Capítulo 3 - Shhh
Antes que eu pudesse me virar, uma menina de vestido branco manchado de sangue, cabelos negros desgrenhados e pele azulada apareceu na minha frente. A criança esticou o dedo indicador e levou a mão à boca em sinal de silêncio. Eu estava em estado de pânico. Não conseguia me mexer, muito menos correr. Ela abaixou a mão lentamente enquanto fazia o movimento de "não" com a cabeça. Eu abri a boca para gritar, mas nenhum som saía, apenas uma grande quantidade de ar. Minha visão ficou turva, eu estava tonta e fraca. Ela inclinou a cabeça, o ar em volta de nós ficou negro, uma fumaça escura começava a sair de sua boca. A garotinha caminhou lentamente até mim. Eu estava prendendo a respiração sem perceber. Ela esticou docemente a mão dela na direção da minha. Quando nossas mãos estavam a um fio de se tocarem, um estrondo seguido de gritos dentro da casa me despertou, fazendo-me olhar para a porta fechada.
Quando eu me virei de volta, a menina havia desaparecido. Não havia poeira onde ela estava. Nenhum sinal de que alguém tivesse estado ali algum dia. Nada.
Corri na direção da porta. Eu a socava, gritava, chutava, tentava arrombá-la, mas, nada. Todas as tentativas de entrar lá foram em vão. Me afastei da casa e olhei para cima, na esperança de haver alguma janela destrancada pela qual eu pudesse entrar naquele lugar. Havia.
Não pensei duas vezes e subi no muro de pedra que dividia as casas. Com a mão direita, me estiquei o máximo possível para alcançar o parapeito. Minha mão escorregou e eu quase caí, mas consegui me apoiar na janela debaixo. Dei um impulso e consegui subir na janela destrancada, por onde entrei.
Meus pés causaram um barulho alto quando eu pulei para dentro de um dos quartos.
- Josh? Josh? Caíque? - Eu chamava repetidamente, sem obter respostas.
De repente, um grito.
Caíque.
Corri quarto afora completamente afobada querendo encontrá-lo e torcendo para que estivesse bem.
- Caíque! Onde você está? Onde você está?
- Ahhh!
Tentava me focar em sua voz para saber de onde estava vindo.
Um silêncio melancólico tomou conta da sala. Um barulho abafado saiu debaixo da escada.
Caminhei cautelosamente até a portinhola e a abri apavorada.
Estava muito escuro. Conseguia ver apenas dois olhos azuis que me encaravam arregalados.
Uma mão saiu da escuridão e agarrou minha perna. Eu esperneei, me remexi e gritei até que outra mão saiu e tampou-me a boca.
Oh, não.
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Esther
HorrorCaíque, Taylor e Joshua resolvem passar as férias numa casa de campo alugada. Ao chegarem na pequena cidade, ficam encantados com a beleza natural. Árvores, flores, grama verde e céu azul. O que mais eles poderiam querer? Bem, não morrer.