P.O.V. Hermione.
Estava dormindo quando ouvi o barulho do celular, que eu tinha dado de presente a Rony, tocar. Ele se levantou, pegou o telefone e saiu do quarto. Quando ouço a porta se fechar, me levanto e fico ouvindo a conversa:
– O que foi? Espero que seja algo sério para me ligar a essa hora! – Ele reclama, alguém diz algo que não posso ouvir na outra linha e ele responde:
– Sério? Não dá pra ser amanhã? A Hermione está aqui. O que? Eu não vou inventar uma desculpa, ela ainda é Hermione Granger.
“Por que ele inventaria uma desculpa pra mim?“ Penso.
– Tá, ta. Eu vou! No ministério, em que sala? Eu sei onde é a sala de Harry Potter! A gente “trabalha” lá! - Ele falou sorrindo e dando ênfase no “trabalha.”
Não acredito, ele está me traindo e na sala de Harry? Eu ouvi isso direito? Não, não pode ser. Lágrimas escorrem pelo meu rosto, mas continuo ouvindo.
– Estou indo. Mas tem que ser rápido. Tchau. Até logo. – Ele fala e volto para a cama.
Rony pega um casaco e sussurra para mim:
– Já volto.
“Como ele tem coragem?” Penso.
Ele aparata e no mesmo instante pulo da cama e coloco um casaco, para no próximo segundo aparatar na porta da sala de Harry. Eu uso um feitiço de desilusão e espero, Ron já está lá dentro e depois de alguns minutos, Sophie, secretária de Harry, aparece.
Seguro-me para não voar nela, mas tenho que ter certeza. Ela entra na sala e ouço a conversa:
– Senhor Weasley? – Ela pergunta.
– Ah, olá Sophie. – ele diz, mas não consigo ouvir o que eles falam em seguida.
Encosto meu ouvido na porta e ouço uma frase que me revira o estômago:
– Obrigada, não sei o que seria da minha vida sem você! – Ele brinca e os dois riem. Ele se dirige a porta, mas a escancaro e retiro o feitiço.
– Hermione? – Ele pergunta.
– É, a Hermione idiota Weasley. Agora, ex-Weasley! – Eu berro.
– Hermione, não é isso... – Ele se explica, mas aparato antes que ele termine de falar.
Aparatei na sala da mansão Potter, sei que Gina está viajando a trabalho e Harry deve estar cuidando de James, mas eu preciso do meu amigo. Agora. Ele não está na sala, mas antes que eu possa chamá-lo a campainha toca e me escondo em baixo da capa da invisibilidade que está jogada no sofá.
– Até que enfim! – Harry resmunga enquanto vai atender a porta. – Rony? Pensei que você tinha se perdido no caminho... O que houve? – Ele diz puxando aquele idiota pra dentro.
– Sinceramente? Aconteceram muitas coisas e a primeira é que eu acabei de perder a minha esposa, ser acusado de traição e decidi que te odeio! – Ele resmunga.
– Que? Como assim? Ah, já sei! O que foi dessa vez? Brigaram pela cor da cortina ou você está no meio de outro complexo de inferioridade? – Harry disse entediado.
– Não, é muito pior que isso! – Rony disse, é claro! Porque eu deixei de ser idiota.
– O que pode ser pior que te ouvir se lamentando por horas a fio?
– A Hermione acha que eu a traio!
– Espera! Me explica isso.
– Hoje, quando você me ligou, pedindo aquela papelada, eu achei que ela estava dormindo, mas provavelmente entendeu tudo errado. – Bufou Rony.
Eu não creio que... Essa não...
– Mesmo? Que droga! Foi mal, Ron. – Desculpou-se Harry.
– Tudo bem, mas eu não sei se ela vai acreditar em mim... – Disse Ron.
– É claro que vai, ela te ama!- Assegurou Harry.
– Você acha?
– Eu tenho certeza. Sempre tive, desde quando vocês brigaram pela primeira vez! – Falou Harry seguro e eu tinha que concordar que ele estava certo.
– Eu nem sei mais. – Disse Rony se jogando no sofá.
– Você a ama? – Harry perguntou e eu tive medo, muito medo, da resposta.
– Mais que tudo na minha vida. – Assegurou Ron e me enchi de alegria.
– Então, pronto! Se você tem certeza disso, fale com ela e pronto! – Aconselhou Harry convicto.
– Harry, você se esqueceu que eu sou Rony Weasley e não você? E se ela disser que não me ama mais?
– Não, eu não me esqueci que você é Rony Weasley, porque esse foi o motivo pelo qual a Mione se casou com você! Ron, você acha que se ela não te amasse, tinha dispensado o Krum, você acha que se ela ligasse pro seu sobrenome, teria o aceitado, se casado com você?!
– É, não... Você tem razão, mas o que eu faço agora? – Admitiu Rony. – Eu não quero perdê-la, eu não posso, Harry. Não posso.
Harry se sentou ao seu lado no sofá e disse:
– Só vá atrás dela e diga tudo o que me falou. É simples.
– Não é tão simples, mas se é o único jeito... Eu vou atrás dela e vou falar tudo. – Ele afirmou e se levantou.
Meu coração saltou de alegria, antes que ele chegasse a porta, joguei a capa no chão e sussurrei:
– Não precisa, eu sempre soube disso.
Ele se virou em um pulo, sua boca abria e fechava, mas não conseguia dizer nada. Eu fiz a única coisa que podia fazer: O beijei, ele ficou confuso no início, mas correspondeu. Nesse beijo, eu expressei o meu pedido de desculpas e ele, o seu perdão.
– Hã, Hã! - Pigarreou Harry. – Isso é tortura, a Gina viajando e vocês nesse agarramento. Virou mania se beijar na minha frente?
– Para de ser carente, cicatriz, e vem cá! – Falei,o puxei pra um abraço e dei outro beijo em Ron.
– Ei! Vão para um quarto! – Harry disse. Todos rimos e em seguida, nos sentamos para jantar e conversar. O que eu pensei ser a pior noite da minha vida foi uma das melhores.
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Ciúmes
Short StoryCiúmes. Essas seis letras podem representar muitas coisas, inclusive a salvação de um relacionamento ou a destruição do mesmo. Hermione, agora Weasley, conhece muito bem esse sentimento. Quando Ron Weasley, seu marido, sai no meio da noite depois de...