Olá, pessoal! Tudo bem com vocês? Espero que sim!
Como dito no primeiro capítulo, este será um livro/resumo das entrevistas que fiz com grandes nomes da literatura brasileira no podcast "Os 12 Trabalhos do Escritor".
No primeiro episódio, resolvi trazer um beast seller com mais de dezesseis livros publicados para falar sobre o processo de concepção de um romance. Nele, André Vianco abriu o jogo sobre sua paixão por criar histórias, além de contar um pouco sobre suas estratégias para se livrar da procrastinação e não cair na armadilha que nos faz mudar da página do word para a página do facebook, de tempos em tempos.
O motivo por eu ter escolhido esse tema para abrir a bateria de podcasts foi o número de relatos que já escutei sobre escritores que desistem de suas histórias antes de colocar as ideias no papel, ou mesmo antes de chegar a palavra fim. Imagino que tais erros possam advir não apenas de uma falta de vontade de sofrer como autor, mas em outros casos pode ser fruto de uma geração que ainda pensa que a ideia de um livro não só "brota do nada", como também é passada para o papel em questão de dias.
Assim como nos outros episódios, esse primeiro tema do podcast "Os 12 Trabalhos do Escritor" tem como objetivo desmistificar a beatificação da ideia, e mostrar como realmente é o processo de criação de um romance.
Lembrando que, caso queira acompanhar o áudio na íntegra, o conteúdo deste episódio do podcast pode ser acessado através do link: http://leitorcabuloso.com.br/2016/04/os-12-trabalhos-do-escritor-01-ideia-e-iniciativa/
Dentre tantos jargões existentes no mundo da literatura, podemos colocar num pedestal a frase "Trabalhe com a ideia que você está apaixonado". Digo isso devido ao alto número de autores que desistem de chegar até a palavra fim.
Querer contar aquela história que te exigirá milhares de palavras lhe trará estresse, síndrome do impostor, sentimento de involução e mais outras sensações rotineiras no cotidiano de qualquer artista em processo de criação. E sim! Esse sentimento é normal, e é por isso que sua paixão para com a história deve ser o combustível que jogará abaixo toda essa maré de negatividade, pois assim como um pintor, só sabemos o resultado do que produzimos após jogarmos tudo na tela.
O Vianco nos coloca, no episódio, que foi a paixão pelas histórias de vampiros que o alavancou em uma época consideravelmente pior do que a atual no que se refere a ganhar a vida como escritor. Em uma era sem a globalização e o acesso que temos hoje, a névoa que envolve o ofício de escrita não só era demasiada densa, como também contava com um tapete de boas vindas com os dizeres "Bem vindo a Silent Hill, daqui é por sua conta". Entretanto, a verdadeira paixão pela ideia não nos faz olhar para o dinheiro que pode vir, ou não, mas esse sentimento é o que nos dá potência para parirmos esse filho que sempre sonhamos ter, com inicio, meio, e, principalmente, FIM.
No episódio, assim como em outras entrevistas, o André ressalta a questão dos três P's (Paciência, Persistência e Paixão) como uma ferramenta básica para os autores que passam por bloqueio criativo, ou que desistem daquele diálogo difícil para dar uma olhadinha de horas na TimeLine das redes sociais. E ainda que esse discurso possa ser visto como algo próximo ao empreendedorismo de palco, não vejo como dizer que o Vianco está errado nisso.
O primeiro ponto que ressaltamos foi a paixão pela ideia, mas além dele, os outros dois se fazem tão fundamentais quanto.
A paciência se faz necessária desde o instante em que você precisará escrever um determinado número de palavras por dia. Um livro não será feito em uma semana inteira de trabalho árduo, muito menos em apenas um mês (não se você não tiver o mínimo cuidado) então a paciência para com sua história deve ser igual a que você apresenta no seu trabalho, na escola, no dia-a-dia com seus familiares, pois é isso que sua história será na sua vida: um amigo que deve ser podado dia após dia.
É engraçado pensarmos que três elementos possam ter exatamente o mesmo grau de importância, visto que a paixão serve para te fazer continuar com sua história e a paciência te dê organização para com a escrita, mas além dessas duas, temos na persistência o desejo por não desistir na parte mais importante de um romance: A Reescrita. E SIM! Seu livro vai precisar ser reescrito (ou você é um gênio que nasce de cem em cem anos). Haverá momentos em que você vai se cansar de revisar aquele capítulo que já foi relido uma ou duas dezenas de vezes, aquele que você vai mandar pro seu leitor beta e ele dirá que ainda não está convencendo, e é por isso que a persistência vai te calejar perante tantas quedas, pois acredite, haverá um alto número de quedas até a última revisão chegar na palavra fim.
Além da paixão em dar inicio a uma história, outro ponto bem interessante para se pensar são as diversas ideias que podem surgir a partir de uma simples folhada nos jornais do dia, ou uma sentada na frente da poltrona enquanto algumas notícias se passam na televisão. Hoje, muitos autores, em principal iniciantes, tendem a pensar em universos extremamente parecidos. Isso é comum devido a nós, como artistas, sermos todos frutos de nosso tempo, ou seja, bebemos de fontes como Harry Potter, O Senhor dos Anéis, Franquias da Marvel, DC, Animes, Séries e até mesmo outros autores. Com tudo isso, a busca pela ideia pode vir de qualquer lugar, pois não existe uma formula do sucesso (Ainda mais se pensarmos que antes de Harry Potter não existia um sucesso tão grande e de mesmo nível). E com tudo isso, saindo um pouco desse episódio e falando sobre algumas coisas do próximo, uma grande falha de novos autores é a falsa impressão de que um livro é feito apenas de uma ideia genial.
O maior segredo de uma franquia de sucesso não é apenas trazer um bruxo órfão com uma cicatriz na testa, jurado de morte por um terrível vilão. Essa mesma história necessita de uma família de bruxos que é tratada por uma classe rica preconceituosa; de um homem de coração partido que viu o amor de sua vida terminar nos braços do seu pior inimigo; de um elfo escravo que morre após conquistar a liberdade tão sonhada; de um velho homossexual que sonhou ser o bruxo mais poderoso, mas que descobriu o quanto sua busca era vazia após chegar no pedestal em que estava. Um livro, meus queridos leitores/ouvintes, não é formado por uma, duas ou três idéias, mas por dezenas e centenas de elos que, juntos, formam um universo crível, complexo e apaixonante.
Se você gostou da leitura, NÃO HESITE EM DEIXAR SEU VOTO!!! Além disso, responderei todo e qualquer comentário que vocês deixarem por aqui, beleza? Ah, e caso queiram acompanhar todo o conteúdo desses resumos pelo podcast, é só acessarem o www.leitorcabuloso.com.br e clicarem na aba "12 Trabalhos". Lá, vocês todos serão muito bem vindos!
Um forte abraço, e até semana que vem!
AJ. =)
VOCÊ ESTÁ LENDO
Os 12 Trabalhos do Escritor - Dicas Para Escritores (Um Capítulo por Semana)
Non-FictionEste é um volume com dicas para novos autores, onde eu abordo um pouco do que foi passado nos episódios do podcast "Os 12 Trabalhos do Escritor". Para quem não conhece, o podcast é uma mídia de áudio que conta com os mais diversos produto...