Capítulo Seis

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"Eu juro que- Ugh, que raiva! Aquela branquela filha da mã-"

"Dinah, isso não está a ajudar." a Normani interrompeu, dando um tapa leve no ombro da namorada e voltando a pousar a mão sobre o meu joelho.

"O meu cu que não está a ajudar! Não vês o estado em que ela está?!", apontou para mim. "A ela já nada pode ajudar, Mani! Vai chorar e chorar durante dias! Agora eu é que posso ajudar e vai ser quando obrigar aquela criatura a engolir o pau que não tem!"

"Não podemos julgar a Lo sem saber os motivos dela primeiro, amor. E a Mila precisa de nós para a confortar, não para engendrar planos para assassinar a garota dela.", a negra retorquiu.

"Ela não é a minha garota.", murmurei para mim mesma, sentindo o coração apertar com a realidade fria e crua das minhas palavras.

"Mas quem é que foge assim?! Essa menina, coitada, a falar tudo o que tinha no coração para aquela bicha sair correndo que nem um menino assustado?!" a Dinah continua, remexendo-se na cama e com indignação espalhada na cara. "Eu vou ligar para a branquela."

Observei-a pegar o celular do bolso mas a ser interrompida pela Mani, que a obrigou a guardar o aparelho e a olhar para mim. Estava a chorar de novo. As duas pareceram ver a pior coisa do mundo e debruçaram-se sobre mim, envolvendo-me num abraço esmagador.

"Não fiques assim, Mila, por favor." a morena pediu, numa voz calorosa e suave, acariciando a minha bocecha molhada.

"Chancho." a Dinah chamou-me calmamente e eu levantei o olhar para a encarar. "Está na hora de esqueceres a Lauren, meu amor. Nós amamos aquela branquela com todo o nosso coração, mas sabemos que ela só te faz mal... E não queremos nenhuma das duas a sofrer."

Observei o rosto da loira, repleto de pena, amor e carinho. Assenti, mesmo sabendo, bem lá no fundo, que esquecer a dona dos olhos verdes seria tremendamente difícil.

"Tu mereces o mundo, Mila. Tens tanto amor para oferecer. Só que, infelizmente, a Laur não é a pessoa certa para receber todo esse amor." a Mani reforçou as palavras da Dinah, continuando a acariciar a minha bocecha molhada.

"Eu sei." falei, tentando que a minha voz não saísse fraca ou quebrada, mas falhando redondamente. "Mas, tipo... Dói."

Voltaram as duas a emitir uns sonhos estranhos de tristeza e raiva. Os braços compridos da Dinah envolveram o meu tronco e ela puxou-me contra o peito. O calor do colo dela reconfortou-me imediatamente. Eu amava todas as minhas amigas com todo o meu coração, mas a Dinah... é a Dinah. Pousei a cabeça nos seus seios e deixei que ela corresse os dedos pelos meus cabelos e beijasse a minha testa. Inspirei o seu cheiro familiar e fechei os olhos, deixando que a tristeza se apoderasse de mim. Era uma merda. Um coração quebrado... porra, se dói. Parece que arrancaram o órgão mais importante do corpo humano do meu peito e esmurraram-no antes de o devolver. E eu não conseguia perceber... Porque é que eu não conseguia parar de ouvir a risada da Lauren na minha cabeça, ver o seu sorriso na minha mente e sentir o seu cheiro onde ela não estava? Mesmo depois de ela me ter dado um desgosto... não deixava de ser a coisa mais bela do mundo. É isso que mais dói num coração quebrado. Os sentimentos não desaparecem. Podem ser tapados por raiva, tristeza e vontade de vingança, mas nunca, nunca desaparecem.

"Tu és incrível, Mila. E vais ficar bem, eu prometo, okay?" a Dinah sussurrou, entre beijos que depositou na minha testa.

A Mani assentiu, sentada de onde estava, e colocou uma madeixa do meu cabelo atrás da minha orelha.

"Queres ouvir uma piada?" perguntou, com um sorrisinho nos lábios carnudos.

"Pode ser." sorri com a tentativa de me animar e aninhei-me mais contra a Dinah, para que entendesse que a mataria se parasse de me abraçar.

"O que é que acontece se o elefante se apoia na pata?" a negra perguntou, pousando o queixo na mão, com os olhos a brilhar de divertimento. (@cookiesandragons ♡)

"Uh..." franzi as sobrancelhas, encolhendo os ombros. "Sei lá... Ele fica manco?"

"O pato fica viúvo." a Mani completou e um sorriso enorme cresceu no meu rosto, quando comecei a rir.

"Meu deus, que piada bosta, Normani." brinquei e ela fingiu-se de ofendida.

"Cala a boca que tu riste." disse, rindo-se e debruçando-se para beijar a minha bocecha.

"É uma piada mesmo bosta, Mani, ela tem razão." a Dinah apoiou-me, apesar de também se estar a rir.

"Shiu tu também, Jane." a negra ameaçou. "É uma piada bo-."

"O que a Mani queria dizer com esta piada terrí-", a Dinah tentou insultar mais uma vez a piada, mas foi interrompida com o olhar de morte que recebeu da namorada. "com esta piada maravilhosa... é que tens de te concentrar nas coisas boas que te rodeiam e afastar-te das ruins, okay?"

Assenti, engolindo o seco e levantando as mãos para secar as bocechas. Suspirei. "Sabem o que é que me ia ajudar mesmo a ultrapassar este acontecimento trágico?"

"O quê?"

"Comida."

As duas riram, rolando os olhos. Fiz biquinho para a Dinah, que apertou as minhas bocechas e sorriu antes de se levantar da cama.

"Eu preparo alguma coisa. E o que é que a mademoiselle quer comer?" perguntou, alisando as roupas, antes de dar um selinho rápido na Normani, que lhe mostrou aquele sorriso trouxa que ela guarda só para a Dinah.

"Qualquer coisa com nutella."

"É para já."

é assim, eu sou portuguesa, ou seja, falo português de portugal. aqui no wattpad eu tento sempre usar português do brasil mas tem algumas expressões e palavras que vão ser em português de portugal. eu acho que são percetíveis, mas se não entenderem perguntem c:

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