Capítulo 13

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Uma enfermeira caminhava lentamente pela enfermaria, empurrando ema cadeira de rodas vazia. Ele teve um sobressalto ao escutar as portas de vaivém, a castanha caminhava depressa para onde o marido estava com a amiga.

- Onde você estava? -perguntou ele quando ela sentou-se ao seu lado.

- No banheiro -respondeu ela, sem ao menos conseguir olhar para ele.

- Mas já faz quase uma que hora que você saiu.

- Ah, Jorge, esse hospital é enorme e eu demorei um século para achar o banheiro - mentiu.

Conhecia o marido o suficiente para saber a dimensão do escândalo que ele faria se soubesse onde ela realmente havia ido.

- E você - disse voltando se para a amiga que estava em silencio até então - não quer para casa, tomar um banho, comer e dormir um pouco? - perguntou.

- Não.

- Mas Luna você tem que descansar, comer algo e dormir um pouco - a castanha insistiu.

- Não quero deixar o Felipe sozinho.

- Entendo, o Jorge pode ficar aqui com ele...

- Eu?!

- Sim, você Jorge - ela continuou - só até a mãe do Felipe chegar, e eu vou com a ela para a casa, e se caso ele saia da sala de cirurgia antes da mãe dele chegar, você me liga, ok? - seu marido assentiu, e ela voltou-se para a amiga - vamos?

- Espera, antes eu preciso ir ao banheiro - ela avisou antes de sair caminhando em passos lentos até virar no corredor.

- Assim que a mãe dele chegar eu vou embora para casa - disse ele para a esposa que revirou os olhos de maneira exagerada - o que? O idiota não presta atenção antes de atravessar a rua, e eu é quem tenho que ficar no hospital?

- Então eu queria te pedir desculpas por ter feito você  ficar no hospital, quando a idiota aqui não prestou atenção ao atravessar a rua - disse Silvia de forma irônica.

- Com você foi diferente,você é a minha mulher, e eu passaria uma vida inteira dentro de um hospital por você .

- Você sempre tentando parecer um sonho -disse ela enquanto passava seus dedos por entre os fios macios do cabelo dele.

- Eu sei disso - ele disse antes de beija-lá

(...)

 - Minha memória está voltando.

Silvia comentou assim que entrou no táxi junto a Luna, que não pareceu ter ouvido o que a amiga acabará de falar, ela estava estranhamente silenciosa desde que havia chegado ao hospital. A loira nunca havia sentido tanto medo, e agora o medo de poder perder o marido estava a invadindo, ambas foram o trajeto até a a casa de Luna em total silencio.

Quando chegaram a mansão de Luna -que era uma perfeita integração entre a natureza, beleza e requinte - a loira caminhou para o enorme jardim que havia ali, enquanto Silvia pagava o taxista.

- Eu sempre sonhei em ter um jardim na minha casa  - a loira começou a falar quando percebeu que a castanha se aproximava - um dia,quando voltei de uma viagem, lembro que era nosso aniversário de casamento, e o Felipe mandou fazer esse jardim em dois dias especialmente pra mim, os dois dias que eu passei viajando, dá pra acreditar? Antes isso aqui não era nada, absolutamente nada, e dois dias depois se transformou nessa coisa maravilhosa.

- É, ele é realmente maravilhoso - disse a castanha - com muitas flores.

- Para de mentir sua vaca, você sempre achou esse jardim horrível, até vomitou nas minhas gardenia.

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