capitulo 1

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O que eu deveria fazer? Fugir talvez, mas isso não resolveria o problema, não posso a abandonar, então o que deveria fazer? Eu não sei ainda, mas não posso ficar aqui. Não aguento mais ouvir seus gritos.
Pego meu casaco ,minha bolsa e saio sem rumo para qualquer lugar que não fosse aquela casa.
Ando um pouco e vejo uma luz forte. Vou seguindo ela e acabo chegando a um parque de diversões. Estava lotado com pessoas felizes com suas familias. Acho que esse é um ótimo lugar para passar um tempo e pensar. O ambiente está com muita energia positiva e isso talvez me faça bem.
E lá estou eu, sentada em um banco com fones de ouvido e um algodão doce na mão. Está tudo bem ate que algo me chama atenção. Uma garotinha chorosa sentada em um dos bancos. Tinha aparentemente oito anos e estava sozinha. Tirei meus fones e, por instinto, fui falar com ela.
Cutuquei seu ombro, fazendo com que ela levantasse a cabeça para me olhar.
- Você quer? - perguntei, apontando o algodão doce para ela. A garota limpou as lágrimas e acenou positivamente com a cabeça. Pegando o doce, começou a comer enquanto eu apenas a observava. - Você está bem? Está perdida? - perguntei, tomando cuidado. Seus olhos marejaram com tais perguntas e logo ela estava a chorar novamente. - Não chore. Vai ficar tudo bem. Eu quero te ajudar, mas você precisa se acalmar e me contar o que aconteceu.
- Eu... Eu... - engoliu e choro e começou a falar. - Eu estava com o meu irmão, então eu sai de perto dele e fui ver alguns bichinhos de pelúcia, mas meu irmão sumiu.Eu tentei voltar pra ele, mas não consegui - dizia entre soluços.
- Calma, eu vou te ajudar a encontrar seu irmão. Nós vamos achar ele, okay? - respondeu positivamente com um manear de cabeça. Não foi questão de muito tempo para que ela se acalmasse, mas um jovem de boa aparência e expressão preocupada veio correndo em nossa direção. Eu estava sem entender muito bem o que acontecia ali.
- Yumi... Yumi, onde você estava? Eu te procurei por todos os lados. Você está bem? - a garota correu até seus braços, pulando em seu colo.
- Jiminie, que bom que você me achou. Eu estava com medo, mas aquela moça bonita me ajudou - falou enquanto apontava o pequeno dedo em minha direção. O desconhecido a colocou no chão, segurando uma de suas mãos e vindo em minha direção.
- Obrigado por ter cuidado da Yumi. Meu nome é Park Jimin, mas você pode me chamar apenas de Jimin - falou com um sorriso lindo dominando seus lábios. Talvez seja o sorriso mais lindo que eu já vi em toda a minha vida.
- Prazer, Jimin. Me chamo (S/N) - falei, dando meu melhor sorriso em sua direção.
- Você está sozinha?
- Sim, mas já estou indo embora.
- Não, fica - pronunciou Yumi, pegando em uma das minhas mãos. - Você foi tão boa comigo. Fica mais um pouco com a gente - Jimin parecia concordar com a ideia.
- Okay, acho que posso ficar mais um pouco.
Eu não queria ir pra casa mesmo.
- Então eu quero ir na Montanha Russa, na Roda Gigante, na Casa dos Horrores e no Carrossel - falou Yumi, animada enquanto dava pulinhos. Não pude evitar rir, sendo acompanhada por Jimin.
- Onde você quer ir primeiro? - perguntou o jimin, olhando para Yumi.
- Quero ir na Montanha Russa - falou, parecendo animada demais com a ideia. Vê-la assim me trazia boas lembranças.
Meu pai costumava me levar em Montanhas Russas quando nós saíamos para nos divertir. Me lembro de uma vez ter vomitado e ele, ao invés de me ajudar, riu, e riu muito quase teve um treco de tanto rir da minha cara. Sinto falta dele. Desde o dia em que faleceu as coisas vão de mau a pior. Minha mãe se casou com um alcoólatra que bate nela. Nós vivemos na casa dele e eu simplesmente odeio aquele lugar.
Meu pai nunca encostou um dedo nela e com certeza, se estivesse vivo, não permitiria essa situação. Como eu queria que ele estivesse vivo agora...
- Você está bem? - questionou Jimin, me tirando dos meus pensamentos.
- Estou sim - disse, sorrindo.
- Vamos então? Ou está com medo? - tanto sua fala quanto sua cara eram de puro deboche.
- Claro que não estou.
- Se estiver com muito medo é só segurar a mão do Jiminie. Isso sempre funciona para mim - falou Yumi, sempre com sua expresão fofa e inocênte. Acabei por ficar sem resposta. Abaixei a cabeça para tentar esconder minhas bochechas que estavam vermelhas. Quando voltei a erguer a cabeça, meus olhos se encontraram com os de Jimin, o que me fez ficar com mais vergonha ainda.
- Você não vão entrar? - Yumi perguntou, já dentro do vagão.
- Claro - disse Jimin, mostrando-se animado, pulando para dentro do vagão. Foi visível que pela animação que ele não passa de uma criança crescida e com responsabilidades. - Você não vem? - levou sua mão em minha direção, a qual não recusei, me sentando ao seu lado.
A montanha começou a subir até estar no topo, voltando a descer com toda sua velocidade. O friozinho já havia se intalado na minha barriga. Yumi gritava, mantendo suas mãos para o alto enquanto Jimin só sabia rir.

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