Houve um tempo onde eu desconhecia minha essência,minhas perguntas sempre tão irracionais.Buscava por insanidade,fugia de comodidade.
Porém me faltava algo.Algo não se encaixava.
O canto dos pássaros não soavam da mesma forma.Eu ainda não interpretava os dias nublados.Lidar com a ausência do Sol e das pessoas era tão difícil.Me fazia imaginar que partidas tornariam meu mundo tão inóspito.Todavia eu ainda não tomava juízo do rumo que coisas levariam.
Sofria de um imediatismo exacerbado,poupava uma energia desnecessária,confesso-te.E punha fim na mesma em um amor desgastante qualquer.Baseado em materialismo e superficialidade,onde não havia espaço para os meus exageros tão abstratos.Que limitaria minha energia, ou na pior das hipóteses sugaria cada gota da minha positividade.
Aí como o imediatismo é tóxico,me consumia pouco a pouco de uma maneira tão nociva.Me manipulava.Me enganava sem ao menos sentir piedade por um minuto que fosse.
Contudo,foi em um desses dias nublados,como outro qualquer que eu provei das sensações desconhecidas.Onde senti de calafrios à calidez.
Era como se gelificassem cada partícula do meu corpo e no mesmo instante uma onda ardente percorresse liquefazendo. Era paradoxo demais,e nesse paradoxo tão lascivo eu me envolvia cada vez mais,permitindo que tudo aquilo tomasse posse do que eu desconhecia e me revelasse a utopia mais devassa e maravilhosa que eu poderia um dia ter imaginado.
Dos erros se fazia os passos embebedados de vigor,e construía uma forma tão particular de enxergar os obstáculos,isso sem dúvidas provocava um fascínio a mais.
E os que eram bem executados faziam com que cada poro obtivesse um instante libidinoso de alma.Que me fazia aspirar por mais e mais,e essa ânsia me dava o conhecimento particular que eu almejava.
Os giros me tiravam do centro que a sociedade insistia em impôr todos os dias. Extirpavam todo o racionalismo que a vida havia tentado cravar em mim.
Tudo isso me assegurava uma plenitude do que eu era,e de que nada era tão duradouro quanto o meu deleite por aquilo que havia me presenteado com as sensações mais inéditas que eu poderia ter.Me desprendia de toda hesitação que eu poderia gerar.Me fazia ter a certeza de que eu era tão inconstante,mas que isso de fato não mudaria minha essência,apesar de acrescentar muito à ela.
E desde então,eu nunca fui a mesma,e sou grata por isso!Haha.
Desafortunados daqueles que desconhecem o prazer de se autoconhecer.
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Quando eu me desconhecia
PoetryEis aqui uma homenagem ao ato que me fez tomar conhecimento do que eu era,e me fez amar cada detalhe da maneira correta.Hahahaha