>> EmilyOs raios de sol disparam como flashes pelas cortinas semi-abertas. Abro meus olhos cautelosamente e observo o lugar onde estou. As paredes são pretas, algumas repletas de posters de bandas de rock, uma TV de Led enorme pendurada na parede, e no chão roupas jogadas descuidadamente, começo a me desesperar. Onde estou? Vivo me perguntando isso a anos, mais nunca sei como chego a lugares assim. Viro da cama com intenção de ver as horas, e acho um caderninho com a capa rosa, com a frase "LEIA-ME ASSIM QUE ACORDAR", com unicórnios ao redor.
Curiosa, pego o caderno e o abro, folheando devagar suas folhas. A primeira diz;
Sei que deve estar se perguntando onde está, quem é você, e outras inúmeras perguntas, aí vai as respostas para elas.
Primeiro: Seu nome é Emily Roberts, você é órfã desde os 14 anos, não precisa se importar com isso. Você não se importa a três anos. Você tem 17 anos e mora com sua avó.
Segundo: A única coisa que você é capaz de lembrar são suas memórias antes do seu acidente, ou seja, quando você ainda tinha pais, vivia feliz e se lembrava das coisas que acontecia no dias passados. Depois disso você não se lembra de absolutamente nada, por isso esse caderninho.
Terceiro: Acho bom lembra-lá da sua personalidade, você é gótica, não se importa com o que os outros pensam, e não tem namorado, é mesmo que tivesse não se lembraria.
Quarto: Acho bom você levantar logo, suas panquecas devem estar prontas!
Quinta: Você tem horário para voltar para casa, ainda não tem 18! Seu horário para voltar para casa é até meia noite, depois disso castigo! Lembre-se disso!
Sexta: Acho bom você não se relacionar com ninguém, até porque você tem uma fama de louca. Ninguém além da sua avó sabe esses problemas doidos que você tem! Aliás, mesmo se você se relacionar com alguém, não irá se lembrar no dia seguinte.
Sétima: A quarta coisa que você ouvirá depois de todo café da manhã será sua avó querendo que você entre em um grupo de apoio. SEMPRE NEGUE, TÁ? Já faz anos que você nega, então mais alguns meses não irá fazer diferença. Mais pegue leve com ela, sua avó só quer o seu bem.
Oitava: Você já concluiu a escola, faculdade? Acho difícil, então você está escrevendo um livro sobre a sua vida.
Lembre-se de escrever nele um pouco.Nona: Todas as coisas úteis que você irá precisar está na segunda gaveta da sua escrivaninha.
Décima: Tente ter um dia bem louco, e fazer várias loucuras! Afinal, pode ser meio ridículo, mais a pouca felicidade que você pode ter nessa sua maravilhosa vida é fazer o que quiser e não se lembrar no dia seguinte! Se você acordar com dor de cabeça e porque bebeu demais, se acordar normal, não aconteceu nada demais no dia anterior. Não se preucupe!
Acabo de ler me perguntando exatamente o que acabei de ler. Um manual de instruções para viver?
Lembro-me vagamente da minha avó, com eu nos braços, aparentando ter uns dez anos, dos meus pais também, é logo uma sensação ruim toma conta de mim.
Será que todo dia que eu acordo é assim? Uma depressão ambulante, perguntas com respostas programadas e um choro sem fim?
Isso não é vida, pelo menos não para mim.
Lembranças vagas dos meus pais começam a surgir em minha mente, vejo um mulher alta e magra, de cabelos loiros brilhantes, belos olhos azuis, e um sorriso deslumbrante no rosto, enquanto roda no ar uma criança com uma cabeleira morena, olhos verdes, por mais que fossem fisicamente diferentes, a alegria das duas era a mesma, o sorriso deslumbrante também.
Um homem forte e com um bom porte se aproxima da mulher, pegando a criançinha é a enchendo de beijos paternais no rosto, a criança gargalha tanto, ao ponto de começar a doer a barriga, o homem com cabelos castanhos regados com alguns fios grisalhos de olhos verdes observa a criança como se fosse a coisa mais valiosa que tivesse.
