História Número Um: Bissexual. Eu acho.

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Bom, eu realmente estou animada para escrever alguma história aqui, por isso eu resolvi... Tã dã dã dãããã... ESCREVER SOBRE MIM! Espero que isso inspire vocês a mandarem alguma história para cá, porque eu realmente quero fazer alguma coisa que preste nas minhas férias! hahahaha

Já aviso logo que eu não tenho muitas histórias para contar, por conta da minha idade (não, não vou dizer aqui. DESISTAM!), mas tenho algumas histórias, sim! Então, lá vai.


Eu faço terapia. Acho que esse é um fato interessante sobre mim, e acho que as pessoas devem saber. Acho que não sou louca, acho que não sou psicopata, nem sociopata, não vou sair matando pessoas, nem falando sozinha e nem sendo esquizofrênica. Essa é a visão que muitas pessoas têm de "pessoas que fazem terapia".

Isso está bem longe de ser a verdade. Terapia é auto-conhecimento, portanto, seria bem interessante se todos fizessem terapia, já que é muito interessante conhecer a si mesmo. Mas não é bem assim.

Enfim, não é isso que eu queria contar aqui.

Cheguei a uma idade que quase todo mundo questiona um assunto bem específico: sexualidade. Esse é um assunto que chega a ser um tabu - algo que é errado, já que nós nascemos de sexo! E é amor! Todos sentem. Deveria ser um assunto que passa batido, mas não é. Enfim (de novo), eu questionei a minha sexualidade, e comecei a pensar muito isso. Não gosto muito de rótulos, mas gosto menos ainda de dúvidas.

Eu observei a mim mesma, os meus sentimentos, a cada vez que eu via uma menina, um menino, algum artista na televisão.

Eu sentia as coisas. Ainda sinto. Eu diria que eu sou uma pessoa que sente demais, mais do que o que seria considerado necessário. Nunca tinha visto isso como um problema, na verdade. Só que eu comecei a chorar demais e a arranhar o meu próprio corpo. Um dia, estava no meu quarto ouvindo música (ouvindo Joplin, ou seja, não era um momento exatamente feliz), quando, de repente, me vi na cozinha, com uma faca nas mãos.

E foi aí que eu comecei a me assustar. Eu entrava em transes e não sabia o que poderia fazer quando estava "dentro" deles. Eu comecei a me desesperar, ficar com medo de viver, de machucar alguém, ou machucar a mim mesma mais seriamente - fisicamente falando. Comecei a ir num psiquiatra, juntamente com a psicóloga, e eu sentia.

Minha vida seria considerada perfeita. Não tinha pais divorciados, minha família não é pobre, não passo fome, meus avós me dão tudo que eu quero, moro em uma casa boa, tal como os meus avós e tios... Qual é o problema na minha vida?, vocês devem se perguntar.

O problema era que eu sentia demais, sentia dor ao saber do sofrimento das pessoas. Empatia, é o nome desse sentimento. Eu sentia empatia demais nas pessoas. Eu sentia a dor daquele homossexual que foi morto em um beco em algum lugar, eu sentia a dor de um trans que é vítima de olhares quando anda na rua ou faz uma viagem de metrô, eu sentia a dor de um homem negro que vai a uma entrevista de emprego e não consegue o cargo por causa de sua cor, eu sentia a dor da mulher que foi estuprada e todos dizem que ela mereceu por causa de sua saia curta.

A minha psicóloga achou estranho o fato de eu ter uma sensibilidade maior a assuntos relacionados a sexualidade do que aos outros, e, quando eu contei a ela: "Acho que sou bissexual", ela me disse que era desde esse momento que desconfiava.

Não tenho certeza se sou bissexual. Nunca tive relações sexuais, portanto é impossível saber. Mas eu me atraio por homens e mulheres, e isso eu posso dizer. Sou desapegada a pessoas - sou muito apegada a objetos, admito -, e a cada mês gosto de alguém - romanticamente -, seja menino ou menina.

Posso ser pansexual, ou qualquer outro tipo de sexualidade - existe de tudo, não é? -, mas por enquanto acho que me encaixaria em bissexual mesmo.

Mas eu não gosto de rótulos. Eu me apaixono por pessoas, sejam elas meninas ou meninos, e é isso que importa. Na verdade, é isso que importa para mim. Não importa para mais ninguém do que eu gosto. Se algum dia eu me apaixonar por uma embalagem de xampu, tudo bem também, e isso só interessa a mim. Não preciso criar um rótulo para isso, e postar no Facebook que estou em um relacionamento sério com a tal embalagem.

Eu só devo satisfação a mim mesma quanto a esse assunto.

Ninguém precisa saber se eu gosto ou não de macarrão, se eu gosto ou não de frango, se eu gosto ou não de rock, então para que as pessoas precisam saber se eu gosto ou não de garotos?

Ninguém precisa saber se eu gosto ou não de macarrão, se eu gosto ou não de frango, se eu gosto ou não de rock, então para que as pessoas precisam saber se eu gosto ou não de garotos?

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Bem, esse é o meu texto. É assim que eu me sinto - estou até surpresa do quão rápido eu escrevi isso -. Acho que esse texto já é considerado uma história, não é? Enfim, não fique acanhado se a história que você quiser mandar for parecida com essa. Todas as histórias são diferentes e importantes! Mesmo que parecidas, todas são importantes o suficiente para aparecem aqui no livro! Todos vocês têm voz e tudo o que vocês sentem, tudo o que vocês já passaram importa!

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