Deixe-me Te Amar

Capítulo I: Introdução

Emilly Vanderbilt e Maximillian Cooper eram melhores amigos. Amigos desde quando podiam se lembrar. Na verdade, não existia em suas lembranças momento algum em que não fossem amigos. Se conheceram no jardim de infância e desde o momento em que se encontraram pela primeira vez, se tornaram inseparáveis. Queriam fazer tudo juntos e faziam de tudo para que os pais os levassem para brincar um com o outro. Até dormiam um na casa do outro. Algo que o pai de Emilly não aprovava muito, mas não havia maldade.

O passar dos anos não enfraqueceu a amizade dos dois, mas à medida com que cresceram acabaram por agregar novas amizades aos seus círculos. Não podiam mais ficar o tempo todo juntos, por mais que quisessem. Com a adolescência foram mudando, crescendo e se envergonhavam em ter que dividir certos "segredos". Procuravam então as novas amizades. Ainda assim, eram como unha e carne. O que levava a muitos burburinhos na escola e todos dizendo que Em e Max só podiam ser um casal. Não que eles nunca tivessem sentido algo um pelo outro, com a chegada da adolescência descobriram sentimentos que não estavam ali antes, mas seria sensato arriscar algo forte como a amizade deles de anos?

Max era perfeito para Em. Em era perfeita para Max. Mas ambos tinham medos demais para admitir qualquer sentimento que tivessem um pelo outro além da pura e sincera amizade que existia entre eles. Max já havia namorado várias garotas, mas nunca dava certo e ele sabia que era porque procurava Emilly em todas e nenhuma era como ela. Em também já havia namorado, não tanto quanto Max, mas tinha os seus "rolinhos". Porém ela sentia que faltava algo, que um vazio precisava ser preenchido. E Emilly sabia com o quê este vazio poderia ser preenchido.

Havia muitas coisas em Max que Emilly adorava, como os sorrisos largos, que formavam covinhas graciosas. Às vezes, Emilly se atrevia a tocá-las, sendo que, no minuto seguinte, apertava as bochechas de Max. Emburrado, Max afastava as mãos de Emilly de sua bochecha, pedindo a amiga que não fizesse aquilo. Emilly sabia que Max detestava essa brincadeira, mas, como era difícil para si resistir aquelas covinhas.

Posso enganar o mundo inteiro, menos a mim. Emilly sabia o motivo de seus "rolos" não darem certo. Não existia mais de um Maximillian Cooper no mundo. Para seu desespero, existia apenas aquele Max. O Max que amava e não conseguia tirar de seu coração. E essa constatação tornava tudo apenas pior, ou, para ser mais exata, uma grande merda. Era isso que Emilly pensava sobre o amor, apesar de tão pouca idade. Esperava que os sintomas de amor por Max fossem passageiros. Sendo passageiros, logo desapareceriam e, assim, Emilly poderia alimentar sentimentos por outro alguém. Max estava ocupando um lugar errado em seu coração e precisava sair dali o mais rápido possível.

Já Max, sabia que jamais encontraria alguém como Emilly Vanderbilt. Ela era única. E quanto mais ele a observava, mais ele sabia que ela havia sido feita para ele. Apenas Em compreendia o que se passava em sua mente e coração, ela o conhecia melhor que ninguém, mas ele achava que a única coisa que ela jamais poderia conhecer eram seus sentimentos por ela. Max não se sentia a altura de Emilly, não achava que ele a merecia. Por isso continuava a namorar outras garotas, ele não podia perder sua Emilly e nem o que os dois tinham de mais precioso juntos. E tudo o que ele se sentia capaz de fazer era ser seu amigo e continuar admirando em silêncio toda sua delicadeza representada em seu tamanho pequeno e a cascata de cabelos encaracolados que lhe caíam pelas costas. Não queria jamais tirá-la se seu coração, mas havia colocado para si que também jamais poderia tê-la.