Minha vida é um caos

1. a separação do casal "perfeito" e o abuso sexual.

Gabriela on
era um dia normal pra mim, fui pra escola, falei com todo mundo que eu sempre falava, estudei pra caramba porque semana que vem ia ter prova, e de tarde fui andar de lancha com meus amigos na praia, peguei um bronze como de costume, Larissa ficou cansada do Sol e fomos embora, Guilherme nos deixou em casa ás 17:30.
- PAAAAAAI! MAAAAAE! TAMO EM CASA AGORA.
- não precisa gritar gabriela, a gente tá bem aqui no sofá.
- ah tá. não tinha visto vocês aí, que que tá pegando?
- então filha, seu pai e eu precisamos conversar com você, aliás, com vocês duas né.
- fala aí gata.
quando minha mãe fala isso é sempre alguma coisa da escola, ou então ela quer ajuda pra fazer alguma coisa, enfim. não era nada disso, era uma coisa que eu nunca imaginei que poderia acontecer.
- filha...
meu pai disse meio triste.
- fala.
- eu e sua mãe nos divorciamos.
- O QUE?
a Larissa gritou.
- pe-perai, que?
falo meio confusa.
- há uma semana atrás, sua mãe e eu brigamos muito feio, e parece que depois disso, o amor acabou, então...
- então eu pedi divórcio.
minha mãe interrompeu.
- mas pera, vocês sempre foram uma inspiração de uma vida, um casal, meio que uma meta pra todo mundo, como assim "o amor acabou?" não tem nada haver.
- olha, eu nem sou da família direito, mas tô aqui vai fazer uns 10 anos, então vou far sim, porra, como que o amor acabou cara? vocês sempre foram tão apaixonados, sempre contam suas histórias de vida pra todo mundo, e agora tudo vai se acabar por uma briga? poxa...
- quer saber? querem divórcio? façam o que vocês querem, eu vou pro meu quarto.
fiquei muito indignada, achei até que poderia ser uma brincadeira, mas pela cara deles, era verdade pura.
fui pro meu quarto batendo os pés e bati a porta, joguei todas as minhas almofadas na parede de tanta raiva, entrei no meu closet peguei todas as minhas coleções de batons da mac e joguei no chão, não queria meus pais divorciados, nunca.
tomei um banho gelado e fiz minha rotina da noite, deitei na cama e comecei a pensar em tudo, não consegui dormir então ligue pro guilherme.
ligação on-
- alô?
- gui?
- Gabi? por que você tá me ligando a essa hora? são 00:00.
- eu sei gui, mas preciso que você me bisque pra gente dar uma voltinha por aí.
- tem que ser agora?
- por favor!!!
- meu deus, tudo bem, de moto ou de carro?
- de moto mesmo.
- blz vou sair de casa agora.
- orbigada!!! beijos.
- beijo garota.
-ligação off
eu precisava pensar um pouco fora daquele ambiente, não aguentava mais aquela casa, já fazia um tempo que eles estavam brigando mesmo, mas nunca pensei que fosse chegar a esse ponto.
o gui me buscou em casa e eu tive que pular a janela pra ninguém saber que eu saí, subi na moto e fomos pra praia de novo.
eu conseguia sentir meu cabelo voar, solto ao vento, o vento batendo no meu rosto, eu me sentia muito bem com o gui, me sentia feliz, livre, amada, o gui sempre fez muita coisa por mim.
passamos a noite toda lá, ele levou umas toalhas, lanches e algumas coisas essenciais.
de manhã, umas 7:00, subimos em sua moto e voltamos pra minha casa, destranquei meu quarto e deitei nada cama, fingindo que nada aconteceu, eu estava muito feliz, não sei porque.
quando deu umas 9:00, desc.o pra tomar café da manhã, todos já estavam lá, menos eu, me senti meio excluída da família por isso mas tudo bem né.
sentei na mesa e minha mãe começou a falar:
- então filhas, vocês vão morar uma comigo e uma com o pai de vocês, podem escolher quem vai primeiro.
- eu vou com o meu pai, já que a larissa tem um certo apego à você.
- tudo bem então.
meu pai comprou uma casa no bairro de trás do bairro do guilherme, fiquei bem feliz por isso.
passaram-se 3 dias e tava tudo "normal", conheci muitas pessoas legais e interessantes, estava tudo indo muito bem, até que, na 3ª noite, quando eu estava na minha cama, dormindo, sinto alguém tocar em meus seios, ninguém estava lá, além do meu pai e eu, então comecei a ficar preocupada.
na noite seguinte ele me deitou na cama e mandou eu ficar bem caladinha
- filha...
- sai pai
- fica caladinha que nada acontece
- SAAAAAAAAI
- cala a boca!
ele colocou a mão na minha boca e abusou de mim, na noite seguinte, a mesma coisa.
quando fingi que estava indo pra escola, falei com meus amigos do bairro e eles me ajudaram muito, colocaram câmeras em meu quarto, três go pros, e filmamos tudo, mandamos anonimamente pra polícia, e meu pai foi preso, eu o amava, mas depois daquilo tudo, não conseguia nem imaginar nada.
fui morar com minha mãe, e foi aí que tudo começou de verdade, toda minha história de amor, ódio, paixão, raiva, traições, enfim, tudo praticamente...