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Amanda narrando

Acordo com a campainha tocando várias vezes, pego meu celular e olho a hora. 00:35hrs, qual o ser humano que toca a campainha dos outros a essa hora da madrugada? Amanhã tenho aula logo cedo. Poxa.

Me levanto da cama e finalmente chego na porta, levanto os pés e olho no olho mágico porém não vejo nada. Apenas uma coisa no chão.
Então abro a porta e vejo um cesto, quem irá tocar a campainha e ainda por cima colocar um cesto na sua porta? Só sendo gente doente mesmo.

Me abaixo e retiro o lençol, mas não acredito no que eu acabo de ver. Havia uma bebê dormindo, porém se mexia um pouco. Talvez pelo incômodo.

Qual é o ser humano que faz isso? O que eu vou fazer?

— Olá. Tem alguém aí? – falo em um tom alto.

Olho por todos os lados, mas não vejo nada. Completamente nada, isso deve ter alguma explicação.
A pequena abre os olhos, pelo seu tamanho deveria ter apenas dias de vida ainda. Tiro ela dali e coloco em meus braços. Mas um papel cai no cesto. Me abaixo pegando o cesto e entro indo para o sofá.

Abro aquele papel que estava todo dobrado enquanto ela ainda estava no meu colo. Finalmente abrir a folha e tinha um texto, as letras pareciam trêmulas. Talvez a mãe tenho escrito na hora do nervosismo.

"Bom, nem sei por onde começar. Eu te conheço e você também me conhece, porém nunca tivemos a oportunidade de sermos amigas ou algo parecido.
Eu estou te dando minha filha, pois sei que você é capaz de dá a ela uma vida que eu não posso dá. Há semanas que eu te observo, e sei que você é uma mulher de responsabilidade, algo que eu não tive na hora de ter feito ela. Eu só tenho apenas 16 anos, não sei como cuidar dela, sei que foi um erro. Sei que eu deveria ter pensado antes de ter feito essa bobagem.

Agora estou indo embora pra outro estado, talvez um dia eu volte. Mas eu te peço de coração.. fique com minha filha, eu sei que dei ela pra uma pessoa de confiança. Isso é o que eu te peço, não dê ela pra ninguém... Cuide dela como se fosse uma mãe, uma coisa que eu não poderei ser, agora.

Ela ainda não tem nome, ela nasceu dia 10 de Setembro, tem apenas duas semanas que ela nasceu. Fique à vontade pra escolher o nome dela, e só tem mais uma coisa. As únicas roupas que ela tem estão na cesta. E é isso, eu sei que você pode fazer isso por mim.

                                                     xx."

Quem será a mãe dessa criança? O que eu vou fazer? Ela disse que me conhece e que sabe que eu tenho responsabilidade.

Eu não posso cuidar dessa criança, e minha vida pela frente? Qual o cara vai me querer quando souber que eu cuido de uma criança como minha filha e quem nem pais ela tem?

Ela já começa a se mexer, então mudo de posição. Coloco ela em pé nos meus braços e me levanto indo para o meu quarto pegar meu celular. Já se passava das 01:00hrs.
E minha faculdade amanhã? O que eu faço?

Vejo que ela já dormia então coloco ela na minha cama, e ponho ao seu redor dois travesseiros para que ela não possa cair. Me deito ao seu lado e fico olhando para ela, enquanto dormia.

"Eu te conheço e você também me conhece."

"Há semanas que eu te observo, e sei que você é uma mulher de responsabilidade."

"Eu estou te dando minha filha, pois sei que você é capaz de dá a ela uma vida que eu não posso dá."

Tentava dormir, mas essas palavras não saíam dá minha cabeça. Será que eu realmente devo cuidar dela como se fosse minha filha? Não posso da pra algum desconhecido, mas também não posso cuidar de uma menina pro resto da vida, da noite pro dia.
Diminuo a temperatura do ar condicionado, por causa dela e então tento mais uma vez pegar no sono e dessa vez eu consigo....

OliviaOnde histórias criam vida. Descubra agora