Capítulo 3

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"Hello, hello anybody out there? Cause I don't hear a sound

Alone, alone, I don't really know where the world is, but I miss it now

I'm on the edge and I'm screaming my name like a full at the top of my lungs

Sometimes when I close my eyes I pretend I'm alright but it's never enough

Cause my echo, echo is the only voice coming back

Shadow, shadow, is the only friend taht I have"

Jason Walker- Echo

Emily Pov#

1 ano depois

Aquele dia ficou para sempre na minha memória, mesmo depois de um ano. Quem é que me pode culpar?

Muita coisa mudou depois , na minha opinião, para pior. A minha mãe depois de alguns dias do funeral entrou em depressão. Eu sabia o quanto o meu pai significava para ela, tal como eu, ele era o seu porto seguro. Sempre que a minha mãe estava em baixo ele era aquela pessoa que a conseguia fazer sorrir. O amor deles é daqueles que não se consegue explicar por palavras porque simplesmente, ele vale muito mais do que meras palavras escritas num papel. Desde que ele morreu que todos os dias eu penso nele e o avalio, desde as suas infinitas qualidades aos seus defeitos mas, só no seu funeral é que percebi o quanto ele tinha uma enorme influência nas pessoas. Nunca vi tantas pessoas num funeral de uma única pessoa, desde familiares até meros desconhecidos que se cruzaram no caminho dele e trocaram umas simples palavras. Todos eles tinham uma história para contar em que o meu pai era o protagonista. Eu sabia que ele era uma pessoa muito altruísta e generosa mas nunca pensei que fosse assim tão importante para outras pessoas para além da sua família. Isso fez-me sentir ainda mais saudades dele ao pensar em todos os momentos que tive com ele. Desde esse dia que eu tomei uma decisão. Prometi a mim mesma que nunca mais ia sentir esta dor agoniante outra vez. O meu coração foi protegido por longos muros impenetráveis de pedra que durante este ano eu arduamente construi. Aquela rapariga loira ingénua ficou no passado, e é no passado a que ela pertence.

Com a depressão da minha mãe e o funeral do meu pai, gastamos mais dinheiro do que pensávamos e, sem darmos por isso, a nossa conta bancária ficou pior do que antes. Não existia um dia em que eu chegava a casa e encontrava na caixa do correio inúmeras cartas de pagamentos atrasados relativamente à casa ou a outras despesas. Por causa disso, tive de me tornar adulta antes do tempo. Procurei vários trabalhos para realizar depois do horário escolar, de modo a pagar todas as contas em falta. Mas para meu azar, ninguém me aceitava por ainda ser menor de idade. Foi uma altura muito complicada para mim. Felizmente uma amiga chegada da minha mãe que trabalhava num supermercado perto da minha escola soube das nossas dificuldades e deu-me o lugar vago de trabalho. Como não me podia pagar com dinheiro por ser menor de idade, pagava-me com alimentos que ela própria comprava. Depois das aulas eu fazia sempre turnos extraordinários no supermercado. Aquele estabelecimento passou a ser a minha segunda casa. Mas mesmo assim, não conseguia pagar as contas que se acumulavam á velocidade da luz. Claro que tanto o Will como a Susan se disponibilizaram diversas vezes para nos ajudar no pagamento mas eu recusei. Não queria ser um fardo para ninguém, muito menos para eles. Depois de vários meses a pensar numa solução, uma ideia apareceu na minha cabeça. Os meus talentos para o canto e tocar guitarra finalmente tornaram-se úteis. Com ajuda do Will coloquei vários cartazes pela Califórnia inteira, disponibilizando o meu tempo para entreter as pessoas em festas de todos os tipos, incluindo aniversários e casamentos, com as minhas habilidades de canto. Para além disso, aos fim de semanas de noite, tocava nas ruas da Califórnia para tentar arranjar mais algum dinheiro mas só conseguia arranjar alguns trocos. Mas pensando melhor, era melhor isso do que nada.

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