sonhos nao realizados

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Acordo cedo, como num dia qualquer, deixo minha esposa Sara dormindo e me levanto para preparar nosso café da manhã. Hoje vai ser reforçado, último treino para o jogo decisivo na semana que vem.

Vou ao banheiro e faço minhas necessidades, olho-me no espelho e vejo o que todos vêem - um cara alto, cabelos castanhos e lisos, olhos verdes, músculo e sorriso branco- mas não sabem que não sou apenas isso. Tenho minhas ambições e vontades, tenho meus motivos para continuar de pé.

Quando a pessoa de repente vira um jogador famoso - e gostoso- é difícil se acostumar, onde quer que eu vá, tem alguém me seguindo e tirando fotos minhas, é um verdadeiro "pé no saco". Mas há males que vem para o bem. Agora posso pagar uma boa educação para meus meninos, posso dar tudo o que eles precisam.

Todas as manhãs eu insisto em fazer nosso café da manhã, já virou uma rotina,  e não é a fama que vai mudar isso.

"Gerry passa a bola pra mim" escuto do outro lado do campo, Coloco minha força na perna esquerda -sim, sou canhoto- e mando para Harthur - um moreno dos olhos castanhos e quase do meu tamanho- que imediatamente pega a bola,  e começa a driblar os outros caras, eu corro para perto do gol e fico atento ao passe dele. Ele passa a bola para Tobby -Parece nome de cachorro- que manda a bola para mim e eu marco um gol.  GOLAÇO!

"Tudo bem,  vamos dar um descanso". Nosso treinador apita e vamos para o banco.

Após um longo treino, tomamos uma ducha e é hora de voltar para casa. "Harthur, uma cerveja hoje lá em casa?! " pergunto e ele acena com a cabeça sorrindo e volta a falar com Tobby e os outros. Subo na minha Hayabusa azul, coloco o capacete e vou em direção ao colégio de Shown. Vou fazer uma surpresa para ele hoje.

Sinal fechado, penso em preparar alguma coisa hoje, uma surpresa para minha esposa que está sempre ao meu lado,  ou levar Shown e Arlec ao zoológico - tentando não ser parado por fãs a cada cinco minutos. Um barulho alto me tira dos pensamentos, sinto meu corpo sendo jogado para a frente após uma forte batida em minhas costas e tudo fica escuro.

Está tudo escuro,  onde estou? Não enchergo nada. Vejo ao longe uma pequena luz branca. MAS O QUÊ?! Eu não posso morrer assim!  E a faculdade do Shown? E a minha esposa?  E os filhos do Arlec?  Não!  Eu ainda não vivi o suficiente,  não posso deixar este mundo assim. A luz branca começa a ficar maior, e eu corro na direção oposta, corro o mais rápido que posso,  eu não posso morrer agora. Quanto mais eu corro,  a luz branca fica maior, de repente eu caio, e a claridade me engole.

 O Jogo FinalOnde histórias criam vida. Descubra agora