Um professor - pra vida toda

Como tudo começou

As aulas começaram logo no início de agosto, minhas férias foram basicamente um tormento, eu não aproveitara nada delas, por causa da mudança de casa, e isso só aconteceu, porque logo quando entrou o mês de junho, meus pais se separaram. Meu pai era um cara bacana, mas traiu minha mãe de uma forma horrenda. Fiquei brava com ele, muito mesmo, quem não ficaria né? Mas o que eu poderia fazer, o casamento já ia de água a baixo com tantas brigas, e eu nada pudera fazer. As vezes eu até achava que minha mãe pulava a cerca, até porque quando descobriu, nem se quer caiu uma gota de lágrima dos seus olhos. E depois de toda burocracia do divórcio, mamãe preferiu se mudar de casa, não de cidade, pois nossa vida cresceu ali e o melhor de tudo é, que é uma casa em frente a praia, tem coisa melhor? –Pensava enquanto o sinal bateu as 13:10 da tarde e já podia ver o professor de História, lá do final da fileira da parede, entrando na sala. De fato ele era um professor muito gato mesmo, todas as meninas falavam dele, e como ele era misterioso por si só, e que não olhava para nenhuma garota. Ele era alto, loiro, musculoso e com um sorriso extremamente lindo, de se apaixonar mesmo, fora que ele é carismático, mas quando estava nervoso sai de baixo, porque ninguém aguenta!!! Usava uma camisa cinza escura, com as mangas dobrada até os cotovelos, uma calça preta e um sapato social. Mas eu não podia pensar nele daquele jeito afinal eu já tenho alguém para admirar. Me toquei que a aula já estava a começar e vi James (meu namorado) me mandando um beijo no ar lá da porta, e eu o retribuía.

―Licença senhor James, mas vai entrar ou ficar olhando para o fim da sala parado na porta? –Falou o Professor, com um sorriso irônico, e enquanto todos riam, de fato me senti desconfortável, pois todos me olhavam sabendo o motivo por James estar a porta, menos o professor, que não tirava os olhos de James.

―Desculpa Professor, aqui não é minha sala. –Disse James, sem graça, olhando para baixo.

―Então já pode sair. –O professor riu novamente, e fechou a porta já escrevendo seu nome no quadro, assim como todos os anos. –Bom pessoal, acho que aqui todos me conhecem, mas para os novatos, que entram agora no meio do ano meu nome é Christopher Griffin, sou o professor de História e também agora de Sociologia, sim eu sei. –Falou com um tom de deboche e gesticulando com as mãos. –O mesmo professor do ano passado, e do ano retrasado, mas agora vocês irão me aturar em mais uma matéria, e não se preocupem ano que vem vocês terão piores. –E a sala caia na risada, era certo que o professor Christopher era amado por todos os alunos, ele era ótimo no que fazia.

Eu gostava da matéria de Sociologia, mas quando chegava as provas eu me perdia totalmente, e não era só eu. Ruby a minha melhor amiga tinha um pouco de dificuldade também, assim como a metade dos alunos que tinha na minha sala, que eu lá não conversava muito. Eu me aplicava bem aos estudos, gostava de estudar, e ser inteligente, mas eu acho que de fato, sempre foi a professora Liza que não explicava nada bem da matéria. História eu sempre fui distraída nas aulas. O porque? eu também não sei.Eu não era aquelas meninas populares na escola, mas tentava me enturmar, já Ruby era bem desinibida, a menina falava com qualquer um. No intervalo ficava eu, ela, o James, e algumas outras pessoas, que não me interessavam tanto. Eu ainda nem sei como James me quis como sua namorada, estávamos já a 4 meses, e ele era um dos melhores jogadores de futebol no colégio, a gente se conheceu porque eu fiz um favor a Ruby, entrando junto com ela nas líderes de torcida ano passado. Eu e ela saímos disso, graças ao meu paizinho que mora no céu, ela disse que não se encaixava junto com aquelas meninas "fitness" que malha todos os dias.

―Bom alunos, hoje nós vamos falar um pouco sobre a sociedade e comunidade em que vivemos, abram na página 35 do livro de vocês. –Falou, enquanto dava a volta em sua mesa e se encostava ali mesmo com o livro aberto, eu por outro lado estava torcendo para que ele não me chamasse para ler, mas dito e feito. –Victoria, leia para nós o primeiro parágrafo, por favor. –Ele sorria, pois ele sabia que ninguém naquela classe gostara de ler em voz alta, e por lá comecei.