Ouija [ jjk + pjm ]

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São muitas informações de uma vez só.

É difícil saber quanto tempo se passou, mas passei longas horas lendo o meu antigo diário. Céus, como isso é possível?

É mágico encontrar algo assim. Ver como meus costumes eram diferentes, como meus amigos eram diferentes, como eu era diferente! Eu fui outra pessoa, tive outra vida! Isso é assustador, mas mágico.

Esse caderno respondeu várias de minhas dúvidas, e eu pude entender muito sobre a minha história com o Jungkook, certas coisas estão esclarecidas.

Eu viajei por nossa história, li tudo o que eu sentia por ele. Jungkook era uma pessoa adorável, e não existiria a possibilidade de eu não me apaixonar por ele como me apaixonei.

Ler esse diário, foi como ler um livro de ficção, no qual eu me identifiquei do começo ao fim, afinal, é de uma de minhas vidas que estamos falando. E, nossa, eu passei por tanta coisa.

Eu amei alguém, eu matei alguém e me matei em seguida. Não consigo imaginar o quão ruim foi passar por tudo isso, perdi minutos pensando em quanto fui forte em viver tudo isso, em aguentar tudo que aguentei.

E Jungkook, ele...Me amava mesmo, e eu o amava também. Tomara que ele esteja bem e que Yoongi tenha conseguido encontrar ele. Eu preciso ver ele, precisamos conversar sobre tudo isso!

Eu preciso dar um jeito de sair daqui ou de trazer Yoongi até aqui, nós precisamos todos conversar sobre isso imediatamente.

Tentei abrir a porta mais algumas vezes, mas nada mudou, eu continuo trancado aqui. Me sinto irritado, desesperado.

Depois de mais algumas vezes tentando, me sentei na cama podendo ver ela toda bagunçada. Algo estranho estava debaixo da coberta, então, retirei a mesma podendo ver mais dois cadernos, mais dois diários. Jungkook e Yoongi.

Quanto tempo eu ainda teria que ficar trancado aqui com todas essas memórias?

Me sentei confortavelmente na cama e prontamente comecei a ler os diários sem pressa alguma. Até que algum tempo depois, um detalhe me chamou a atenção na contra capa do diário de Jungkook.

"Espero ser feliz com ele como eu fui algum dia, espero que ele encontre o tabuleiro Ouija e fale comigo, não é tão difícil achar este quarto na casa dele, eu deixei pistas."

Jungkook não deveria confiar tanto assim em mim, porque se dependesse de mim eu nunca acharia esse quarto. Como poderia?

As letras eram estranhas, não era caneta, pareciam ser do próprio caderno, aí que eu me lembrei: espíritos não escrevem. Os diários são antigos, mas essa mensagem é recente.

Ele fez de tudo para deixar o recado. Um fofo.

Então, tem um tabuleiro Ouija no quarto? Céus, eu posso me tirar daqui usando ele!

Me levanto num salto, começando a revirar o quarto a procura do tabuleiro, procurei por todos os lugares mas não achei nada. Até que, observo a parede onde estava o mural de fotos. Fixo meu olhar e percebo que tinha uma espécie de borrão apagado na parede mais parecido com uma seta, ela indicava para o mural. "Talvez o tabuleiro esteja atrás do mural" foi o que eu pensei.

Retirei aquele mural com dificuldade podendo ver outra porta.

- Ah vá se foder, eu não entro aí de jeito nenhum. - Falo olhando pela fechadura da porta. - Não sem iluminação...

Esse lugar não poderia ser a minha casa, quantos cômodos escondidos eu ainda vou achar?

Peguei a lanterna e observei o ponteiro em cima da mesa. - Talvez isso seja útil. - Falo comigo mesmo.

Peguei o ponteiro e a lanterna, com dificuldade consegui abrir a porta revelando um lugar escuro e sujo.

Não tinha luz, não tinha nada, pelo chão havia muitos "galhos" que quando liguei a lanterna se tornaram ossos humanos.

- Ah, mas que porra é essa?! - Olho a quantidade de ossos que havia ali.

Imediatamente sinto uma vontade enorme de chorar, de arrancar essas paredes com as minhas próprias mãos apenas para sair correndo dali.

Isso não esta acontecendo, não pode ser!

Procuro incansavelmente pelas paredes algum interruptor e acabo achando um. Graças a Deus.

Este que ligou uma luz muito forte no centro do local iluminando tudo. Havia uma mesa e nela estava o tabuleiro.

Você foi esperto, Jungkook. É horrivelmente macabro.

Mas havia outra porta que me chamou a atenção.

Isso definitivamente, com toda a certeza do mundo, não é a minha casa. Sinto que posso acordar a qualquer momento desse delírio.

E parando para pensar, eu nunca quis tanto que isso fosse verdade. Queria acordar desse pesadelo horrível na minha cama quentinha e me preparar para ler as besteiras meus amigos estavam falando no chat de mensagens do meu celular.

Faria qualquer coisa para que isso acontecesse agora.

- Essa casa não acaba mais! - Resmungo, sem escolhas, indo até a porta.

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