Capítulo 1

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Quando a vida tiver te cortado profundamente e tiver te deixado ferido...

Amanheceu o dia e nem percebi, acordei tarde e assustada. Me levantei já querendo voltar para a cama, a faculdade realmente me deixava muito cansada. Tomei um banho e prendi meus cachos em um rabo de cavalo. Um shorts e um blusão qualquer formavam o look perfeito para aquele sábado. Já era quase 11 horas quando me levantei, desci e fui até a cozinha atrás do meu pai, e lá estava ele, cozinhando para mim, ele nem notou quando entrei.

Fico pensando em como a vida, ou esse Deus que falam, foram tão ruins com o meu pai, mas antes que eu terminasse meus pensamentos ele me viu e formou um grande sorriso em seu rosto.

- Filha! Bom dia, ou quase tarde - ele finalizou a frase com uma leve risada, retribui - Bom dia, o que temos hoje?

- Frango assado

- Nem sei por quê ainda pergunto

- Se anime minha filha, as coisas irão melhorar - falou tão esperançoso - Então querida, como você está nesta manhã? - ele estava com os olhos vidrados nas panelas, eu sempre ficava admirada com a facilidade que ele tinha de cozinhar.

- Estou bem, consegui descansar bastante.

- Pois é, fui no seu quarto ver se estava bem, e você ressonava como um porco - ele deu uma gargalhada, mas não tirou os olhos das panelas.

- Pai! Não exagera - eu ri, e por alguns segundos pensei que mesmo a nossa vida sendo uma merda, ainda sim ele estava com aquele bom humor de sempre, me surpreendendo todos os dias - precisa de ajuda?

- Não querida, já vou terminar, mas vá colocando as coisas na mesa.

Nossa casa foi a única coisa de valor que não precisamos vender para pagar a dívida da minha mãe. Uma casa grande e agradável, sem duvidas, meu lugar favorito. Coloquei os itens do almoço na mesa e fui para o  sofá, liguei a televisão enquanto ele terminava de cozinhar. Só tinha programas idiotas no sábado. Televisão era algo que realmente eu não gostava, parei em um programa qualquer onde o cara falava sobre carros. De repente o celular do meu pai que estava no sofá começou a tocar, um número estranho, mas atendi.

- Alô

- Sr. Matt?

- Não, aqui é a... - antes que eu terminasse, a pessoa que estava do outro lado da linha desligou. Fiquei intrigada e liguei de volta, mas quem havia ligado, não se importou em desligar o celular, pois estava fora de área. Aquilo não iria sair tão rápido da minha cabeça, eu já estava determinada a falar com meu pai. Eu estava pensando em várias pessoas que poderiam ser, ou possibilidade de meu pai estar envolvido com tráfico ou coisa do tipo, viajei em várias coisas até ele interromper meus pensamentos, uma coisa que ele fazia sempre.

- Vamos comer! - Ele falou bem empolgado. Sentamos à mesa e fui logo colocando a minha comida no prato, mas ele me interrompeu - Giovanna?

- Já sei, já sei.

- Posso?

-Sim! - fechamos os olhos e ele começou a agradecer a algum ser superior que ele acredita, meu pai havia começado a ir a uma igreja já fazia algum tempo, o pastor dele disse que tem que agradecer antes das refeições, desde então, ele sempre ora antes de todas as refeições, abri os olhos pra vê-lo orar, ele realmente sabia o que estava dizendo, e o modo que ele falava dava para perceber o quanto ele acreditava em com quem estava falando. Percebi que ele já estava terminando, assim que fechei os olhos ele disse: Amém. E então voltei a abrir-los.

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⏰ Última atualização: Dec 23, 2016 ⏰

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