- Juro que não percebo porquê a obsessão de toda a gente por este homem, não passa de um ator medíocre como todos os outros. – disse Savannah enquanto lia a revista trazida pela sua mãe. – Estão crianças a passar fome em todo o mundo, o tempo está horrível, cada vez há mais mortes na estrada, cada vez nascem menos crianças, porquê que não fazem dessas noticias uma capa?
Savannah é uma rapariga de 18 anos, com mentalidade de 30, é das poucas raparigas da sua idade que não se interessa minimamente por celebridades nem nada do género, a sua vida baseia-se em livros, em música clássica e no meio ambiente, outra das “coisas” que Savannah nunca se interessou foram os rapazes. Nunca tivera um namorado, e, segundo ela, nunca se tivera apaixonado, nem tencionava fazê-lo nos próximos 20 anos. Savannah tinha um objetivo: Salvar o meio ambiente e “criar” um mundo melhor, mas como é óbvio, isso não iria acontecer com homens a distraí-la.
É domingo, dia se fazer as compras para casa. Savannah entra no carro, dá à chave, mete a mudança, liga o rádio na estação de música clássica e prega a fundo ao Asda, mas ao chegar lá, depara-se com o supermercado fechado, então continua a conduzir, mas cada sítio por que passava estava fechado. A única solução era ir ao centro comercial que ela adorava, porque lá existe o único supermercado aberto 7 dias por semana, 24 horas por dia. Mas os centros comerciais estão na lista negra de Savannah, ela não percebe o motivo da sua existência, para ela, só as pessoas fúteis se importam com eles. Quando lá chega, nem quer acreditar na sua sorte (ou azar), à sua frente estava a haver uma sessão de autógrafos de Ian Somerhalder, foi nesse instante que Savannah percebeu o porquê de ele estar na capa de todas as revistas locais.
Savannah nem parou. Olhou para ele, soltou um suspiro e continuou em direção ao supermercado. E por lá ficou durante duas horas, a esperar nas enormes filas para pagar, então, com pouca paciência, decidiu ir beber um café.
- Gostaria de um Caramel Flan Latte, por favor. – pediu Savannah à empregada do Starbucks. Ela era linda, os seus olhos eram verdes como esmeraldas, o seu cabelo tinha a cor do mel, bastante comprido, mas que estava disfarçado por uma trança lateral e podia dizer-se que estava em grande forma física, o seu nome era Maddy. Savannah conseguiu lê-lo no seu crachá de identificação, e ficou a pensar como sempre sonhou ser uma rapariga assim… Savannah era completamente o oposto de Maddy. O seu cabelo era encaracolado e preto, os seus olhos não passavam do vulgar castanho, era bastante baixa, talvez menos de 1 metro e meio e um pouco “rechonchuda”… Mas quem se importaria com isso depois de ela salvar o meio ambiente?
Maddy voltou com a sua bebida.
- Desde que chegaste que aquele homem não pára de olhar para ti… Parece interessado… Desculpa o incómodo, sou a Maddy, já agora.
Savannah olhou para trás, e Maddy tinha razão. Esse homem que não parava de olhar para ela era Ian, que sorriu ao vê-la olhar para ele.
- Obrigado pelo aviso, os homens são todos iguais… O meu nome é Savannah.
Maddy esqueceu-se por momentos que estava em serviço e sentou-se ao lado da nova amiga.
- Vá lá Savannah, é o vampiro mais sexy à face da terra, não podes negar isso, a maior parte das raparigas e mulheres que estão neste café desejariam tê-lo a olhar para si. – Comentou Maddy com um sorriso nos lábios.
- Mas isso são elas, eu não quero saber. – Ao dizer isto, Savannah tirou um papel, apontou o seu número de telefone e disse: - Telefona-me quando estiveres de folga, podemos ir beber um café ou algo assim, agora tenho de ir.
Savannah agarrou nas suas compras e levantou-se para ir embora. Até que alguém lhe agarrou pelo pulso, impedindo-a, essa mesma pessoa, com uma voz masculina, disse algo como “espera”, mas ela nem percebeu. Era ele, era ele que lhe estava a agarrar.