Um Convite Inesperado

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Esta tarde está belíssima! De fora da guilda, posso observar o pôr do Sol, a brisa do verão em meu rosto deixa uma sensação de calmaria. Um canteiro de flores se encheu de cor recentemente, mas nunca havia parado para admirar. São lindas! Brancas, vermelhas, azuis, verdes, uma variedade enorme de cores e cheiros invadem minha alma, mas uma delas me chama atenção, ainda mais do que as outras. Uma rosa branca! Pego-a em minhas mãos, sentindo seu perfume. É tão linda!

– Gosta delas? – Sou surpreendida por uma jovem de cabelos curtos e brancos, que me olha carinhosamente.

– Lisanna! – Coloco a mão na testa, com o objetivo de proteger meu rosto do Sol, ela parece perceber e se agacha ao meu lado.

– Gosto, são tão lindas, me lembram minha mãe. – Olha-me suavemente, enquanto eu cheiro a linda rosa branca. – E você, Lisanna?

– Gosto, elas também me lembram alguém.

– Quem? – pergunto.

– Minha irmã. Ela é forte, mas também sensível, além de ser perigosa. – Ela deixa transparecer uma risadinha. – Cuidado com os espinhos! – alerta.

– Ah, entendi. – Começamos a rir feito duas bobocas.

– Mas, Lucy, por que ela lembra sua mãe? – A garota pergunta, não conseguindo disfarçar sua curiosidade.

– Minha mãe era linda, não só por fora, mas também por dentro. Ela me ensinava tantas coisas, me fazia ver beleza onde eu apenas via ruína. Ela era incrível!

– Nossa, ela devia ser demais! Foi ela que te ensinou magia celestial?

– Foi, se não fosse por ela, talvez eu tratasse meus amigos como se fossem marionetes. Não, talvez eu nem fosse maga.

– Então ela, com certeza, era incrível, sua relação com seus espíritos é uma das coisas mais lindas que eu já vi.

Abri um sorriso sincero, e ficamos ali por mais alguns minutos, até que Bickslow aparece:

– Vamos, baby? – pergunta e estende a mão para Lisanna.

– Vamos. Foi bom conversar com você, Lucy. – diz enquanto aceita a ajuda de Bickslow e se levanta. Os dois se distanciam de mãos dadas.

Eles estão juntos? Fico perplexa!

Estou cansada, não vejo a hora de tomar um banho e cair no sono, mas antes tem algo que eu preciso resolver. Caminho até a estação e começo a checar os horários para Hargeon. Droga! O próximo é apenas daqui a dois dias, se perder esse, terei que esperar um mês. Sinto que se eu ficar mais tempo, me sentirei pior. Preciso encontrar minha amiga, me aguarde, Aquarius!

Compro uma passagem para daqui a dois dias, não posso pensar muito. Corro para casa e me jogo no sofá. Está feito, vou deixar a Fairy Tail. Me direciono até o banheiro, uma ducha deve ajudar a clarear as ideias. Enquanto a água escorre sobre mim eu fico pensando: "Como vou me despedir? Será que vão me entender? Ficarão tristes?" Então meu medo mais forte diz olá, o que eu mais temo que aconteça. Saio do chuveiro, me enrolando na toalha e dou uma olhada rápida no quarto. Não tem ninguém, ufa!

Retiro-a, jogando-a na cama. Coloco meu pijama mais novo: um short e uma blusa branca com bolinhas de cores variadas. Agora, meu cabelo! Não estou com paciência. Fico me encarando no espelho e aquela pergunta que me atormenta começa novamente a rondar minha mente: Será... que eles vão...

– Hey! Lucy! – Natsu e Happy entram pela minha janela. – Lucy, por que não disse nada? – Natsu pergunta sentando-se em minha cama.

– Não pise com sapatos na minha cama! – grito! – Como assim? O que eu não disse? – Droga! Será que descobriram?

– Você foi embora e não nos disse nada! – Happy responde.

– Ah, desculpe. Estava cansada. – Ufa! Estou ficando paranóica.

– Viemos aqui te fazer um convite! – Natsu se levanta e aponta para mim.

– Um convite?

– Aye! Nós queremos que você vá dormir em casa hoje! – Happy fica ao lado de Natsu e imita sua pose.

– Hã? Da onde veio isso?

– É um convite. – respondem.

– Eu sei, mas... Agora?

– E por que não? – Happy questiona.

– P-porque... Não sei.

– Vamos, Lucy, compramos ingredientes para você fazer uma torta! Vamos lá! – Natsu implora.

– Ah, esse era o objetivo. Posso ao menos desembaraçar meu cabelo?

– Eu faço isso. – Natsu pegou a escova e o creme da minha mão.

– O que está fazendo? – pergunto espantada.

– Para de reclamar e senta aí logo! – fala.

Faço bico, mas cedo. Me sento no chão de costas para Natsu, que, aliás, parece animado.
Com gentileza, passa creme em meus longos fios, massageando as raízes. Em seguida, começa a desembaraçar, devagar. Sinto que estou corando. Seus dedos fortes e protetores deslizam sobre meu cabelo. O que é isso? Natsu consegue ser gentil assim? Então ele quebra o silêncio:

– Seu cabelo cresceu. – fala baixo, ainda escovando-o.

– S-sim. Será que deveria cortá-lo? Hahaha – digo incrivelmente corada. Ele percebe. Bom, é quase impossível não perceber, mas não sabia que Natsu iria comentar sobre isso.

– Não, eu gosto dele longo. – responde.

Sou incapaz de me manifestar, me deixa sem palavras.
Ele gosta do meu cabelo comprido!

Pensei que não reparasse em mim. Minha autoestima pula de cem para duzentos por cento.

– V-valeu. A-acho que posso manter assim. – digo tentando soar menos afetada por sua opinião.

– Terminei. Sempre quis fazer isso! – Solta meu cabelo com uma expressão de satisfação em seu rosto. – E então, vamos?

– Vamos – respondo.

Coloco um sobretudo preto, para não pegar um resfriado, afinal, acabei de sair do banho, e me direciono ao lado de Natsu e Happy até à casa deles. Espero que não esteja completamente desarrumada!

Paramos em frente à porta e eu os observo abri-la com a felicidade estampada em seus olhos. Então tudo volta à minha mente. Eu vou embora, os deixarei. Não posso ficar pensando nisso agora, tenho que ficar feliz com esse convite inesperado.


Foi isso, pessoas! Espero que tenham gostado! Até o próximo!

A PromessaOnde histórias criam vida. Descubra agora