Chapter 13

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"Sr. Malik mandou outra mensagem de rádio esta manhã." Liam disse. "Ele queria falar com você." Ele fez uma pausa. "Tive de dizer mais uma vez que não conseguimos encontrá-lo."

"Saí para caminhar." Niall explicou firme, repousando a xícara de chá que tomava no pires na mesinha a sua frente. "Ele não pode esperar que eu fique em casa o dia todo esperando que entre em contato."

A expressão no rosto de Liam indicava que era exata­mente isso o que seu chefe queria.

"Se estiver na piscina ou na praia, não será problema." Liam falou. "Mas, como todos sabemos, você não está. E quando o Sr. Malik voltar, vai fazer perguntas."

"E eu vou responder, e depois farei algumas outras para ele." Niall disse levemente irritado.

Liam então pareceu angustiado. "Não deve fazer isso. Você se envolve em assuntos que não compreende."

"Pelo contrário, sei exatamente o que estou fazendo, e por quê. Além disso, não é apenas seu chefe que tem um temperamento forte." Acrescentou o loiro imprudentemente.

E o fato de eu estar apaixonado por ele não faz com que esteja certo o tempo todo, pensou, observando Liam arrastar-se dali, desanimado. Niall serviu-se de mais uma xícara de chá e escorou-se em sua cadeira olhando para a imensidão do jardim que se estendia a sua frente.

Sabia desde o início, é claro, que suas longas au­sências diárias seriam percebidas e que conclusões seriam tiradas, e já havia encarado os olhares reprovadores e os comentários de Hara e Andonis.

Mas essa era a primeira vez que lhe falavam abertamen­te sobre o assunto.

Niall não esperava que Soula fosse tratá-lo bem, mas não tinha previsto o desprezo debochado com que seria recebi­do toda vez que aparecia na casa. E sabia que, se não fosse por Shanaya estar cada vez mais feliz em sua companhia, já teria desistido.

Soula também não era boa em cuidar da casa e, a julgar pela quantidade de pontas de cigarro no pires na sala de estar, ela fumava como uma chaminé.

O mais incrível, entretanto, era o hábito de se ausentar, às vezes por duas horas ou mais. Ela nunca dava nenhuma explicação para suas saídas, e Niall nunca pedia também, principalmente porque Shanaya parecia bem mais à vontade quando a mãe estava longe.

A barreira da língua foi um problema menor do que tinha imaginado. Shanaya provou ser uma criança brilhante com uma mente curiosa e um vocabulário razoável. Usan­do livros com imagens ou simplesmente apontando para as coisas, Niall conseguiu aumentar seu próprio conhe­cimento de árabe e ensinar à garotinha o equivalente em inglês.

Havia uma pilha de livros para colorir, cadernos para desenhar e uma caixa de lápis de cor, todos novos e jun­tando poeira numa estante na sala de estar, e Niall usava isso tudo para manter Shanaya ocupada dentro de casa quando fazia muito calor. Outras vezes, brincavam do lado de fora, com a bola, de pique - esconde e pega-pega entre as oliveiras. Num galpão na parte de trás da casa, Niall também descobriu um pequeno triciclo e, sob sua orientação, Shanaya aprendeu rapidamente a andar nele.

E o melhor de tudo, o pequeno rosto que espiava pelo portão todas as manhãs já não era mais triste, mas alegre e ansioso.

Ao mesmo tempo, a iminência do retorno de Zayn de Atenas nunca saía da cabeça de Niall, além da briga inevitável que teriam quando ele descobrisse como vinha usando seu tempo, se é claro que ele já não soubesse.

A possibilidade de ele ficar irritado o bastante para man­dar o loiro embora também já tinha lhe ocorrido. Principalmente porque não havia oferecido nenhum incentivo para que ele o mantivesse ali, pensou, amargo.

His For a Price || Ziall HorlikOnde histórias criam vida. Descubra agora