Peguei minha bolsa, me olhei uma última vez no espelho, eu usava uma saia rosê reta que ficava pouco a baixo da metade da coxa, uma blusa branca fina e de mangas que iam até meu cotovelo. Meu cabelo tinha ondas nas pontas e eu havia passado um batom rosa claro. Ia jantar na casa dos meus pais, precisava estar bem arrumada.
Chamei um táxi, meu pai queria que eu tivesse um motorista mas eu achava aquilo totalmente desnecessário. Alguns minutos depois finalmente cheguei em casa, o jardim estava bem cuidado e a porta de vidro havia sido substituída por uma de maderia que tinha um puxador enorme.
Ajeitei a bolsa enquanto carregava o pote de chá cítrico na outra mão, minha mãe amava aquele tipo de chá, principalmente no inverno. Toquei a campainha e logo minha mãe abriu a porta.
" Cortou o cabelo?" Foi a primeira coisa que ela disse antes de me abraçar e quase me fazer derrubar o pote de chá.
" Precisava de uma mudança " sorri fraco.
" Você fica tão linda com os cabelos soltos" enrolou uma mecha " entre, está ficando frio."
Entrei logo sentindo o cheiro de porco assado, a comida favorita do meu pai, olhei em volta, desde a minha última visita poucas coisas tinham mudado. O sofá continuava no canto próximo ao piano, e Dory — a cadelinha que minha mãe amava como se fosse uma filha — ainda dormia em cima do centro de vidro.
" Comprei isso" lhe entreguei o pote de chá " sei que a Senhora gosta, se misturar 2 colheres disto com água vai aumentar sua imunidade."
" Obrigada" sorriu " vamos, seu pai está no escritório mas logo irá descer."
Segui minha mãe até a cozinha, o jantar parecia estar pronto, tínhamos uma empregada, mas quando eu jantava em casa, minha mãe dava folga para a Aeri e fazia o jantar. Coloquei as tigelas na mesa, em seguida ajudei minha mãe a por as travessas com comida.
" Querida, você pode chamar o seu pai? Não quero que o ensopado esfrie."
" Tudo bem."
Segui pelo corredor, subi as escadas de mármore branco, o escritório do meu pai era a última porta do corredor. Ele costumava passar horas trancado ali, resolvendo as questões da loja de pescados.
" Appa?" Bati na porta " o jantar já está pronto, o Senhor vai demorar?"
Ouvi um barulho de algo sendo tirado de lugar, então pouco depois ele abriu a porta. Meu pai era bem mais alto que eu, apesar de estar com quase 50 anos, ele ainda parecia jovem. Os cabelos pretos eram curtos, mesmo dentro de casa ele usava roupas formais, estava com uma blusa de botões cinza e uma calça de linho preta.
" Não sabia que você já tinha chegado" ele sorriu e me abraçou " vamos."
Ele fechou a porta atrás de si, descemos e nos juntamos a minha mãe na mesa de jantar. Eu tinha traços muito parecidos com os da minha mãe, o que mais me diferenciava dela eram os meus cabelos tingidos de loiro.
" Como anda a faculdade? Nenhum garoto está se engraçando com você, está? " meu pai questionou enquanto se servia.
Lembrei de Sehun, no entanto era melhor não tocar naquele assunto.
" Não " sorri " estou focada em estudar, minhas notas continuam ótimas. "
" Essa é a minha garota."
" Jeon Jae!" Minha mãe o repreendeu " na idade da Momo eu já namorava com você. Não pode prendê-la."
" Não a estou prendendo, querida" pegou seus hashis" depois da faculdade ela pode pensar em namorar."
" Não ouça o seu pai" minha mãe sorriu pondo um pedaço de porco assado para mim" eu acharia ótimo se você namorasse."
" Não se preocupe, omma. Eu estou bem assim."
Meus pais tinham conhecido Sehun uma vez, meu pai não gostou muito mas a minha mãe tende a gostar de quase todo mundo.
Conversamos durante todo o jantar, era bom estar em casa, eu me sentia acolhida ali, como se nada pudesse me machucar. Estávamos na sala, assistindo Tv e comendo doce de figo quando o celular do meu pai começou a tocar sem parar.
" O Senhor não vai atender?" Encarei a tela do celular, era um número desconhecido.
" Não é nada importante." Derrubou a ligação.
" Pode atender, nós esperamos."
Ele se levantou indo atender o celular, minha mãe tinha ficado um pouco tensa. O que estava acontecendo?
" Tem alguma coisa errada?" Minha mãe parecia estar preocupada.
" Não " sorriu nervosa e pôs Dory no colo" seu pai que sempre está ocupado."
Não parecia ser só isso.
Por anos nunca questionei as coisas que se passavam naquela casa, mas agora parecia ter algo faltando ali.
" A Senhora sabe que pode confiar em mim, não sabe?"
" Claro " acariciou a cadelinha" mas não tem nada para se preocupar."
10 minutos se passaram sem que meu pai voltasse, eu odiava bisbilhotar as coisas, porém algo dentro de mim me dizia para ir ver o que estava acontecendo.
" Com licença, vou ao banheiro" menti.
Assim que saí da vista da minha mãe, subi as escadas, só parei quando ouvi a voz do meu pai vindo do escritório.
" A minha filha está em casa, eu disse para não me ligar hoje" disse sério " dê um fim nele..." sem querer fiz barulho e ele parou de falar" nos falamos depois."
Apenas continuei andando e fingi que estava indo em direção ao meu antigo quarto.
" Filha?" Meu pai me chamou.
" Eu só queria pegar um vestido que deixei aqui" menti me virando para ele" o Senhor ainda está ocupado?"
" Não, ninguém vai mais nos incomodar" ajeitou a gola da camisa" ainda sabe tocar aquela sinfonia de Mozart?"
" De cor e salteado. "
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Momo jantando em casa
Será que tá tudo bem mesmo?
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Playing with fire 《 Chanyeol 》
FanfictionMomo finalmente tinha começado a se libertar das mágoas do passado mas tudo parece ir por água abaixo quando Chanyeol acidentalmente põe fogo em seu cabelo. Se sentindo culpado ele passa a se aproximar da garota e tentar achar um jeito de se redimir...