TOUCH

Untying.

❄️

"Eu não vou deixar, Lou. Ninguém vai te fazer mal. Eu tô aqui."

A fala de Harry foi o que acalmou o pequeno garoto agonizado.

Sua mente estava uma bagunça, e ele nem sequer se lembrava como era ter esses pesadelos. Já havia anos que não tinha um deles.

Mas, de fato, era tranquilizador saber que, pelo menos por essa noite, ele tinha um anjo da guarda cuidando dele.

Louis controlou sua respiração aos poucos, sendo, ao mesmo tempo, embriagado pelo cheiro de Harry.

As mãos do encaracolado faziam um carinho incessante por todo o rosto de Louis e palavras eram sibiladas pelo mais novo na tentativa de acalmar o mais velho.

Alguns bons minutos abraçados, e Louis se sentia em paz novamente. Não queria fechar os olhos para ter que reviver seus pesadelos - ou mesmo suas lembranças - mas sentir que não estava sozinho era reconfortante.

"Você quer um chá? Posso fazer pra gente." - Harry disse, se levantando devagar para analisar o rosto do garoto de olhos azuis.

Ele parecia tão vulnerável.

Para Harry, era uma mudança brusca vê-lo assim. As poucas vezes que haviam se encontrado construíram uma imagem de um Louis sagaz e atrevido, sempre fazendo-o rir.

Algo sério deveria perturba-lo.

Sentiu seu peito se apertando novamente com a sensação de impotência.

Chegava a ser pecado fazer alguém tão vivo como Louis sofrer assim.

Tomlinson, depois de alguns segundos em silêncio, balançou a cabeça, concordando com a proposta.

"Mas não me deixa aqui sozinho. Eu vou com você." - Disse baixinho, com a voz ainda rouca pós-choro.

"Tudo bem, vamos." - Harry estendeu uma de suas mãos, fazendo com que Louis a pegasse e se levantasse.

Os dois caminharam pela casa enorme com as mãos entrelaçadas. Louis se encolhia no braço de Harry quando sentia a corrente de ar frio que circulava pelo corredor.

Chegando à cozinha, Tomlinson se sentou na grande bancada fria, dando a localização dos sachês e da vasilha para fazer o chá.

Enquanto Harry colocava a água para esquentar, ambos ficaram em silêncio, mergulhados em um grande mar de perguntas e respostas.

Ao virar para o garoto mais velho sentado na bancada, se deparou com Louis olhando, perdido, para o chão, se encolhendo no seu moletom cinza na tentativa falha de se esquentar. Então, caminhou em sua direção, se colocando entre suas pernas e abraçando-o firmemente.

Louis respirou fundo sentindo o conforto do abraço de Styles pela milésima vez naquela noite. Como haviam passado de brincadeirinhas e flertes para isso? Ele estava envergonhado por ter sido flagrado em um de seus momentos - apesar de ter sido totalmente imprevisível. Ele e Harry estavam se conhecendo, era seu terceiro encontro com ele e o garoto mais novo já poderia sair correndo, assustado com as esquisitices de Louis.

Enterrou seu rosto no pescoço quentinho de Harry, aproveitando a sensação, que sabia que não duraria muito. Sabia que Harry não insistiria nos dois novamente depois de todo aquele showzinho que havia dado.

Harry, no entanto, afagava as costas do menor tentando passar todo o conforto possível.

Ao ouvir o barulho da água fervendo, o abraço foi desfeito para que Harry terminasse de preparar o chá.