IMORTAIS - Alecy o Começo (PAUSADO)

Capítulo Seis - A Verdade Destroi

Meu primeiro assassinato foi no meu aniversário de trezentos anos. Por algum motivo, quando eu e minha irmã atingimos os vinte e dois anos, paramos de envelhecer. No inferno não tinha dia nem noite, a escuridão predominava, calor nos corredores de tortura eram de enlouquecer, a única parte que era gélida era o quarto de meu pai e o salão de julgamentos, onde nossa amiga mais antiga “morte” fica, durante o julgamento e as torturas por algum motivo.

Minha irmã tinha o quarto do lado do meu, sempre fomos muito próximos, às vezes nós discutíamos para treinar a ira e a raiva, um exercício que nosso padrasto Lúcifer se encarregava de participar. Era hora de todos comerem, eu e minha não precisamos de comida, porém nossa tia Gula sempre trás aperitivos diferentes, e nos comemos. Naquele dia, meu tio Avareza foi até o meu quarto e o de minha irmã, fomos chamados para a sala de tortura.

-Príncipe Merc, Princesa Alecy, o Rei Lúcifer espera por vocês na sala de tortura. Não se atrasem.

Ele agradeceu o recado e fecharam ambos as portas, Merc foi vestir o grande casaco que tinha uma capa feita com asas brancas e negras, já Alecy vestiu um longo vestido feito de ceda e incrustado com ouro, prata e diamante. Os dois desceram as escadas irregulares que levavam até a sala, o corredor era iluminado por chamas que se apoiavam em ossos de mãos e crânios. Ele chegou à frente da porta e ela se abriu, eles caminharam pelo meio do salão da tortura, vários objetos estavam espalhados pela sala, todos com sangue, e mais na frente tinha uma longa mesa retangular, na ponta se encontrava nosso padrasto

Lúcifer, ele continuava novo como sempre, ele desconhecia a velhice, e a morte era sua amiga.

-Queridos estava à espera de vocês. Bom dia. – Lúcifer estava animado naquele dia.

- Porque toda essa animação meu pai? – Perguntou Alecy carinhosamente.

-Bom, é um dia especial, afinal não se faz quinhentos anos todos os dias, e por isso eu preparei-lhes uma surpresa... - A ansiedade crescia dentro deles. –
Vocês iram conhecer a terra pela primeira vez.

Eles não acreditaram naquilo que ouviram afinal eles “nasceram” no inferno e passaram os primeiros trezentos anos da vida deles trancados lá.

O coração de Merc começou a bater forte, a alegria estava tomando conta do corpo dele.

Lúcifer estalou os dedos, e eles surgiram em um lindo jardim, lá cresciam flores, plantas e árvores de diversos tamanhos e espécies, cada uma mais linda que a outra; mas foi ai que duas lágrimas caíram dos olhos de

Alecy, um de cada lado. Lúcifer não podia aceitar aquilo.

-Eu não sei se estou enganado, mas isso que escorre em seu rosto é uma lágrima? – Ele tinha o rosto rosado

-Desculpe-me, pai, mas eu nunca sai do inferno, e sempre quis conhecer a terra, é um sonho realizado. – Ela tinha leveza na voz.

-Bom, só uma dica para você, sonhos só servem para nos atrasar, então, foque na sua vingança. – Ele impôs autoridade.

-Desculpe, prometo não falar mais nisso. – Ela se encolheu e fitou-o. Lúcifer foi até um arbusto onde ele colocou a cabeça, ela atravessou as plantas, e ele não falou mais nada durante algum tempo, até que ele falou.

-Os dois, venham aqui, agora! – Ele tinha agilidade na voz. Os gêmeos se aproximaram, Merc tinha certa desconfiança no rosto, já Alecy olhava fascinada para tudo. – Olhem aquele homem lá no alto, o nome dele é Abel, ele cria animais, é um pastor. O outro homem, que esta plantando alguma coisa e colhendo frutos é Caim, ele é um agricultor, eles são irmãos que louvam á Deus, a primeira missão de vocês é; fazer com que Caim mate Abel. Os ossos de Merc e Alecy gelaram naquela hora, um arrepio subiu na espinha deles.