P.O.V Santana
Eu estava começando mais um dia de trabalho. A mesma rotina de sempre, acordar cedo para ir dar aula no colégio McKinley, voltar para casa às 17:00, cuidar dos meus filhos, resolver coisas do trabalho, jantar e ir dormir para recomeçar tudo na manhã seguinte. Nos fins de semana eu resolvia mais coisas relacionadas ao trabalho ou ficava em casa fazendo vários nadas. Bem monótono, mas eu amava a minha profissão, nunca neguei isso, e por esse motivo, acabava relevando aqueles adolescentes que conseguiam me tirar do sério as vezes. Eu não era a professora fechada que só chegava na sala e jogava o conteúdo em cima deles. Eu era meio termo, afinal eu não queria que os alunos morressem de tédio nas minhas aulas mas também não queria bagunça na hora da explicação. Já fui estudante e sei o quão chato uma matéria pode ser, então sempre procurava uma forma bacana de explicar o conteúdo e dava certo. Era raro alguém ficar de recuperação em História.
Eu era casada e tinha dois filhos, Henry e
Enzo, com Finn. Não amava meu marido. Não mais. Isso até ele sabia. Quando me casei, pensei que tudo iria ser uma maravilha (erro meu), nosso namoro foi bom, ele era um cara bacana, me tratava bem e sempre se preocupava comigo. Não sei o que aconteceu mas depois do casamento, Finn se tornou um homem revoltado e agressivo. Ele sempre arranjava um jeito de ter uma briga, o motivo poderia ser o mais banal, mas ele estava sempre querendo discutir. Eu suportava até, era só deixá-lo falando sozinho. Porém, ele começou a ir além.Duas semanas atrás ele chegou em casa bêbado, gritando e querendo confusão, era tarde da noite e os meninos já estavam dormindo, fiquei com raiva e começamos mais uma de nossas discussões. Eu estava cansada de tudo aquilo, não aguentava mais aquela situação, então pedi o divórcio. Ele ficou enfurecido e partiu pra cima de mim, me agredindo. Naquele momento eu vi que precisa pôr um fim definitivo naquilo que eu chamava de relacionamento. Rapidamente mandei ele sair de casa e arranjar outro lugar para ficar, ali ele não permaneceria nem mais um minuto. Não queria mais vê-lo, de forma alguma. Dei entrada com os papéis do divórcio, mas ele não quer aceitar isso. O que é bem ridículo, ele perdeu o direito de querer alguma coisa no momento em que levantou a mão para mim. Quero viver só com meus filhos. Chega de relacionamentos.
Cheguei na escola e fui para a sala dos professores e fiquei conversando com Rachel. Uma baixinha que não calava a boca um instante e conseguia ser bem irritante a maioria do tempo mas eu me acostumei com o seu jeito e nos tornamos bem amigas. Ela era professora do coral e foi a primeira pessoa que falou comigo quando eu cheguei no McKinley. Consegui esse cargo no ano passado, a antiga professora de História pediu demissão pois segundo ela, não queria ter um ataque do coração antes dos 50 com as turmas. Até concordo, os alunos daquela escola eram uns bagunceiros mas aconteceu o típico quando eu entrei na sala. Perceberam que a professora era bonita e rapidamente prestaram atenção. Mas com o tempo eles começaram a participar e gostar mesmo da aula, não só por minha causa, mas por estarem se interessando na matéria e aquilo me deixava feliz.
O tempo passou e eu logo estava entrando na sala. A conversa era alta e grande, como sempre, achava muito sem lógica ver um aluno do fundo querendo conversar com o que tava na frente. Adolescentes. Organizei minhas coisas em cima da mesa e pedi silêncio, iniciando o conteúdo. Uns minutos depois, meu olhar caiu em cima de Brittany. Uma das minhas alunas favoritas, ela era bem participativa quando eu cheguei mas começou a cair, de repente. Sempre parecia tá com a cabeça em outro canto. E naquela vez não era diferente. Ela parecia estar em outra dimensão. Até que era fofa a carinha que ela fazia quando estava aérea.
Mas que droga, por que eu estava reparando nisso?
Faltava 30 minutos pra aula acabar e meus olhos percorreram a sala até encontrar a loira na carteira ainda pensando em sabe-se lá o que. Cheguei perto e a chamei, perguntando se estava prestando atenção na aula, ela olhou para mim e respondeu que sim.
Tá, confesso que perdi o fôlego por uns segundos. Eu nunca tinha parado para admirar seus olhos, principalmente estando tão perto. O azul deles me deixaram fora de órbita, era como se eles enxergassem minha alma e eu acabei encarando tempo demais.
Mas logo tratei de espantar esses pensamentos e fazer perguntas sobre o conteúdo para ela que não soube responder. O que eu achei um absurdo. Brittany sempre foi uma das minhas melhores alunas, ela sempre tirava as notas mais altas da sala e de repente despenca desse jeito, do nada. Ela olhava pra mim a aula inteira mas se notava que ela não prestava atenção no conteúdo e ficava dispersa de tudo e todos a sua volta. Logo ela, que sempre foi tão focada. Fiquei um pouco preocupada e pedi para termos uma conversa no final da aula.Quem sabe essa conversa renderia em alguma coisa positiva?
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The Teacher
Fanfiction"Tantas pessoas para amar no mundo, ou até mesmo se sentir atraída, e eu vou me apaixonar logo por quem? Pela minha professora. Que delícia." - Brittany S. Pierce