Querido Diário,
Será que fiz certo em contar sobre minha vida antiga? Tudo bem que ele também é um semideus, mas fiquei preocupada com o que ele vai pensar de mim, será que para ele eu sou só igual a ele, ou será que ele me vê igual eu o vejo? Pra mim ele é como um milagre, onde eu posso desabafar toda minha angústia de ser semideusa e não ser chamada de louca ou coisa pior.
Hoje eu o salvei de uma Fúria, escrevendo isso, parece loucura, mas não é nada que eu tenha visto cem vezes. Ele é muito especial pra mim, por isso vou ajudá-lo a não ter que ir para aquele acampamento, vou ajudá-lo a ter vida própria.
Mas isso depois que enfrentar meu pai amanhã, já está tudo planejado, ele sai hoje de madrugada e eu saio amanhã de manhã.Acordei levemente com um barulho de motor de carro. Sai lentamente do quarto e desci até metade das escadas. Fiquei olhando um tempo para porta, pra ter certeza de que ele foi embora.
Olhei rapidamente em toda casa, e eles não estavam.
Corri para o quarto e comecei a arrumar minha mochila: celular, meu grimório, meu diário, carregador, umas barras de cereal, e dinheiro, mas o que realmente preciso é coragem, não pra sair daqui, mas pra enfrentar meu pai.
Saí de casa direto para o ponto de ônibus, ás 5:30 da amanhã a rua estava um deserto escuro, esperei muito tempo até o ônibus da rodoviária passar.Chegando a rodoviária, estranhos por todos os lados me olhavam torto, uma menina de 17 anos sozinha no meio do nada, acho que sei o porque desses olhares. Fiz o que tinha que fazer, entrei na fila, e comprei a passagen pra New Jersey, entrei no ônibus que ia Direto pra Barnewood.
Coloquei meus fones de ouvido e esqueci de tudo, como sempre.
Eu dormi nas duas primeiras horas, mas fiquei acordada o resto da viagem, não sentara ninguém ao meu lado, então logo quanto cheguei coloquei minhas coisas no Banco do lado.
Estava viajando em uma música quando olhei pro lado e vi escrito na placa velha: Barnewood. Finalmente cheguei ao meu destino. Só mais alguns minutos até chegar na rodoviária daqui.
Já desci do ônibus com medo, antes de chamar um táxi, liguei pra Katherine.
— Kath?
Eu estava sentada no banco duro de espera falando ao telefone.
— Katlyn? Onde você está? — Katherine disse.
— Eu estou na rodoviária, prestes a chamar um táxi, dá pra dizer onde você está?
— Rua Garthbell, número 568, bairro Jardim Mágico. É um sobrado vermelho. Venha com cuidado, preste atenção se não está sendo seguida. Ok?
— Ok. Até logo.
Desliguei. Chamei um táxi que estava parado uns metros a minha frente.
Disse ao motorista o endereço que Katherine me falara.
Foi até rápido, acho que não vi o tempo passar, pois me destraí com a cidade em volta.
O táxi chique parou na frente de um sobrado em um bairro de rico, eu paguei o motorista e sai lentamente do carro.
Toquei o interfone. Depois de alguns segundos o portão eletrônico abriu sozinho.
Entrei e logo vi uma garagem de piso porcelanato Branco, e dois carros super chiques. Do lado meu esquerdo, a porta da sala de madeira se abriu.
— Olha! Chegou mais uma! — Uma menina de cabelos ruivos como os de Jade, disse alto olhando pra mim. — Oi, meu nome é Karina e o seu?
— Ketlyn, eu sou amiga da Katherine. — Eu a respondi com um sorriso.
— Entra, vou te acompanhar até seu quarto.
Eu a segui, e quando entramos, vi logo os quadros bizarros na parede da sala de estar, e logo reparei também nas decorações da estante de livros, eram tão delicadas.
Passamos pela sala de jantar, e subimos as escadas de madeira.