Um soluço escapa dos meus lábios, e lágrimas incessantes caem quentes sobre minha buchecha. Não entendo, o que aconteceu? Como fiquei órfã? Como fiquei assim?
Perguntas infinitas começam a surgir em minha mente, enquanto vasculho o caderninho rosa a procura de respostas. Mais não há mais nada. Apenas folhas brancas. Apenas mais um vazio em mim.
Seco as lágrimas, e me levanto, indo el direção ao banheiro, tirando minhas roupas pelo caminho. Chego ao chuveiro e o ligo, esperando toda a água fria sair, até chegar a que preciso. A água quente é um bálsamo sobre mim, me cobre lentamente,relaxando meus músculos e a mim mesma. Saio do banho, e paro na pia, escovando meus dentes e me olhando no espelho embaçado.
A minha pele está corada, devido ao banho quente, os olhos verdes inchados de tanto chorar, e os cabelos castanhos presos em um coque mal feito.
Solto os meus cabelos, e os penteio em um rabo de cavalo alto.Abro meu armário é pego uma blusa preta, escrito "Darkness" branco e a ponho, a blusa chega até o meu umbigo, e para não ficar tão vulgar, ponho um short cós alto, e sobre essa roupa uma jaqueta jeans com patches.
Calço meus vans pretos, respiro fundo e saio do quarto.- Bom dia,Emily! - minha avó, uma senhora de cabelos grisalhos, um pouco cheinha a sua medida, me cumprimenta enquanto sento na mesa de café.
- Bom dia, avó. - cumprimento ela pegando uma fatia de pão com manteiga, junto com um copo de suco de laranja. Como devagar.
- Então, como está se sentindo?
Como estou me sentindo? Bem, muito devastada, principalmente por acordar de manhã é descobrir que eu sou órfã, não lembro das loucuras que faço em dias passados, não tenho amigos e para piorar tenho uma fama de louca!
- Estou me sentindo bem. - minto, tomando um gole do suco.
- Você andou chorando? Seus olhos estão tão inchados! -pergunta minha avó, preocupada.
- Não estava chorando, meu olho estava coçando muito, por isso o inchaço. - minto novamente, não quero preucupa-lá.
- Sabe, Emily, aceite isso como um conselho de avó. Você deveria ir em um grupo de apoio. O que você acha?- pergunta- Tenho uns panfletos ali se quiser.
Conto mentalemnte as frases da minha avó. Realmente a quarta coisa foi sobre o grupo de apoio.
- Vó, não quero ir a nenhum grupo de apoio. Não preciso disso! - resmunguei passando a geleia na torrada.
- Por que você foi escrever isso naquele seu maldito caderno rosa? - perguntou nervosa.
- Como você sabe do caderno? -mordi um pedaço da torrada, bebendo mais suco.
- Eu que lhe ajudei a escrever. - respondeu dando se ombros.
Depois disso ficamos em silêncio, aproveitando nosso café da manhã, comendo silenciosamente.
- Vou sair. -anunciei levantando da mesa.
-Tudo bem, só tome cuidado!- avisou. Fui em direção a ela, e lhe dei um beijinho da buchecha.
- Olha, Emily. Pense no grupo de apoio, tudo bem? Só pense um pouco. Pode ser bom. - pediu com olhos esperançosos.
- Tudo bem, irei pensar.- respondi abrindo a porta e me deparando com um mundo estranhamente novo e ao mesmo tempo tão conhecido.
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Espero que tenham gostado do primeiro capítulo de Yesterday!
Que todas tenham um 2017 maravilhoso e cheio de alegrias!
Capítulo não revisado, ignorem os erros!
Beijos,
>> Ana.
Tradução do título do capítulo: who I am? = Quem eu sou?
Tradução do nome da fanfic: Yesterday = Ontem.
31/12/2016
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Yesterday >> H.S
FanfictionEmily Roberts é o que pode-se chamar de encrenqueira, rebelde e sarcástica. Não liga para o que pode acontecer, o que a incomoda é o que aconteceu no dia passado, principalmente por não conseguir lembrar-se do que já fez. A menina se vê sem saída qu...