Apaixonante

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Talvez não entenda nada por agora, e nem procure entender.

- Tem dinheiro aí, pai? - Grace e sua frase cotidiana.

- Espero que gaste com algo proveitoso. - Preocupado.

- Também espero. - Pega a mochila e sai, primeiro dia de faculdade.

É tão estranho como tudo pode parecer extremamente complicado, e sua complicação jamais conspira a favor, medo de rejeição é um dos piores buracos que um ser humano pode entrar, se importar com o que pensam sobre você. Ninguém é perfeito, por que exigem tanto?

Era tinta por toda parte, não imaginara chegar aqui.

- Ei, você é caloura? - Fred se aproxima.

- É, creio que sim, nem sei como vim parar aqui! - Sorriso sarcástico, ele apenas mexe os lábios.

- Entendo, vem, vamos tomar um café? Não dormi bem essa noite. - A toma pela mão.

- Problemas? - Ela tenta deslanchar.

- Não podemos escolher família, não é mesmo?

- Bom, eu só tenho o meu pai. - Diz ela deixando transparecer, havia tristeza ali.

- Se dá bem com ele? - Ele parece interessado.

- Sim, ele cuida bem de mim. - Ela sorri e olha para o chão, sempre. - Mas e você?

- Meu pai é fariseu. - Ele sorri.

- Que Jesus fale com ele, ninguém suporta. - Ela diz parecendo entender.

- Vai em alguma igreja?

- Nos cultos jovem, e no domingo, ás vezes. Não consigo ser amigável ao ponto de pertencer á algum grupo.

- Você já conseguiu ser bem amigável comigo, vamos ao culto qualquer dia. - Ele pega o copo de café.

- Está me convidando? - Ela procura entender.

- Não, afirmando.

- Como você é convencido, veterano. - Ela sorri.

Um sopro. - O vapor do café não fez bem ao seu óculos, cara. Eles sorriem.

- Grace? - Ele para por um segundo. - Acho que até agora, você foi a melhor coisa que me aconteceu esse ano.

- Calma, ainda nem me conhece ao certo. - Ela parece preocupada. - Você paga o café? Vou precisar do dinheiro que tenho aqui.

- Deixa comigo. Ele encara seus olhos. - O sinal! Vamos pra sala?

- Me deseje sorte.

- Boa sorte. - Ela se vira. - Ei!

- Oi Frederic!

- Qualquer problema, eu estou na sala ao lado, é só gritar. - Ela sorri. - Obrigada.

Apresentações, esclarecimento sobre as matérias do curso. Direito me parecia mais complicado.

- Como foi a aula? - Parecia que ele a esperava no corredor.

- Até que foi legal.

- Já vai pra casa?

- Acho que sim, ou não. Tchau Frederic. Fique com Deus. - Ela se vira, e parece ter pressa.

- EI GRACE! Espera! - Ele não entende, mas não quer que ela vá, não assim, estranha.

Ela continua a andar, e ele a perdeu de sua visão. Sentado na sargeta, com as mãos na cabeça. Esse era o medo de Grace, ele a queria por perto. Se levanta e decide andar pela cidade, em casa não estava nada fácil.

- GRACE?! - No banco de uma praça.

- Como me encontrou?

- Eu só estava dando uma volta, e vi você. Grace? Você bebeu? - Ele segura com as duas mãos o rosto dela, inevitável são ás lágrimas que escorrem seus dedos. - O que aconteceu? Me fala!

Seu rosto de encontra com o peito de Fred. Frederic respira fundo, ainda sem entender, eles ficam ali, até o choro cesar.

- Você tem um cheiro bom! - Ela sorri enquanto se recompõe.

- Idiota...- Ele sorri, enquanto a ajuda a tirar o cabelo molhado grudado ao rosto.

- Cara, tem alguma coisa estranha dentro de mim. Você está me fazendo bem, isso me assusta. - Ela olha nos olhos dele, mesmo o reflexo dos óculos e a praça escura não ajudando.

Frederic parece hipnotizado nos olhos dela. Mal percebe que está se aproximando. As repirações parecem cada vez mais próximas.

- Posso te dizer uma coisa? - Eles já estavam próximos á um quase beijo.

- Olha, pode, mas fica aqui pertinho, ok?

- É que cara... Eu estou com fome. - Ela parece falar sério, ele sorri, não podia acreditar. Beija sua testa.

- Vamos comer alguma coisa, menina.

Ela é linda até comendo um X-tudo, pensava Frederic, enquanto observava Grace se lambusar com ketchup.











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⏰ Última atualização: Mar 03, 2017 ⏰

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