Entramos em quarto enorme todo branco e brilhante.
— Ali está seu armário, guarde tudo o que trouxe. — Karina disse apontando para o armário gigante ao seu lado. — E alí é o banheiro.
Joguei minha mochila na cama gigantesca, e Karina disse em um sorriso:
— Se precisar de algo é só chamar.
Eu só concordei balançando a cabeça.
Ela se virou e foi embora.
Logo depois Katherine e Anabeth entraram no quarto.
— Oi, tudo bem? — Anabeth perguntou.
— Tudo sim. — Respondi.
— Ketlyn obrigada por vir, você vai ajudar muito.
Neste momento, depois de um segundo, Alice entrou no quarto aflita dizendo:
— Eu sei onde ele está, vai ser hoje!
— O que? Como assim? — Katherine disse.
— EU - VI - TUDO, parece tão estranho, foi tão fácil localizá-lo. — Alice disse desistendida.
— Tudo bem, tudo bem... temos pouco tempo pra planejar tudo..! — Katherine disse.
Os garotos e Jade entraram no quarto e isalavam preocupação e ansiedade.
— Kat, o único plano é salvar estas pessoas e impedir um desastre mundial. — Alec disse se aproximando de Katherine.
— Então... esse é o plano, não vamos nem chegar de fininho? — Sarcasmo de Jade.
— Eu vou na frente e vejo onde eles estão, e quando encontrar, eu aviso, e vocês.... entrem com tudo! — Christopher disse depois de muito silêncio.
— Não posso deixar você ir sozinho, vou com você...! — Alice diz aflita.
— Nada disso você entra depois Alice. — Chris responde firme com um general.
— Não fala assim comigo, sabe que eu não tenho escolha. — Disse Alice, e seu tom de voz foi sumindo...Christopher ficou agitado, pois não conseguia impedir Alice.
— Fica a uns duzentos quilômetros daqui, um lugar muito isolado e sombrio, a floresta Bernewood é uma das mais antigas lendas, ninguém normal chega perto de lá. — Alice disse balançando a cabeça ""Não""
— Ainda bem que somos loucos. — Jade disse.
— Jade, acho melhor você ficar, já tem muita gente arriscando suas vidas. — Anabeth disse.
Aparentemente todos concordaram inclusive eu.
— Eu sei me cuidar. — Ela deu os ombros.
— Jade... — Anabeth implorou.
— Acredite, Ana, EU - SEI ME CUIDAR. — Jade mostrou suas presas de vampiro e seus olhos vermelhos como larva, misturado com um negro aterrorizante em suas veias do rosto e mãos.
Todos entraram em um pequeno choque.
Inclusive eu.— Como eu não senti seu cheiro? — Chris perguntou.
Em seguida Alice e Anabeth perguntaram também.
— Sou diferente, desde que fui transformada minha mãe escondeu meu cheiro, um feitiço permanente.Isso tudo era novo pra todos, podia se ver em seus rostos a completa perplexidade e desconfiança.
— Vamos conversar sobre isso depois Jade, temos que ir agora. — Alec disse.
Todos saímos, e Kath pegou o celular e ia sair por último.
Eu já estava no corredor quando Alec virou-se pra porta do quarto, quando ia
sair Kath deu de cara no nada, como se tivesse um barreira invisível em sua frente.
— Mas o que significa isso?
— Desculpa princesa, você vai ficar. — Disse Alec.
— O QUÊ?!?! Tenho que ir, tenho que ajudar! Me tira daqui Alec! — Ela disse furiosa.
Alec entra novamente no quarto e fecha a porta. Só Deus sabe o que ele vai dizer a ela.
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Foi Um Anjo (Livro I)
RomanceA vida de Katherine Collins virou de ponta cabeça quando ela e seu amigo de infância Alec Carson cruzaram a floresta por motivos intrigantes, e encontraram o que não deviam. A partir daí a curiosidade e inconformismo levou ela e seus amigos a entrar...