Difíceis as horas que precedem a aurora
De Poe a Sade, nem as leituras têm vez;
Não se sabe a hora, não há mais relógios...
Quem conta o tempo não vive nem chora.Ninguém vem me visitar
nem em sonhos nem em umbrais;
Ninguém para dizer palavra alguma...
nem mesmo "Nunca mais".De sonhos perdidos a falta que me faz
De pesadelos obtidos, os verdadeiros portais;
Não se sabe a hora, não há mais tempo...
Quem conta a vida, teme e logo vai embora.Ninguém veio me perguntar do que é feito meu leito
não é hora, nem de umbrais nem de portais;
Nem Dante contava o tempo...
no inferno ninguém vive nem chora.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Da madrugada
Short Story"Poema/Prosa" que escrevi numa madrugada, depois de passar meia hora olhando pra janela, sem conseguir dormir. Lembrei de Sade e de Edgar Allan Poe e juntei as palavras conforme elas foram surgindo...