Semicerro os olhos, percebendo duas pessoas no mesmo cômodo que o meu.
- É sempre assim, Alice! Ela tenta, tenta e tenta mas nunca volta com... -Um homem com aproximadamente 25 anos, que antes andava de um lado para o outro do quarto, me encarava. - Pode parar de fingir, Jey. Sabemos que você está acordada.
Abro os olhos totalmente, vendo os dois mais nitidamente; "Alice" era uma jovem com aparentemente 20 anos e tinha os olhos escuros que brilhavam ao me ver, seus cabelos azuis estavam baguçandos no seu rosto e um sorriso reconfortante se formava em minha direção.
- Quem são vocês? E onde estou? -Lanço um olhar mortal para o cara, os cabelos castanhos claros mal cortados invadiam sua face que estava com uma expressão de raiva e preocupação ao mesmo tempo.
- Eu não disse?! - Escuto a voz masculina novamente.
- Se acalme, Will. - Alice finalmente se pronunciou. - Já resolvemos isso uma vez e podemos resolver agora.
- Uma vez?! U-m-a vez, Alice? Estamos aqui a 5 meses! Cada mês era uma tentativa diferente e no mínimo uma pessoa que morria!
- Eu sei, eu sei. Mas ela e a Halsey são as únicas que conseguem passar.
Eles me olham ao mesmo tempo.
- Agora só ela.
Minha cabeça girava e não sabia oque pensar naquela hora. Era óbvio que eles me conheciam, mas eu não conseguia me lembrar de nada, pra mim.... Essa era a pior tortura do mundo.
- Olha, Jey, não podemos te contar nada. - Escuto a voz suave e feminina. - Porque se contarmos, todos vamos morrer, e, sinceramente, acho que ninguém aqui quer isso.
- Se Winow estivesse aqui... - Aquele nome me era familiar, de algum modo.
- Winow? - Ao terminar minha pergunta escuto o mesmo zumbido vindo de lá de fora, era um som inconfundível.
- Os Sanions voltaram. - Will diz com uma voz firme e me olha. - Finja que está dormindo. Agora!
Não sabia oque estava acontecendo mas apenas deitei novamente, virei-me para o lado da parede e fechei os olhos. A medida que os minutos passavam eu só conseguia pensar em meu passado, bom... Apenas algumas lembranças me vinham a mente; Estava pedalando por um bairro que era, talvez, muito frequentado por mim. Tinha alguém ao meu lado, mas eu não conseguia virar o pescoço para olhar quem era.
'Certo... Tudo isso é um grande pesadelo e quando eu abrir os olhos vou acordar e estar na minha cama com uma família que me espera pra tomar café da manhã e nos divertirmos o dia inteiro.' Ainda tinha a esperança que aquilo não fosse real. Não podia ser. Depois de alguns minutos vejo que não tinha mais nenhum barulho ou zumbido e me acalmo. 'Que pesadelo louco ess...' meus pensamentos são interrompidos por Will, que dizia:
- Pronto, já foram. Esses robôzinhos são horríveis.
Abro os olhos, com pavor de aquilo ainda estar acontecendo.
- Jey? Ainda está aí? - Alice proferiu.
- Deve ter dormido. Agora sim, podemos conversar sobre tudo isso.
- Conversar? Você não conversa, Will, você briga. Você não pede, você manda. É sempre assim!
- O que eu mais quero agora é conversar. E você só fazem oque eu peço se quiserem. - A indignação em sua voz era clara. - E eu estou pouco me fodendo pra vocês! Se quiserem se ferrar ai, ferrem, mas. Não. Me. Levem. Junto.
- Ok, Will, se você diz. - Ela respira fundo, realmente estava cansada de tudo isso. - Falaremos disso amanhã, ela pode estar fingindo para escutar tudo sobre esse local, não podemos nos arriscar.
Ao ouvir ela dizer isso tive um frio da espinha e fechei bem os olhos, tentando dormir, mas sem êxito.
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A próxima porta
RandomUm grupo de, 16, pessoas, aparentemente sem nada em comum, foram selecionadas para melhorarem suas vidas, eles descobrem que na verdade tudo não passava de uma enganação.