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Niall's POV

"Como é que te sentes?" Filipa pergunta.

"Não sei." Eu encolho os ombros. 

A verdade é que não sei mesmo como me sinto. Larguei a rapariga que amo para os braços de outro rapaz, e estou aqui, no centro de Londres, à frente da Filipa, como se nada passasse. 

Passaram-se três dias desde que a Sofia e o Harry começaram a namorar, e eu sei disto, não porque a ando a perseguir ou algo do género, mas sim porque quando ela chegou ao dormitório, há três dias atrás, vinha com uma rosa na mão e com um sorriso na cara que eu  não via desde que tínhamos acabado. E claro, eu não resisti em perguntar-lhe como é que a conversa tinha corrido.

Eu estava mal, isso eu sabia-o. Deixar a rapariga que amamos para outro rapaz não é a coisa mais fácil e agradável que alguma vez possa acontecer na vida de alguém. Mas eu sei que fiz a coisa correta para a Sofia. Se eu não conseguia fazê-la feliz, e existe outro alguém que o consiga fazer, então que assim seja. Apesar de eu gostar imenso da Sofia, a sua felicidade está em primeiro lugar, e eu não a posso privar, nunca, de estar com outro alguém para além de mim.

"Tu sabes..." A rapariga começa, reticente. "Tu irás sempre ser especial para ela, independentemente do que ela pensa que fizeste."

Parte de mim acreditava no que Filipa me acabara de dizer. Mas e se isso não for bem assim? E se Sofia guardar rancor de mim para sempre de algo que nem sequer foi culpa minha?

 A minha história com Sofia foi meio que atribulada, eu confesso. Nós não tivemos um bom começo, e o nosso fim foi pelo mesmo caminho, mas eu gostava que ela não me recordasse pela negativa. Eu gostava, sinceramente, que quando ela eventualmente pensasse em mim, pensasse nas coisas boas e felizes por que passámos, e não no incidente, que volto a reforçar que não foi culpa minha, que fez com que terminássemos. 

"Só gostava de a conseguir esquecer." Eu suspiro. "Se ela consegue seguir em frente, eu também consigo, certo?!" 

"As coisa não são bem assim, Niall. Às vezes esquecer não é assim tão fácil como parece."

"Mas eu vou conseguir, eu sei que vou." Eu digo tentando convencê-la. Ou a mim próprio.

Eu não quero esquecer a Sofia, mas eu tenho e preciso de o fazer. A Sofia foi, em tempos, a melhor coisa que me aconteceu na vida, sem lamechices e porcarias à parte. Antes de a conhecer, eu era uma pessoa completamente diferente do que sou hoje.  Eu era super rude e antipático com quer que fosse. Hoje, eu já não sou mais assim. Eu deixo as pessoas conhecerem-me, já para não falar que já não sou assim tão antipático. Ela conseguiu mudar-me mesmo. 

(...)

Quando eu chego ao dormitório, depois de ter estado fora com a Filipa, eu deparo-me com dois seres deitados na cama da Sofia.

"Eu peço desculpas." Engulo em seco. "Posso sair, se quiserem." Eu digo.

"Não, eu já estava de saída, de qualquer das maneiras." Harry é rápido a levantar-se da cama, ajeitando o seu cabelo e a sua roupa. 

"Tudo bem, então." Eu encolho os ombros, pousando a minha mochila em cima da cama, caminhando para a cozinha.

Não foi fácil ver a Sofia na cama com o Harry, prestes a fazerem sabe lá Deus o quê, que, por acaso, não foi terminado porque eu cheguei a tempo de impedir tal coisa. Eu sei que não a posso impedir de fazer nada, ainda para mais agora que não temos nada um com o outro, mas não é fácil. Eu tenho mesmo de a esquecer.

"És mesmo idiota." Sofia diz, ao entrar na cozinha.

"Desculpa?!"

"Devias de ter ido embora, quando viste o que estávamos a fazer."

"Deves de estar a gozar com a minha cara, só pode." Eu rio cinicamente. "Que eu saiba, o dormitório também é meu, e eu tenho todo o direito de estar aqui."

"Podias muito bem ter ido embora." 

"Espera lá que a menina santinha queria ter relações com alguém."

"Não tens nada a ver com a minha vida."

"Certo. Ninguém disse que tinha ou que até mesmo queria."

"Não sei como é que fui capaz de gostar de ti. És a pessoas mais estúpida, arrogante, imbecil, otária, rude, convenci-"

"Já acabaste com com as ofensas?" Eu pergunto, aproximando-me dela.

"Afasta-te de mim."

"Estás com medo?"

"Não, apenas não quero estar próxima de animais."

"Mas não estás com o Harry agora." Eu digo, rindo.

"Tens tanta piada."

"Eu sei, amor." Eu digo, colando os nossos lábios. Ao início, Sofia não corresponde ao beijo, mas depois acaba por se deixar levar.

"Afasta-te." Ela empurra-me para longe. "Isto não devia de ter acontecido. Eu tenho namorado."

"Olha-me nos olhos e diz-me que não voltarias a repetir o beijo e todos os momentos que tivemos no passado. Olha-me nos olhos e diz-me isso." Eu digo, olhando-lhe nos olhos, profundamente.

E o facto de eu não ter resposta, leva-me a uma conclusão: que por mais que nós nos evitemos um ao outro, o futuro acabará por nos juntar de novo.

"Eu amo-te, Sofia, e não vale a pena negares, porque eu sei que sentes o mesmo." Eu sorrio. "Estamos destinados um ao outro."

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Primeiro, quero desejar um bom ano de 2017 a todos!! Que seja este ano que todas nós concretizemos os nossos sonhos que não foram possíveis de serem realizados nos anos que já passaram.

Segundo, peço desculpas por ter demorado uma eternidade a publicar um novo capítulo. E peço desculpas ainda por andar a ser tão repetitiva ao desculpar-me sempre pelo mesmo.

Terceiro, espero que tenham gostado deste capítulo e que estejam a gostar do rumo que a história está a levar.

Muitos beijinhos e até ao próximo!! 



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⏰ Última atualização: Apr 18, 2017 ⏰

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