1. Liz

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Capitulo 1


Liz

As folhas verdes radiantes por conta do sol que antes brilhavam se tornaram escuras, mas ainda sim continuavam a dançar a dança do vento, que leva consigo, deixa sempre uma marca, uma sensação, um sentimento. Todo o resto que a cercava já não existia, o que era mais importante no momento era apenas a dança do vento passeando sobre a sua face, uma sensação refrescante e ao mesmo tempo gélida que trazia conforto e segurança.

Duas coisas que tinha apenas nesse breves e perfeitos momentos. A sua linhagem nunca havia sido das mais bonitas e muito menos das mais honestas, a riqueza que tinha não vinha de trabalho duro e esforço, vinha de mentiras e morte.

Assassina.

O termo mais correto que havia para distingui-la, matava desde menor. Aos 4 anos matou sua primeira vítima, uma mulher grávida. Ela não sabia corretamente o termo para grávida na época, achou ser uma doença e a matou seguindo os conselhos e ordens dos pais e irmãos.

Antes, nunca lhe passou pela cabeça se o que fazia era certo ou errado. O seu aniversário havia sido hoje, comemoraria com um banquete.

No mundo em que vivia, feiticeiros era pessoas capazes de controlar sua própria força vital, como a aura e alma, para criar uma arma. Há milhares de feiticeiros no seu mundo, ela também era uma feiticeira, não oficialmente, mas era.

Qual seu objetivo na vida?

É esse o incentivo para controlar a força vital, poucas são as pessoas que conseguem e por isso as probabilidades para conseguir são baixas de alguém tornar-se um feiticeiro.

- Tente encontrar uma gota de água no meio da ventania. – A garota falava consigo mesma, apesar de saber que havia alguém atrás dela, seu irmão.

- Use a aura. – O irmão a olhava curioso, sua irmã sempre fora misteriosa, falava consigo mesma muitas vezes, apesar de que todas as vezes sempre havia alguém ao seu lado.

- Então seria trapaça, prender a gota de água com aura não é o objetivo. Encontrá-la, sim.

- Impossível para nós.

- E possível para feiticeiros.

Na cabeça da garota, essa conversa não tinha sentido, não tinha um objetivo. Mas na mente de seu irmão, essa conversa mudaria o futuro de ambos. As duas teorias estavam corretas.

- Por que admira o trabalho dos feiticeiros? – Apesar da pergunta criada pelo irmão, sua irmã não hesitou em perguntar. Para sua resposta ser criada a resposta do irmão precisava ser dada.

- Porque admira o trabalho do nosso pai? – O corpo do irmão ficou estático, petrificado, nem respirar respirava. O que ele diria? Por que ele admirava?

Assassino. A profissão que os dois seguiam. Feita no começo da família, tanto o pai, como a mãe tinham essa paixão pela matança. O irmão sempre admirou seu pai, determinado, forte, disposto a arriscar tudo. Inclusive sua família no processo. O irmão aprendeu a ser duro e forte, mas quando o assunto era família seu coração se tornava mole, sua mente se desesperava, em busca de apoio na voz do pai. O único, porém, em relação a essa importância era o simples fato de que tanto o irmão, quanto sua irmã não gostavam da arte da matança. E ao mesmo tempo a seguiam.

- Amanhã vou fazer o Teste de Feitiçaria. – Avisa a garota.

- Seja mais cautelosa, mesmo sendo o prodígio da família, se arriscar assim não é uma boa ideia. – Os instintos protetores do irmão agiram. Mesmo sendo duro e grosso, sua irmã o fazia baixar a guarda.

Em um rápido movimento, a irmã está na frente do irmão com uma simples agulha pressionada contra seu pescoço. A velocidade que a irmã possui ultrapassa a da família inteira, pode facilmente ser comparada a força da luz.

- Eu não sou alguém a ser protegida, muito menos sou apenas sua irmãzinha. Com certeza já pensou nisso? Estou correta? – A irmã falava com tanta naturalidade e calma que nem ligava de haver uma faca segurada por ela no pescoço do próprio irmão. Apesar de que ela não se importa de matar seu próprio irmão caso ele não for forte para servir de ajuda na família. Devagar a irmã tira a fina agulha do pescoço de seu irmão, o corte havia sido feito, profundo o bastante para mais um corte e sua traqueia ser cortada.

Diferente do irmão, a irmã não segue seus familiares cegamente e tão pouco os admira. Apesar dela não conhecer completamente sua força, ela sempre se viu mais forte que seus familiares, estando em sua idade ser considerado impossível.

- Tem razão, sou fraco comparado a você. – O garoto se sentia rebaixado e ao mesmo tempo aliviado, ele realmente acreditava que sua irmã iria mata-lo. Ela iria se mandassem ou se ela quisesse.

- Eu vou entrar. Vai vir? – Apesar de ter que sair daquele lugar que a irmã tanto gostava, ela preferia ficar com o irmão dentro da casa. O irmão é muito previsível, sempre tentando supera-la, mas na presença dos guardas não se é possível, a irmã sempre odiou essa rivalidade e tentava para-la com ameaças violentas, surtiam efeito por pelo menos um dia.

Os dois andavam, a irmã na frente com uma postura relaxada e as mãos na cintura, enquanto o irmão andava firmemente e com a guarda alta e seus braços cruzados.

O guarda da entrada da casa da família os observou, sua expressão era séria, mas demonstrava sério respeito pela irmã, já pelo irmão nem tanto.

- Identifiquem-se ao entrar.

O irmão entra antes de sua irmã e se pronuncia.

- Leiden Regings, 19 anos e assassino profissional.

Logo depois a irmã entra, recepcionada pelo sorriso de canto do guarda.

- Liz Regings, 13 anos e assassina profissional, feiticeira não-oficial e herdeira da família de assassinos Regings.


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