Jungkook p.o.v
Depois que sai de casa, ouvindo minha mãe gritar mandando eu voltar, estava andando de cabeça baixa pelas ruas de Seul, quando me deparo com uma floricultura, com vários vasinhos coloridos distribuídos nas prateleiras, dou um sorriso fraco pois aquilo me trazia boas lembranças.
Resolvo entrar, a floricultura não era muito grande, tinha algumas prateleiras grandes, com mais vasinhos coloridos, e quatro vasos grandes de cor azul, com rosas dentro deles.
-Posso ajudar? - pergunta uma moça de cabelos ruivos de altura mediana, ela usava um vestido com vários leãozinhos, ah como isso me lembrava alguém.
- Ah sim, eu vou querer um buquê com flores azuis, roxas e brancas - falo olhando as paredes do local, era de um rosa bem clarinho.
-Presente para namorada? - pergunta a moça, suspiro ao ouvir a pergunta
- Ah não, mas quase isso - falo com minha voz quase falhando, não podia chorar ali, mas aquele lugar me trazia tantas lembranças, até o aroma daquela loja fazia me lembrar dele.
- Você vai querer escrever um cartão?- pergunta a moça me olhando
- Não precisa, eu mesmo vou entregar - sorrio sem mostrar os dentes.
- então está aqui - ela me entrega o buquê, pego minha carteira e a pago - tenha uma boa tarde - ela sorri, tento retribuir o sorriso, mas acho que não deu muito certo.
Saio da pequena loja sentindo aquele doce aroma, começo a andar e várias lembranças me veem a tona.
Flashback on:
Saio de uma cafeteria, colocando minhas mãos no bolso da blusa e sigo andando pelo caminho de casa, acidentalmente entrando em uma viela escura, sem ao menos saber como parei la.
Eu nunca havia entrado aqui, era um local totalmente desconhecido por mim. Olho em volta, observando algumas pichações nas paredes. Um grito de socorro pode ser escutado, uma voz feminina, que eu não reconhecia. Sentia que devia ajudar, não como uma obrigação, mas como se eu precisasse fazer isso. Vou por onde acredito ter vindo o pedido e me deparo com um menino não muito alto, cabelos lisos, violentando uma garota de altura média, presa entre a parede e seus braços, onde ele a espancava sem dó nem piedade.
- Fique quieta, vadia. – a menina gritou novamente, sua voz já rouca e falhando. – Eu lhe disse para ficar quieta! – lhe deu mais um tapa em seu rosto, e a prensando contra a parede.
Embora indefeso eu caminhei em sua direção, perto o bastante para que os dois pudessem me ver.
- Hey! – grito, tendo a atenção dos dois em mim rapidamente. – Solte ela. - o menino solta uma risada sem humor.
- Ninguém lhe chamou aqui. – se vira para mim, logo soltando a garota, que sai correndo na mesma hora.- Por sua culpa perdi minha diversão de hoje. – se aproxima, me olhando com superioridade. – Não sabe com quem está lidando.
Quando dou mais um passo para frente o vejo acertar um soco em meu rosto, me fazendo cambalear para trás e me apoiar em um dos latões de lixo que la haviam. Sinto um gosto metálico em minha boca, logo limpando o sangue que dali escorria.
- E hoje não é um bom dia para descobrir. – levanta seus punhos, tentando acertar um breve soco em meu rosto, porém consigo segurar suas mãos a tempo de lhe acertar um soco, o vendo me olhar incrédulo. – É admirável sua coragem, garotinho. – mexe em seu rosto, limpando o sangue que escorria de um pequeno corte.
- Não sabe do que sou capaz. – o encaro, o vendo rir com sarcasmo.
- E o que você é? Um piadista? – sorri cinicamente, acertando um soco em meu estômago, me fazendo cair no chão. Minhas costas se arquearam e sentia meu coração acelerado em meu peito, batia tão rapidamente que eu conseguia o escutar. Sentia meus músculos pegando fogo e minha barriga doía como o inferno. – Levante!
Lágrimas escaparam de meus olhos sem que eu tivesse controle, tamanha era a dor que sentia nesse momento. Apoio minhas mãos no chão, me levantando lentamente, ficando em pé a sua frente.
Sem que ele dissesse algo, acerto um soco em seu maxilar, o vendo cambalear para trás, arregalando seus olhos em minha direção.
Sem qualquer reação, sinto mais um soco em meu estômago, me fazendo cair ao chão, recebendo chutes em meu tórax seguidas vezes. Minhas costas se tencionaram, meu sangue fervia e sentia como se meu peito fosse explodir em chamas.
- Yoongi, pare! - ouvi uma voz se aproximando ao longe. - Ele já entendeu o que você queria, agora o deixe ir antes que a polícia apareça.
O garoto que aparentava ser mais velho suspira, olhando para mim novamente.
- Espero te encontrar novamente. – ironiza, acertando mais um chute em mim e caminhando de volta para sua casa.
- Levante, rápido! – o garoto que havia me ajudado me estende uma de suas mãos, me ajudando a me levantar. – Ande, se ele voltar você irá apanhar mais.
- Obrigado. – respiro fundo, sentindo meus músculos arderem.
- Vá embora. – fala ríspido, olhando em volta.
- Porque me ajudou? É amigo dele. – não houve resposta, ele apenas me encarou por mais alguns segundos, logo depois virando as costas pra mim e caminhando de volta a sua casa.
Queria ter visto seu rosto, ou ao menos saber seu nome. De alguma forma sentia que aquele garoto era alguém gentil, eu só queria saber provar isso.
Lembro de sua voz, apesar de não o ver com clareza, sua voz pôde ser escutada. Era rouca, porém suave e simples, calma.
Olho para o local mais uma vez antes de me virar, me apoiando nas paredes e latões de lixo que tinha ali para andar, meus músculos doíam e sentia como se fosse impossível me mover. Eu deveria ir para casa, embora quisesse voltar e encontrar o garoto cujo nome ainda é desconhecido.
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FanfictionAssim que coloquei o buquê sobre o túmulo, senti uma brisa como se estivesse sendo depositado um leve beijo em meus lábios