"Se tiver que perguntar, jamais saberá
Se souber, só precisará pedir"
— Helena Ravenclaw.
Marlene McKinnon era um enigma para cada uma de suas colegas, e Lily Evans foi a única a atrever-se a desvendá-la. A garota isolada, que dava-se melhor com os garotos, mais especificamente, os marauders, agora era a sua melhor amiga.
Desde o momento em que conheceu Severus, e recebeu sua carta de Hogwarts, ela queria desvendar esse novo mundo, cada pequeno detalhe dele, o que só a fazia ficar mais horas na biblioteca, e ser a melhor da turma do primeiro ano. A cada ano que se passava, ela conseguia desvendar cada mistério.
Sua matéria favorita era poções. Não apenas porque a lembrava de cozinhar, e tinha mais afinidade nela, mas também por suas dificuldades e segredos. Transfiguração era difícil, mas não tinha tantos segredos quanto poções. Afinal, qual era a função de cada um dos ingredientes? O que o excesso poderia modificar em uma poção? E a falta? Era o tipo de coisa que não era mencionado nas aulas, nem nos livros, e ela só poderia descobrir manualmente.
Eram desafios pequenos, que logo eram desvendados, e ela precisava procurar por novos. Foi só quando chegou ao seu sétimo ano que ela percebeu que o maior desafio da sua vida estava à sua frente por todo aquele tempo, e ela sequer desconfiou, de tão grande que era o mistério, do quanto estava próximo dela durante todo aquele tempo.
Tudo começou quando descobriu que James Potter seria o novo monitor-chefe, ao seu lado. Tudo começou quando ele a cumprimentou pela primeira vez, com o comportamento completamente mudado.
— Por que você é amigo deles? — ela lembrava-se de ter feito essa pergunta a Remus, durante uma tarde de estudos na biblioteca, a voz desgostosa.
— Eles são bons comigo — foi o que Remus respondeu — Não é por isso que você era amiga de Snape? Porque ele foi bom com você?
Era uma boa resposta, que a fazia refletir. Como que Potter poderia ser tão bom com alguém? Ele só conseguia vê-lo rindo das pessoas. Certo, não das "pessoas" em si, mas de Snape e seus amigos da Slytherin.
— Acho que eu quem fui boa com ele, no final das contas — Lily murmurou para si mesma — Boa até demais.
— O que disse?
Ela parou de caminhar, sendo acompanhada por Potter.
— Nada, Potter — ela suspirou — Nada.
Diferente do antigo James, ele deu de ombros, e voltou a caminhar.
Sabia que tinha pedido por aquele tipo de reação pelos anos anteriores, mas isso só estava enlouquecendo-a ainda mais, criando uma aura de mistério ainda maior por parte dele. Lily nunca desistiu de um enigma, e não faria isso agora.
— Você parece bem melhor — ela sorriu para Remus.
Eles estavam na ala hospitalar, alguns dias depois. Há muito tempo que ela sabia sobre a licantropia de Remus, e há muito tempo ele sabia que ela sabia.
— Obrigado — ele sorriu levemente, quando ela colocou uma caneca de chocolate em cima da mesa, e alguns pergaminhos de anotação afastados.
— Você sabe que pode contar comigo — Lily comentou, casualmente.
— Eu não ficarei assim por muito tempo. Talvez eu volte para as aulas amanhã, ou depois... — Remus deu de ombros levemente, antes de tomar um gole do chocolate.
Aquela noite não era de ronda, e James pediu para trocar de lugar com outro monitor. Aquela não era a primeira vez, e era por isso que Lily estava, à noite, deitada no sofá do salão comunal da Gryffindor, fingindo estar dormindo.
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FanfictionLily Evans amava desvendar enigmas. Pessoas, livros, matérias escolares... Qualquer coisa que pudesse apresentar-lhe um desafio. O que pode acontecer quando ela descobre que a pessoa, que ela acreditava ser a menos enigmática de toda a Hogwarts, com...