Capítulo Dois

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-O que farei com você agora? – Ele disse olhando em seus olhos.

O seu corpo estava parecido com um iceberg, frio e duro.

-Você tem algum problema? – Ele falou chegando mais perto – Porque você não grita? Porque você não corre?

Mais uma vez não houve resposta, e você pode ver que ele estava perdendo a paciência.

-Responda! – Ele disse alterando um pouco a voz.

Você fecha os olhos e em um sussurro diz:

-Por favor, eu não vi nada.

-Oque? – Ele pergunta.

-Me deixa ir por favor – você diz abrindo os olhos e o vendo com o ouvido próximo de sua boca – Eu juro que não vi nada.

-Não seja ridícula – ele diz exasperado enquanto passava por você – Você não é estupida e muito menos eu. Nós dois sabemos que você viu, não tem mais volta.

-Por favor – você sussurrava, sem coragem para se virar e ver o que ele tanto mexia.

-Você viu demais – ele disse agora próximo a você – Sinto muito.
E com um baque você cai inconsciente no chão.

Ele volta para a cozinha e joga o rolo de massa que ele usou para nocautear S/n encima da bancada, puxa uma gaveta e tira de lá uma faca. Ele se aproxima de S/n ainda inconsciente no chão e sobe encima dela com a faca pressionada contra o pescoço da mesma. Agora era fácil, ele já havia feito um milhão de vezes, era só deslizar a faca pelo pescoço e ela estaria morta, simples. Mas ele não conseguia, alguma coisa o impedia, talvez fosse a curiosidade que aquela garota despertava nele, talvez foi o medo de ser pego se matasse alguém tão próximo de si, seja o que for ele não a matou.

-Porra – ele praguejou.

Ele deixou a faca no chão e pegou s/n no colo e a levou para o andar de cima. Ele a colocou em sua cama, a observou por alguns segundos antes de sair trancando a porta. Ele desceu as escadas e foi rumo ao porão, o seu cômodo da tortura. O corpo de sua vítima ainda se encontrava sem vida no chão. Ele pegou um avental ali posto e começou os procedimentos de descarte. Algumas horas depois o porão estava limpo, sem nenhum vestígio de sangue ou de corpo. Satisfeito com sua limpeza ele saiu do porão trancado a porta ao passar. Ele foi para a cozinha e preparou um lanche antes de subir para o andar de cima. Ele abriu a porta de seu quarto e encontrou s/n ainda deitada, ele colocou a bandeja com a comida no criado mudo ali perto e depois voltou para trancar a porta.

-Eu sei que você está acorda – ele disse – Anda eu não mordo.

Você se mexe desconfortável, mas senta na cama evitando o olhar de Jungkook.

-Coma – ele ordenou.

Você olhou para a bandeja ao seu lado, parecia muito apetitosa, mas você estava com receio de come-la.

-Eu não envenenei sua comida – ele disse interpretando seu silencio – Não é assim que eu mato as pessoas.

-E como é então? – Você disse o olhando de modo desafiador.

Os olhos dele faiscaram perigosamente.

-Coma – ele ordenou mais uma vez.
-Porque você não me matou? – Você pergunta.

-Muito arriscado – ele disse após uma pausa – A polícia nos viu juntos, somos noivos afinal de contas, seria suspeito se você simplesmente sumisse.

-Mas você podia ter me matado e ido embora, sei la – você insistiu.

-Você quer que eu te mate? – Ele perguntou com uma voz calma.

-Não – você respondeu prontamente.
-Então não me questione. – Ele finalizou.

-O que você vai fazer comigo agora? – Você perguntou mesmo temendo a resposta.

-Eu não sei. Não posso deixar você ir, mas também é perigoso deixar você ficar – ele respondeu mais para si mesmo do que para você.

-Perigoso? – Você questiona.

-Meu instinto assassino pode falar mais alto alguma hora dessas. – Ele respondeu com um sorriso no rosto.

O seu corpo todo tremeu com aquela frase.

-Não, você vai ter que ficar. – Ele disse após um suspiro – Bem-vinda a sua nova casa.

-Eu não posso ficar aqui. – Você disse em desespero – Eu tenho uma vida, um trabalho, pessoas que vão sentir minha falta e...

-Ninguém vai sentir sua falta – ele disse se levantando – Ninguém de fato se importa, eles só fingem é patético.

Você não ousou responder, ficou estática vendo aquele homem parado na sua frente. Aquela seria sua vida de agora em diante?

-Coma – ele disse por fim se dirigindo para porta – E nem pense em gritar ou fugir. Saiba que eu posso muito bem matar todos os seus conhecidos. Tenha uma boa refeição.

Ele saiu trancando a porta e te deixando presa naquela nova realidade. 




A Casa ao Lado (Jungkook Long Story)Onde histórias criam vida. Descubra agora