Treat you better -Shawn Mendes

125. SHAWN

Eu estava me sentindo bem. Muito bem. Como não me sentia há muito tempo. Só quando estava com Ally, nunca achei que sentiria com outra garota, acordei antes e estou mexendo nos cabelos dela. Tão loiros e sedosos, um cheiro doce... Eu não deveria ter me apaixonado... sim me apaixonado. Quando eu a tinha em meus braços percebi isso.

-Você tá me observando faz tempo? -Sua voz soou muito sexy por ter acabado de acordar

-Eu... Sim. Te ver dormir é bom -Sorrio de lado

-Nunca achei que ia ouviu isso de você -Ela me abraça -Isso parece um sonho. Que vai acabar hoje -Passa os dedos em meu peitoral, um dos meus braços segurava ela

-Ou não. Eu gostei dessa noite -Confesso -Não me sentia assim com ninguém além de Ally

-Oh. Está falando sério? -Seus olhos cheios de esperança, a mão que acariciava meu peitoral foi parar em meu rosto e me beijou docemente

-Eu vou me afastar de Ally e me aproximar de você ao menos nesse mês

-Não Shawn -Ela segura o lençol sobre o corpo e fica de joelhos na cama -Seus vamos fazer algo que seja certo

-Como assim?

-Seria desvantajoso para Ally. E não quero que me use para quando chegar  outra vez me esquecer

-Eu preciso desse mês -Imploro -Um mês, eu e você, longe dos problemas

-Você mudou do dia para noite. O que viu em mim?

-Acho que o que as pessoas não viram -Ela parece se mobilizar pois me abraça

-Eu não queria ter feito mal a ninguém

-Algo de aflige. Me diz o que é por favor -Peço e ela me encara

-O Theo não é meu pai. Ele me adotou. E eu o amo porque me tirou lá...

-Lá? -Faço para que ela prossiga

-Foi no meu aniversário de sete anos. Bem no dia dele, eu morava na favela com meus pais, e meu pai batia na minha mãe, ela sempre descontava em mim ou em Tryce minha irmã mais velha, que sempre tentava me proteger. Ela nos colocava para fazer a comida, e limpar a casa. Um dia... Eu deixei o arroz queimar, eu dormi já que na noite anterior eu não pude por ouvir... Os dois... Tinha outra mulher com eles. Foi horrível... E quando ele chegou bêbado e viu o arroz queimado bateu em minha mãe porque achava que ela fazia as comidas, ele saiu de casa revoltado. Nesse dia, ela me bateu tanto, tanto, que Tryce ligou para polícia

-Esther... Isso é terrível... -Ela sorrir sem gosto

-Você não sabe nem o início Shawn. Ela foi presa por me agredir, quando a policia chegou depois de meia hora ela ainda me batia, Tryce gritava para que ela parasse, se meteu e levou um tapa forte que a derrubou e ficou desacordada, eu me desesperei, tentei me aproximar e não pude fazer nada. Depois que foi presa meu pai passou a nos criar, apesar de beber muito ele era melhor... Ou parecia. Começou os abusos, Tryce tinha apenas doze anos, mas seu corpo se formava, ele a... Abusou dela, eu ouvi, eu vi. Ele me obrigou a ver, cada momento, foi uma tortura.

-Não conte mais. Não precisa -A abracei atordoado com tudo

-Eu quero. Eu preciso, guarde bem pois nunca mais ouvirá. No outro dia, Tryce mal andava, mas ele obrigou ela a fazer tudo para ele. Comida, limpar a casa, e falou que ia me recompensar pelo meu aniversário que tinha sido há um mês, e eu não faria nada, eu queria ter feito algo -Ela me abraçou forte

-Tryce morreu? -Pergunta receoso

-Espere o final da minha triste história -Ela engole seco e senta encostando as costas na parede -Tryce chorou nesse dia. O pior veio a noite quando em uma discussão onde Tryce apareceu na hora acabou sendo levada pelo dono do morro para pagar a dívida do homem sujo que meu pai era. Ele não abusou de mim, mas me olhava estranho que nada significava para uma garota de sete anos, eu nem sabia o que ele tinha feito com Tryce só sabia que era ruim pois ela chorava e depois soube que a vendeu. Era só eu. Uma noite ouvi batidas na janela, olhei vendo Tryce com uma garrafa, ela disse que íamos fugir mas antes iria dar o troco a ele, como estava bebendo ele ia chegar e ver o barraco em chamas, pulei pela janela e ela pegou espalhou álcool por toda casa, eram duas garrafas uma jogou pela janela do quarto dele. Com um fósforo tudo ficou em chamas, aproveitamos a movimentação para fugir.

-Nossa. Foi muita... Coragem de vocês -Me aproximo e a beijo

-Eles não estão mortos -Ela diz -Tryce e eu fomos adotadas por Theo e ela agora está nos Estados Unidos. Mas eles estão vivos. E a qualquer momento podem... Podem me matar

-Eu não vou deixar.

-Não devia ter contado. Não quero que fique comigo por pena e sei que isso não justifica o que eu fiz. Só queria que me conhecesse. A minha ótima infância -Diz com sarcasmo a última frase. Eu estava com pena, mas eu vi que ela é forte. Eu preciso proteger ela pois apesar de forte, precisa de alguém.