Eu havia acabado de sair da aula de piano, meu jogo me esperava na saída. Tinha aula de violino no mesmo horário que eu. Assim que me viu, sorriu. Havia percebido dois meses antes que Lucia estava apaixonada por mim, descoberta magnífica! Sorri de volta, e assim que me aproximei, dei-lhe um beijo rápido.
-Estava com saudades. -Falei, menti. Saudade sempre foi um sentimento desconhecido para mim.
-Eu também estava... Vamos? -Lucia segurou minha mão e fomos. Eu gostava de diverti-la, era um bom passatempo.
Andamos por nosso caminho habitual até a casa dela, onde eu sempre a deixava e seguia rumo minha casa. Porém Lucia tinha planos naquele dia. Eu também.
-Vamos entrar? -Disse, moldando um sorriso travesso em seus lábios. Sorri de
-Vamos...
Entramos, Lucia subiu as escadas para guardar coisas que trazia com ela e eu deixei minha mochila num lugar fácil de pegar, iria precisar dela. Então me vesti com todo tipo de "proteção" que trazia comigo. Luvas para as mãos, avental, Luvas para os sapatos, tudo!
Logo que ela voltou, riu de minhas roupas.
-O que é isso Fred? -Perguntou sorrindo, sorri de volta.
-Eu queria te contar meu maior segredo, provar que confio em você. -Seu sorriso se alargou.
-Conte! -Fui até a bolsa, peguei a faca sem que ela visse, escondi e virei-me de volta.
-Você sabe que não tenho mãe, nem pai. Não sabe?
-Sei sim... -Disse tentando disfarçar a animação.
-Eu a matei. A matei e matei meu pai, também matei outras quatro pessoas. Tudo começou com treze anos,-sorri -eu tenho um dom que poucos tem. Eu sei brincar de Deus.
-Que brincadeira é essa? -Falou. Seu sorriso sumiu, levando sua animação também.
-Não é uma brincadeira, babe. Eu matei seis pessoas até hoje... -Ágil como sempre fui, antes que ela se afastasse dei-lhe uma facada no estômago. Sorri satisfeito com sua reação e suspirei.-Você será a sétima, amor. Eu vou matar você, Lucia.
Eu sempre comecei pelo estômago, acho que gosto de imaginar que estou apenas dando uma dor de barriga aos meus jogos. Depois ia cortando o resto do corpo, dilacerando as artérias mais fáceis de encontrar, para que o jogo sangrasse até morrer. É bonita a cor do sangue tirado a força.
Enquanto Lucia sangrava no chão, eu peguei o velho disco e pus para tocar. Ninguém entende porque carrego um disco desses comigo e nem por que tenho um toca CD, mas Vivaldi sempre me embalava em ocasiões como essa.
Galero eu resolvi postar esse trechinho de uma fic que vou escrever. Aqui ela é original, mas quando eu postar vai ser Larry, e essa parte é um flashback :) espero que gostem. ❤
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Caro Zorate, Flashback
Short StoryUm menino, um distúrbio, uma namorada. Dizem que temos que aproveitar a vida como se fosse nosso último dia na terra, e ele não tinha nada a perder, tinha?