Natasha Kirk sorriu enquanto embolsava o terceiro maço de dinheiro da noite e entregava um saquinho de pílulas coloridas a uma pessoa qualquer. Ela tomou um gole do seu drink. Sem álcool; precisava estar sóbria para negociar.
A música alta reverberava pelo pequeno galpão onde acontecia a festa. Natasha jogou os braços para cima, extasiada, e moveu-se junto com o ritmo. Foi desconectada de seu momento de diversão quando seu celular vibrou em seu bolso. Um número desconhecido mandara uma mensagem de texto.
Número desconhecido: eu tenho interesse em comprar algo que você vende
Ela desconfiou. Não gostava de negociações com alguém sem rosto. Poderia ser alguém da polícia, ou simplesmente um bisbilhoteiro desagradável.
N: só trabalho cara a cara
Número desconhecido: me encontre do lado de fora do galpão e podemos conversar
Ela o fez, enquanto pensava em suas alternativas caso fosse uma armadilha. Fugir? Não conseguiria. Lutar? Seu canivete suíço não tinha muita chance contra armas mais desenvolvidas. Distrair? Talvez, porém não seria de muita ajuda. Mentir? Até agora a melhor das opções.
E claro, também tinha aquela. Aquela que ela prometera nunca mais usar.
Chegando na localização combinada, Natasha se deparou com uma moça de cabelos tingidos, cor lilás. Ela ficou um pouco supresa, mas ainda assim a abordou.
"Sem ofensas, mas eu achei que fosse um cara querendo comprar. Não importa. É fim de noite, então não tenho muitas variedades. O que vai ser?"
"Eu não quero comprar nada, na verdade. Estou aqui em nome dos meus empregadores."
Natasha bufou. Não estava com paciência para papos misteriosos.
"Não estou interessada. Se não quer comprar, eu vou embora."
"Eu sei o que você pode fazer com seu cérebro."
Estas palavras tomaram Natasha de surpresa. Ninguém sabia seu segredo. Ela não era íntima de ninguém, como alguém poderia saber?
"Meu cérebro é normal, como o seu. Você deve estar me confundindo."
"Natasha Kirk. 17 anos, 18 em dois meses, nascida dia 23 de agosto. Órfã, vive em uma mansão comprada quase completamente com dinheiro da venda de drogas, lícitas e ilícitas. Dirige um Volvo com teto solar e, não podemos esquecer, possui a habilidade de conectar o próprio cérebro com o de outras pessoas, o que te permite ler mentes, acessar memórias, causar dor e (apesar de você desconhecer esse fato) rola uma telecinese no meio dessa maçaroca."
"Eu não... Eu nunca causei dor."
"Não voluntariamente, claro que não. O que importa aqui é: meus empregadores tem uma proposta, envolvendo dinheiro, para você usar seus poderes."
"A resposta é não. Dessa maldição, eu quero apenas distância."
A moça suspirou, impaciente. "Vou reformular: uma proposta, envolvendo muito dinheiro, para você usar seus poderes em função de uma causa nobre."
"A resposta ainda é não. Pode ser difícil pra você compreender, mas eu não quero usar meus... minha... isso." Natasha apontou para a própria têmpora. "Eu não pedi para nascer com eles, e tenho feito um bom trabalho em reprimi-los por um bom tempo. Agora, se não vai comprar, eu vou embora."
YOU ARE READING
Outlaws
Teen FictionQuando todos os super-heróis se aposentam, um jornal online a beira da falência precisa continuar a escrever suas matérias. Para isso, eles precisam contratar novos heróis e acabam recorrendo a um grupo de jovens que são, para começo de conversa, pr...