VI - Aprendiz

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- Prazer Ben, nós somos os técnicos dos animadores robóticos daqui. Me chamo Chris Evens. - Disse. Chris era alto, moreno e de boa postura. Tinha o cabelo liso e olhos claros. Algo notável em Chris eram os inúmeros arranhões fundos em seu braço esquerdo. 

- E eu sou Harry Gray. - disse o outro. Harry era mais claro que Chris. Um pouco mais baixo, barba rala, cabelo de "rockeiro" e olhos escuros. Ele usava um gesso em seu braço direito e tinha algumas esfoliações no rosto. Como se alguém tivesse espancado ele.

- Prazer. Eu não estou entendendo nada. Onde está o Willian Afton? - perguntou Ben.

- Você está no Primary Control Module, e é aqui que nós trabalhamos. Nós somos os responsáveis pelo controle e manutenção dos animatrônicos por aqui. - explicou Harry.

- O velho Willian só aparece na hora do pagamento, Ben. Aqui quem nos ajuda mais é o HandUnit. - disse Chris.

- Eu já o conheço, um pouco. - disse Ben, observando o local.

Chris o levou para a área esquerda do local. Iluminado por uma forte luz central, um pequeno balcão com alguns botões e alavancas em frente a uma grande vidraça. Um relógio com a cara de um palhaço assustou Ben ao chegar na área. Ao lado, tinha várias cabeças que piscavam para Ben, que se afastou vergonhosamente. Chris sentou-se em uma cadeira de rodinhas em frente ao balcão e observou atentamente para a grande vidraça na frente deles. 

- Está vendo ela? - perguntou Chris, focando no vidro. Concentrado.

Ben se esforçou para ver alguma coisa mas estava tudo escuro. - Não vejo nada.

Harry se aproximou trazendo uma espécie de suporte amarelo, com dois botões: um azul e um laranja com um desenho de um raio. Harry conectou os cabos soltos do suporte no balcão de Chris, que continuava atento ao vidro. Ele então aperta o botão azul do suporte e uma luz rosa, forte e viva ilumina uma espécie de palco ali dentro. Mas não havia nada lá.

Chris perguntou: - Está vendo ela?

- Não. - disse Ben, firmemente.

A luz começa a enfraquecer até apagar. Harry diz:

- Esta é a melhor parte. - ele dá alguns risinhos.

De repente, algo na frente da vidraça quase matou Ben do coração, mas não fez nenhum dos outros se mexer. Uma robô com vestes de bailarina, aparece em frente á vidraça com o rosto aberto e seu esqueleto á mostra. Ela era alta, tinha longos braços que estavam em pose de dança clássica e pernas dobradas como em uma apresentação artística. Ela observava cada um dos três com seus olhos roxos e gemia sem parar.

- Ben, esta é a animatrônica que eu cuido, Ballora. - disse Chris, apresentando a robô.

Ben tomou um pouco de fôlego depois do susto e disse, fracamente:

- Linda. Mas porque ela está aqui? 

- Os robôs daqui têm uma inteligência artificial muito elevada. E as vezes eles surtam assim. É normal. - explicou Chris. - Eles acabaram de receber uma atualização no software de inteligência, e desde então não param nos atacar. Precisamos notificar isso antes que este local se encha de crianças. 

- Isso explica esses arranhões. - perguntou Ben, apontando para o braço do técnico.

- Se eu te disser que, que se fosse a Ballora, eu teria perdido o braço. - disse Chris, olhando pro próprio membro arranhado. Ben olha com espanto para Chris e depois para Ballora.

- Mas quando eles estão assim, tem uma coisa que resolve. - disse Chris empurrando o suporte amarelo para perto de si. Ele aperta o botão laranja e um clarão forte saindo do outro lado da vidraça envolve os três. Ben observa atentamente para o vidro e a robô sai da frente deles, sumindo no clarão. A forte luz perde força e me apaga. 

- Tratamento gratuito de choque neles. - diz Chris, rindo. Ele aperta novamente o botão azul e quando a forte luz rosa ilumina o pequeno palco, pode-se ver Ballora deitada no chão, com metade de seu rosto exposto, em uma posição que mais parecia um exorcismo. Ela gemia e tinha contusões frequentes. Chris se levanta da cadeira e grita para a vidraça.

