"Prólogo"

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Ponto de Vista Althea Singer

14:57 de quinta-feira

       Alcanço o último alvo, pego a última flecha e inspiro. Ao posicionar a flecha e alinho a mesma ao alvo, enquanto expiro. Já desligada da respiração, solto a flecha. Ela acerta o centro do alvo.

-Boa Althea! Um pouco mais rápida e você já poderá participar de campeonatos regionais! – Fala meu irmão, Thomas, enquanto aplaude.

-Thomas, aquela cidadezinha do interior não tem campeonatos de arco e flecha. – Digo enquanto guardo o arco na caixa de madeira.

-Ah, Althea! Dá uma chance pra cidade! Você pode treinar na floresta, você já fez isso. – Diz Thomas, cruzando os braços.

-Aquela cidade me dá vontade de treinar no meio da rua, e usar a cabeça das pessoas como alvo. – A cidade em que eu vou me mudar, daqui a dois dias: Lovelock, Nevada. É a única cidade em 80 km, nenhuma cidade tão perto. É um interior de fim do mundo, e nem tem tanta gente morando lá. – O único lado bom daquela cidade, Thomas, são minhas amigas que se mudaram pra lá. Aquela que você gostava a... era a Lysandra não era? – Pergunto com um sorrisinho.

      Ele revira os olhos e responde:

-Sim, era ela mesmo. Mas se joga nessa nova cidade, Althea. Nossos pais vão trabalhar o dia inteiro, só irão voltar de noite, isso se voltarem. Vá em festas, passe o rodo. Poxa, eu queria muito ir, mas você sabe que eu tenho que ficar aqui. – Diz Thomas.

-Eu posso tentar. Vamos pra casa? – Pergunto.

-Vamos. –

23:13 de sexta-feira

-E você já arrumou as malas, Althea? –

-Sim Lary, já arrumei, afinal, às 4 da manhã eu saio daqui. – Respondo Lary.

-Você não devia estar se preparando pro voo? – Pergunta o namorado de Lary.

-Já estou pronta, tudo está pronto, só vim me despedir. Como o voo é hoje ainda, não posso beber. -

-Amiga, eu vou sentir tanto sua falta!! – Diz Lary me abraçando. –Ei, não olha agora, mas tem um veterano dando mole pra você. –

-Hm, parece que o de hoje já está garantido... – Olho pra Lary com uma cara maliciosa, e ela retribui, e vou dar uma volta na cozinha da casa. O rapaz me segue. Despedida nada mal, afinal.

03:49 de sábado

-Althea! Isso são horas de chegar aqui? Quase que perdemos o chamado! Era só uma volta pra se despedir da cidade! – Diz minha mãe, Mia, preocupada.

-Mia, querida, ela já chegou, agora vocês tem que embarcar! – Fala meu pai, Augusto, abraçando minha mãe e proferindo palavras de amor a ela. Eles se soltam, e meu pai vem em minha direção.

-Eu já vou, ok? Lembre-se: só estou indo com o carro por causa do meu arco e do carro. – Ele começa, mas eu o interrompo, deixando claro que já sei. – Até quarta, filha. – Ele me abraça;

-Até quarta, papai. –

-Pai! Agora é minha vez de me despedir. – Diz meu irmão Thomas, tentando parecer magoado.

-Tá certo. – Augusto desfaz o abraço, e meu irmão me abraça.

-Só não esquece do ditado: Deus manda a chuva e nós... ?- Pergunta ele.

Death CallsWhere stories live. Discover now