2 - Velas

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Após longos três dias de conversas pelo celular, finalmente marcamos um encontro para conversarmos sobre a boa ventura de nos conhecer.

O céu estava estrelado e a temperatura estava amena, fresquinho. Os postes ilumivam as vias pelas quais eu andava.

Vestia uma jaqueta negra por causa do vento frio que passava por mim, enquanto pilotava minha moto de mesma cor. Potente, mas não daquelas altas, pois é uma shadow 600cc.

Muitos veículos transitavam e traçava meu trajeto pelos quais estavam mais vazios. Logo chegando ao meu destino, que é na frente da casa dela, minha adorada senhorita Nis.

Ela vestia um vestido que ia até os joelhos, aberto nas costas, mas notei que segurava um tímido casaco jeans, dobrado em seu braço esquerdo.

Cumprimentou-me com um sorriso lindo, ainda mais por seus lábios estarem vermelhos, mesmo sua maquiagem sendo sutil, ela exalava uma beleza sem igual.

- Boa noite, Milady. - disse assim que estacionei, retirando meu capacete - Pronta pra dar uma volta?

- Boa noite, cavalheiro. - respondeu-me com um sorriso - Estou pronta, sim.

Dei o capacete pra ela, e a mesma montou na garupa, com seu casaco fechado em seu corpo e partimos. Pilotei pelas vias menos movimentadas e chegamos enfim ao destino, um restaurante.

Descemos da moto e de braços dados, fomos para o interior do estabelecimento, nos acomodando em uma mesa próxima a porta.

O lugar era belo em cada detalhe em seu grandioso espaço. Velas compunham aquele ambiente e haviam muitos casais ali jantando.

Mesas forradas com pano branco, pratos com desenhos únicos e originais, artesanalmente. Taças largas, janelas pequenas e abertas, pra ventilar, mas não deixando as luzes da rua invadirem.

- O que desejam? - perguntou o garçom ao pé da mesa, entregando-nos o cardápio.

Folheamos ele inteiro e tinha de fato uma rica variação de pratos, mas poucos que me apetitavam de verdade. Ela rapidamente escolheu e eu segui o mesmo raciocínio, enquanto aguardávamos, beliscávamos um delicioso vinho.

- Surpreendeu-me em me trazer até aqui, caro Ever. - ela disse antes de degustar o vinho, mantendo seus olhos em mim.

- Alegro-me em saber que a surpreendi. - respondi com um sorriso, o qual ela certificou também de elogiar pakas - Pois meu intento é fazê-la sorrir e se alegrar a noite toda.

- Como se fosse possível seguir outro roteiro.

- De fato. Eu não conseguiria ser ninguém a não ser eu mesmo.

Ela sorriu novamente e nossa refeição chegou.

Comemos formalmente até nos darmos por satisfeitos. Fiz questão de pagar a conta, pois essa noite é pra ela e nada poderia me deixar mais feliz do que faze-la sorrir com cada gesto meu.

Pilotei a moto, com ela na garupa, até um grande parque. Tem um lindo lago em seu interior, sem contar as inúmeras arvores que a compunham.

Verde por toda parte, vento fresquinho de esfriar as bochechas, som da água e dos insetos. A lua iluminava o lugar e muitas estrelas enfeitavam o céu, mesmo eu querendo a oportunidade de ver a mancha branca no céu, a via láctea, pra tornar tudo ainda mais belo.

Caminhamos entre algumas palavras até uma parte alta do lugar, com vista pro lago, uma formidável visão, mas, não tão bela quanto ela.

Contou-me sobre sua família e eu a ouvia atentamente a cada detalhe. Contei o pouco da minha, mas o que eu queria mesmo era ouvir a voz dela a noite toda.

Quando estava ficando tarde e precisavamos voltar, foi que eu tomei coragem e ali sentado ao lado dela, acarinhei seu rosto, a olhei nos olhos e a beijei.

O sorriso delaOnde histórias criam vida. Descubra agora