Taehyung abriu os olhos, puxando uma grande quantidade de ar para seus pulmões. Ele tocou seus lábios com a pontinha dos dedos. Seus olhos vagaram pelo ambiente, seu coração apertou quando percebeu que Jungkook não estava lá.
"N-não," a voz do garoto saiu trêmula e amedrontada, "Ko-Kook..."
Jungkook não estava ali. Havia sido apenas um sonho.
"Kook," Taehyung gritava o nome de Jungkook como um mantra, as lágrimas escorriam livremente por suas bochechas.
Retardado, uma voz ecoou em sua mente.
Taehyung levou suas mãos às suas orelhas, fechando os olhos com força. Cambaleou para fora da cama e se jogou de costas contra a porta do quarto, seu corpo colidindo com a madeira resultou em um baque extremamente alto.
"Kook," Taehyung olhava para os lados desesperadamente, o quarto pareceu ficar mais escuro e pequeno. Um soluço escapou da garganta do garoto, ele gritou mais uma vez, ferindo seus braços com as unhas.
"Taehyung, meu bem?" a voz da mãe do garoto de olhos castanhos podia ser ouvida, mas abafada graças aos gritos de Taehyung. A mulher tentou abrir a porta, mas a força que as costas de Taehyung exerciam contra a porta a impediam de realizar tal ato.
Taehyung encarou seus braços, parando de gritar por um momento. Sua respiração ficou mais pesada quando ele viu os filetes de sangue escorrerem por sua pele branca. Taehyung embrenhou os dedos em seus cabelos, batendo a cabeça contra a porta.
"Para!!!" Taehyung implorou, esperneando contra o nada. Seu corpo tremia compulsivamente, seus olhos se focavam em um ponto aleatório do quarto e logo desviavam. Uma espécie de rosnado escapou dos lábios do garoto, seus punhos passaram a golpear seu próprio corpo em diferentes regiões.
Kim estava desesperada; sabia muito bem que seu filho estava ferindo a si mesmo naquele quarto. Não havia nada que ela pudesse fazer. Taehyung nunca nunca havia tido um surto tão intenso e cruel como aquele.
"K-Kookie," ela ouviu Taehyung choramingar baixinho, sua voz estava fraca e trêmula.
Jungkook.
Ela não sabia ao certo o que aquele garoto havia feito para seu filho, mas talvez ele fosse o único calmante para Taehyung.
Ela ouviu o menino se afastar da porta, então finalmente pôde abri-la e adentrar o quarto. Levou suas mãos à boca ao ver o estado de seu filho, "Taehyung," a mulher sussurrou, completamente desesperada; incontáveis hematomas espalhados pelo corpo, principalmente no rosto, uma pequena quantidade de sangue escorrendo dos arranhões em seus braços.
"D-deixa Taehyung em p-paz..." Taehyung balbuciou enquanto puxava os próprios fios de cabelo. Estava quase sem voz devido aos gritos de medo e raiva.
Com as mãos trêmulas, Kim retirou o telefone de seu hobbie, digitando rapidamente o número de Jungkook. O garoto de olhos escuros atendeu no terceiro toque, sua voz rouca e sonolenta, certamente por ter sido acordado às duas da manhã.
"Jungkook," Taehyung instantaneamente levantou o rosto ao ouvir o nome de seu príncipe ser proferido, "Taehyung não está nada bem."
Mais um grito de Taehyung ecoou pela casa, ele se levantou e tomou o aparelho da mão de sua mãe, lançando-o com força contra a parede.
(...)
Sem entender nada, Jungkook jogou seu celular de volta na cama. Sentiu um aperto ruim em seu coração.
Taehyung não está nada bem.
"Merda," praguejou antes de se levantar da cama, ajeitando a barra de sua blusa de um time de basquete aleatório. Calçou rapidamente seus all-stars surrados antes de pegar seu celular na cama e descer as escadas em passos furtivos e ao mesmo tempo rápidos.
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special ; tae!kook
RandomJungKook estava em uma busca desesperada por um emprego na tentativa de juntar dinheiro e comprar o celular dos seus sonhos. Uma proposta de trabalho inusitada lhe apareceu e ele não pensou duas vezes antes de aceitar. O que ele não sabia era que ir...