- Hey! Volte para o seu palco, agora! - Chris senta-se de novo e aperta o botão laranja e novamente, a forte luz toma conta da vidraça e envolve eles. - Ás vezes, precisamos ser ruges que essas merdas, mesmo. Chris aperta o botão azul e novamente uma luz forte rosada ilumina um pequeno palco e desta vez, Ballora está dançando com umas mini bailarinas, magras, pequenas, que repetiam o mesmo movimento e acompanhavam Ballora. - Aquelas coisinhas dançantes e perigosas ali com a Ballora são as Minireenas. Foram elas que me atacaram e fizeram esses arranhões. - Chris aponta para o palco que logo fica na escuridão.

- O que foi que aconteceu? -  pergunta Ben, curioso e com medo.

- Foi uma manutenção de segurança na qual eu fui escalado na sexta-feira. Na verdade, elas nem precisavam mas HandUnit disse que o patrão ordenou eu fazer um check-up. - Chris aponta para uma entrada de ventilação ao lado de Ben. - Ali é uma das entradas para entrar lá na Ballora Gallery. Quando eu desativei a Ballora para levá-la á sala de Partes & Serviços que fica depois da outra galeria, quatro Minireenas apareceram e pularam em cima do meu braço. Eu só gritei e graças a Deus, eu estava com minha arma de choque. 

- Devia ter sido horrível. - disse Ben observando para a vidraça agora escura. - E porque agora ela está de olhos fechados?

- Ballora é muito agressiva, então para não termos tantos problemas, a cabeça dela impede que ela abra os olhos. Ela só pode abrir os olhos quando o seu rosto se abre e seu endo esqueleto está exposto.

Harry sentou-se a um balcão em frente a outra vidraça paralela a de Chris com um suporte igual àquele que dava choques e iluminava no palco da Ballora. Harry chamou Ben, e Chris foi junto. Era o mesmo balcão com os mesmos controles do outro e a vidraça era praticamente a mesma.

- Você também cuida da Ballora? - perguntou Ben focando no vidro.

- Não, Ben. Este aqui é o Funtime Auditorium e eu cuido do Funtime Foxy. - Neste momento, Harry apertou o botão azul do seu suporte e uma luz forte e avermelhada iluminou diagonalmente um palco um pouco menor do que o de Ballora. No palco, um robô com traços de uma raposa, corpo branco com detalhes rosas, longas garras, brilhante calda, olhos marrons e longo focinho dançava em cima do palanque.

- Parece que ele está comportado, né? - perguntou Ben enquanto a luz que iluminava o animatrônico enfraquecia.

- Ele já passou por uma seção de choque bem forte hoje. HandUnit me contou quando eu cheguei. Parece que Funtime Foxy tentou atacar o sr. Afton e quase que o robô é desmontado. Eu insisti com o sr. Afton e disse que iria dar um check-up nele. Ele não é doido em fazer alguma gracinha. - disse Harry, vendo o braço engessado.

- Foi ele que fez isso em você? - perguntou Ben, notando a tristeza do rapaz.

- Também foi na sexta-feira. Sorte que o Chris já tinha saído da Ballora Gallery e ouviu os meu gritos. Eu, diferente dele, não tinha levado a pistola de choque. Estava escuro e eu não sabia para onde poderia fugir. Funtime Foxy estava prestes a arrancar o meu braço quando Chris apareceu e o paralisou. 

- Mas por que não ligam as luzes para clarear todo o local? Seria mais fácil para vocês. - disse Ben, observando o balcão e os controles.

- É muito arriscado. O Funtime Auditorium tem várias entradas para outras salas, e se o Funtime Foxy visse, iria querer escapar, como já aconteceu várias vezes aqui. Por isso, interditamos aquela entrada do elevador, nenhum animatrônico passa por essas entradas de ventilação. - explicou Chris.

- Bom, parece que você vai ficar a queridinha do Sr. Afton. - disse Harry, com uma expressão alegre.

- Como assim? - Ben ficou aliviado, assustado e aterrorizado ao mesmo tempo.

- Tem uma animatrônica que é a atração principal daqui e a favorita do Sr. Afton, a Circus Baby. É tanto que o nome do estabelecimento aqui chama-se "Circus Baby's Pizza World". - explicou Harry. - Ela se apresenta na Circus Gallery. Vamos lá? - convidou Harry apontando para uma entrada de ventilação ao lado dele, que ficava no meio daquela sala.

- Bom, vamos conhecer a minha bebê, então. - Ben sorriu.




FNaF: Sister Location - O Show FinalOnde histórias criam vida. Descubra agora