- Claire, disseram que queria falar comigo - pronunciei colocando a cabeça pra dentro do escritório - Tá tudo bem?
- Tá. Entre e feche a porta. - ordenou
Entrei e me sentei em frente a diretora do lar.
- Então, você completou 19 anos e como já é de praxe deve saber que deve deixar o lar, certo?
- Hurum.
- Ótimo. Preciso do seu quarto para amanhã. - soltou olhando para a tela do computador.
- O quê? Mas eu ainda não tenho para onde ir. Tenho direito a 15 dias para me ajeitar em outro lugar. Não pode me tirar assim.
- Até onde eu sei isso é um problema seu. Eu não vou me preocupar com isso, ok. Quero que o quarto esteja desocupado até as 15hrs.
Pisquei tentando sair da confusão na qual minha cabeça tinha se tranformado. O que eu faria?
Não tenho para onde ir e eu sequer conheço alguém fora do lar.Olhei novamente para a mulher a minha frente. Claire havia assumido a direção do orfanato pouco tempo depois de eu ser transferida para cá. Era uma mulher de meia idade que exalava poder. O orfanato era mais como um hobbie de caridade, uma jogada para melhorar ainda mais o status dela. Ambiciosa e mal humorada. Mas ela não era de todo mal, dias seus dias de bondade.
- Não olha para mim com essa cara de piedade. - depois de um curto tempo soltou o ar cansada - Olha. Sei que é difícil pra você e mesmo eu não tendo muito a ver com isso eu vou te ajudar.
Ela apoiou os cotovelos na mesa e se inclinou.
- Amélia, a cozinheira, vive num casinha nos fundos do orfanato, você deve saber disso - assenti - ela precisou ir resolver uns problemas de familia e eu consegui o lugar para você essa noite.
- Obrigada por isso - agradeci sincera
- Tá.
Levantei indo em direção a porta da diretoria.
- Garota! - me virei - Quando terminar passe aqui para pegar seus documentos e a carta de recomendação escolar.
Assenti e sai da sala.
Subi as escadas, encontrei com algumas crianças correndo, e sorri com aquilo eu ia sentir falta delas. Fui para ala da meninas e entrei no quarto, arrumei minha coisas e sai.
(...)
Eu passei a noite em claro. Minha cabeça não parou nem um segundo, eu sabia que precisava estar disposta no dia seguinte mas mesmo que eu tentasse o sono não vinha.
Quando faltava pouco tempo para amanhecer eu cochilei, até sentir a luz do sol me atingir junto com a realidade. Levantei rápido demais e com a tortura veio uma dor de cabeça chatinha.Ótimo.
(...)
- Esse remédio vai resolver a dor na cabeça. Agradeci a Brissa, uma das monitoras.
Quando cheguei a sala encontrei algumas crianças e adolescentes que já estavam acordados.
- Hey.
Mike. Era um dos meninos que sofria maus tratos, ele não era muito falante quando foi trazido para cá. Mas aos poucos nos tornamos amigos, assim como a Chloe, a irmãzinha dele.
- Pirralho! - cumprimentei
- Dá pra parar de me chamar assim, eu não sou muito mais novo que você. - pediu revirando os olhos. Sorri. - Pra onde vai com essa tralha toda?
- Primeiro, eu já tinha janelinha quando você nasceu, considerando isso, você é sim bem mais novo que eu. E segundo, mais respeito com minhas roupas. - conclui
- Engraçadinha, 6 anos não são quase nada, viu!? Qual é, das roupas vai mudar de quarto?
- Não, estou indo embora.
Ele piscou surpreso - Mas, já? Você não disse que tinha mais alguns dias?
- E pensei que teria. Mas eles precisaram do quarto. Então...
- Aí Brooke! Vou sentir sua falta.
- Também vou sentir a sua, pirralho. Você promete que vai cuidar da Chloe?
- Claro que sim, é isso que os irmãos mais velhos fazem.
Sorri emocionada e o abracei. Esse é meu garoto.
- Chloe, vem cá. - chamei, a menininha correu em minha direção, ela tinha pouco mais de 2 anos. Eu a peguei no colo e beijei sua bochecha.
Depois de me despedir dos outros e prometer de dedinho ao Mike que eu os visitaria sempre que pudesse. Eu sai pela porta principal e fui em direção ao grande portão de grade que abriu automaticamente.
Caminhei até a calçada e respirei fundo.- É isso, Brooke. Vida nova.
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Xoxo!
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How Not to Love You?
RomanceOBRA MODIFICADA Brooke é muitas coisas, forte, gentil, esperta, insegura e estar sozinha a fez se tornar seu próprio porto seguro para fugir de todo o pesadelo em que sua vida se transformou. Tyler era um garoto feliz com uma família praticamente...