Meu nome é Park Jimin, eu tenho 12 anos e moro em Omelas.
Sempre gostei de morar aqui, até ontem. Ontem meus pais disseram que teríamos uma espécie de "excursão" na "prefeitura" da cidade (que era mais uma casa que ficava no meio da praça central de Omelas). Não sabia o que eu ouviria e veria lá.
"Está na hora de todos vocês saberem de um segredo que nossa cidade guarda... Queríamos que soubessem que tudo o que fazemos aqui é para que nossa cidade continue em harmonia como sempre foi, e sempre será." o prefeito da cidade falou antes de abrir uma portão fechado com estacas de madeira nos fundos do porão da prefeitura.
Um menino.
Havia um menino ali, amarrado a correntes, roupas sujas (assim como um pouco de seu rosto), marcas de machucados. Mas parei para reparar seus traços, cabelos numa coloração loira meio acastanhada que caía sobre seus olhos (que estavam fechados, pois estava dormindo, e com olheiras intensas), seus lábios eram carnudos e bem desenhados, sua pele era bronzeada e charmosa, e, estava magro...
Ódio.
Foi o que eu senti ao ver aquele pobre menino naquele estado. Não iria deixar aquilo continuar, de nenhuma forma.
Já era outro dia, o dia seguinte. Estava de noite, todos dormiam sem exceções, apenas eu em toda cidade estava acordado, e tinha um propósito..
Saí de casa indo em direção a prefeitura, fui aos fundos e vi uma janela trancada por tábuas de madeira. Era ali. Me livrei das tábuas com força, tentando fazer o menor barulho possível, e abri a janela.
"Oi?" falei no objetivo de ter alguma resposta pelo menino que ali, aparentemente, vivia.
"Quem é você? Me ajude, por favor." ouvi sua voz rouca e fraca responder-me e logo em seguida era possível ouvir seu choro.
"Sou Park Jimin, e bem... Eu trouxe isso" joguei-lhe um pão que havia trazido comigo, eu não conseguia alcançar muito bem a janela, então só poderia lhe entregar o alimento daquele jeito. "E qual seu nome?"
"Kim Taehyung. O-Obrigada, faz tempo que eu não como algo tão bom." o senti sorrir, ri um pouco mas logo voltei a ficar sério.
"Quantos anos você tem, Taehyung?"
"12 e você?" sua voz havia ficado mais alta, ele deveria ter se aproximado da parede com a janela um pouco alto que nos separava.
"12 também, qual sua cor favorita?" acho que seu pequeno silêncio deu a entender que estava a pensar.
"Nunca vi muitas cores... Mas acho que... Branco, preto e verde. Branco porque, todas as vezes que vêem me checar, uma frestinha bem pequena de branco aparece, e, já ouvi algumas pessoas conversando sobre cores aí fora, e disseram que branco era a paz; Preto porque é a cor que eu vejo todo estante, a escuridão; E verde porque... É a cor da esperança, eu tenho esperança que algum dia eu vou sair daqui, assim como eu também tinha esperança de alguém aparecer, e você apareceu, Jimin." deu uma risadinha. "E a sua?"
"Azul. Pra mim ele representa a harmonia" e a partir dai nós fomos nos conhecendo melhor.
E assim conversamos por muitos dias. Conversávamos sem saber como era o rosto um do outro quando sorriam, riam, ou ficavam confusos, e eu continuava lhe alimentando todas as vezes que o "encontrava". O que Taehyung não sabia era que eu estava estava armando um plano de tirá-lo dali, e fugir para outro lugar com ele para ser-mos felizes sem precisar da infelicidade de ninguém.
Quando o plano já poderia ser posto em prática, eu esperei todos irem dormir e fui aos fundos da prefeitura, como sempre fazia, para encontrar Taehyung. Acho que me tornei dependente daquele menino que, mesmo ser o ver, consegue me deixar feliz, assim como consigo fazer-lo feliz também. Acho que estou apaixonado.
Ao chegar lá, retirei as tábuas da janela, que sempre recolocava pra não dar suspeitas de que havia passado por lá, abri a janela e coloquei um banco médio, mas que dava pra alcançar a janela, sentei-me na janela, pus a escada que trouxe comigo para dentro da sala e desci por ela para dentro.
"Taehyungie?" chamei-o e tentei procurá-lo pela "sala" que ficava, o que estava sendo difícil por ser escuro demais.
"Jiminnie?!" o ouvi atrás de mim. Virei-me e o encontrei em pé com as correntes presas ao seu pulso e seus tornozelos. "É você mesmo?" senti sua voz embargar, acho que iria chorar.
"Sim, sou eu, Jiminnie, mas não temos muito tempo. Eu vou te tirar daqui." disse indo até sua voz, e quando o encontrei, tateei seu corpo até chegar a sua corrente. Tirei a mini-lanterna do meu bolso do casaco, a acendi e a coloquei na boca, peguei um grampo e abri as algemas da corrente e o guiei com cuidado até a escada. "Suba com cuidado, Taehyungie, e me espere subir."
E assim fez, esperei que o mesmo subisse para subir também. Ele estava encantado com a visão de fora. Peguei sua mão e ele me olhou sorrindo. O sorriso que esperei tanto para ver.
"Vem, vou te levar para minha casa, te dar um banho e vamos cair fora dessa cidade."
Antes de ir, peguei as escadas e o banquinho com os dois braços, um em cada braço, fechei as janelas e coloquei as tábuas. Pedi para que Taehyung me seguisse, pois iríamos até minha casa.
Ao chegar lá, peguei uma muda de roupas minhas e dei a Taehyung, que ficou meio confuso e, por isso, acabei tendo que dar banho no mesmo (que se encantou por tudo) e ajudar a vestir sua roupa.
~*~
"Está pronto, TaeTae?" estávamos na entrada da cidade, prestes a sair. Eu podia ver o brilho nos olhos de Taehyung, ele seria feliz e livre, encontraríamos um lugar melhor que esse para viver. E seríamos felizes. Juntos.
"Estou, ChimChim." sorriu. Entrelacei nossos dedos, olhamos as estrelas que podiam ser vistas na escuridão da noite, e saímos daquele lugar.
"Eles vão em frente. Eles deixam Omelas. Eles andam adiante na escuridão, e eles não voltam. O lugar para onde vão é um lugar ainda menos imaginável para nós que a cidade da felicidade. Eu realmente não posso descrevê-lo. É possível que não exista. Mas eles parecem saber para onde estão indo, aqueles que se afastam de Omelas."
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T.O.W.W.A.F.O. ;one shot; vmin ver.
FanfictionPark Jimin liberta Kim Taehyung da sua escuridão em Omelas.