mais amo.
Terminamos de comer o café da manhã e já chequei tudo que estou levando umas 2 vezes e com isso , já era 4:30 da manhã. Tinha que ir para o aeroporto...
Como Cameron nao gosta de despedidas porque acha muito triste, resolveu ficar em casa com Jacob e dei o último abraço neles, me despedi, e entrei no carro do meu pai indo em direção ao aeroporto já chorando discretamente olhando pela última vez o mar ao lado da avenida Beira Mar.
-Pai, ainda dá tempo de eu não ir.- insisti mais uma vez antes de entrar no aeroporto.
-Chloe, já conversamos sobre isso e você sabe que não dá, desculpe amor , é para o seu próprio bem! Você vai me agradecer depois! - ele falou me arrastando lá para dentro.
Entrando lá , encontrei Bruna, Rebeca, Leonardo e Francisco , meus melhores amigos, e Eduardo, meu ex desde ontem, lógico que ainda o amo, quando você passa 1 ano e 2 meses ao lado de uma pessoa , você não simplesmente esquece. Me despedi de todos e quando chegou a vez do Edu, já estava com os olhos muito vermelhos de tanto chorar.
-Então... é isso. -ele disse chegando perto me abraçando.- Eu quero que saiba que você sempre vai estar no meu coração e que mesmo esse ano você estando do outro lado do mundo, eu sempre vou sentir falta de quando você me passava bilhetes no meio da aula , de quando assistíamos Prison Break colados no sofá ,de todas as vezes em que saíamos, mas principalmente, das vezes em que você falava "eu te amo" no meu ouvido.- ele falou me abraçando forte, me fazendo se sentir segura.
-Das vezes em que eu FALO "eu te amo" no seu ouvido. Não é porque eu vou estar do outro lado do mundo , que você vai sumir da minha vida e deixar de ser importante. Vou te ligar pelo menos 1 vez por semana e você vai me contar de todas as novidades! - falei tudo isso com lágrimas rolando. - Eu te amo! - falei baixinho no ouvido dele. Nesse momento ele me beijou , pela última vez, depois me despedi de novo do meu pai e entrei no longo corredor que nos leva para o avião.
Deixando tudo para trás.

Eu, ele e Paris! Where stories live. Discover now