Pov* Constança
Mais um tipico domingo em que a rotina nunca muda, em que o horario se repete, por mais 5 minutos que eu fique na cama. O Despertador tocou pela segunda vez consequencia, portanto ou levanto-me, ou vem me levantar. Molengona sai da cama, e fui tomar um bom banho de espuma, seguindo a rotina de vestir a tipica roupa branca, pentear o cabelo num rabo de cavalo, sapatos de vela e a basica sombra de sempre. Desci a escadaria de casa, e entrei na Cozinha, onde como sempre estava a minha mãe e o sorriso dela que preenche qualquer sala onde esta se encontra, com o seu cabelo ruivo a cair-lhe sobre os ombros, e os seus belos olhos verdes, sempre brilhantes quer esteja contente ou triste. Ela andava aaterafada com a unica coisa a que o meu pai a deixa dedicar-se, ela própria.
Dei-lhe um suave beijo na sua face e sentei-me perto da Catarina, a minha irma mais nova, que se vestia da mesma forma de todos os domingos, roupa rosa clara e o seu cabeelo trançado e com os seus toques de loira e morena, o sorriso dela abriu quando me sentei, mas os olhos não brilharam, aqueles olhos castanhos majestosos. O meuj Pai entrou e sentou-se reclamando sempre do mesmo, da Dona Carolina não fazer nada de jeito segundo ele. O problema é que ele não a deixa ser livre, não a deixa amar aquilo que gosta nem viver naquilo que ele não considera vida.
Por vezes adoro o silencioso nesta mesa em todas as refeições que somos obrigados a estar juntos, é sinal que o Senhor Pedro não está chateado com o que andamos a fazer a não ser que esteja a preparar-se para nos dar um sermão e bom castigo, e nisto a Dona Carolina está incluida, somos as crianças dele, ou então os robos, como lhe quiserem chamar.
Levantamos nos todos e recebi a ordem imediata de ir para o carro com Catarina, ficando assim ele para trás mais a minha mãe, sabia que algo estaria errado, e que iria massacrar mais um pouco a maravilhosa mulher que tem, e nem dá por isso.
Entramos no carro, sem mal dirigirmos uma palavra uma a outra, e decidi perguntar o que se passava, Catarina é a miuda mais imperativa e faladora que alguma vez conheci, pronto esta tinha de saber o que se passava.-"O Pedro descobriu o que Mãe andava a planear" - Ela falou baixo e com a voz num tom de assutado. Sim é estranho, mas não o tratamos como pai entre nós as duas.
-"Das joias?"- virei Catarina contra mim, e comecei a colocar um laço branco que andava ali perdido, no fim da trança dela.
-"Sim"Pois, a minha mãe sendo uma pessoa desocupada enquanto a vida profissional, tem um hobbie que adora, ela desenha joias, e acaba por criar as que acha mais bonitas, têm um talento magnifico e admiravel ao olhos de todos, menos dele. Mas a verdade é que valorizaram isso, pois ao uns meses atrás, 3 ou 4 meses, houve no meu colégio uma festa de gala e levei um dos seus melhores colares em azul perola quee se destacou, e muitos se interessaram por ele. Como consequencia, um dos maridos da mãe de uma amiga minha têm uma joelharia, e interessou se no seu trabalho, andam a planear a sua estrategia mas ela não conseguiu esconder isso do meu pai enquanto não teve sucesso.
-"E o que aconteceu Cat?" - Virei a devagar depois de colocar o laço. Agora está de frente para mim
-"Agarrou firme no braço da mãe e disse que iam conversar quando eu não estivesse presente" - Os seus olhos estavam cheios de lagrimas.Um arrepio percorreu o meu corpo, ele vai bater lhe se ela responder. Abracei a Catarina, prometi que ia ficar tudo bem em breve, beijei a sua testa e pedi-lhe porfavor que ficasse no carro que eu voltava em breve.
Sai do carro e preparei-me, não fisicamente porque ele nunca me tocou, mas psicologicamente. Pecorri a garagem e voltei a entrar em casa, ouvindo assim gritos da parte dela e de seguida um grande silencio. Entrei na sala, e ele estava por cima dela, não me parecia bater com grande violencia, mas parecia o pai a tentar fazer alguem ver o que ele acha correto. Suspirei e este parou, saindo de cima dela.-"Eu fui bem claro quando te mandei ficar no carro Constança Andrade!"- Ergueu-se em minha direção.
-"Voces estavam demorados e fiquei preocupada com a mãe"- Berrei de volta para ele. Sempre fui a menina que todos pensam que sou calma e obdiente, mas não sou a cadela de ninguém, para mais de um homem que não respeita nada nem ninguém para além do seu ego. A sua mão levantou, mas logo a baixou e se dirigiu no sentido contrário
-"É isto que voces sao, todas iguais, sem respeito por quem vos ama e vos dá tudo." - Agarrou no seu cabelo ruivo e fez a olhar para mim.
-" Teddy está a aleijar-me"
-" Porfavor pare, peço desculpa. Eu só acho que a mãe devia ter direito a poder fazer algo, porfavor de-lhe um oportunidade" - Os meus olhos encheram de lagrimas e ele largou-a dizendo apenas um "vamos embora" rancoroso e chateado.Perguntei baixinho a minha mãe se estava bem, ela de todas me mandou calar bem baixo pedindo porfavor. Ela têm medo dele. Ela pensa que errou. Ela vive sobre o que ele quer, e ambas cedemos para nos protegermos umas as outras. Todas fomos em silencio até a missa, como sempre.
Encontramos nos com alguns amigos dele, e ambos os meus avós. E assistimos mais a uma missa, e seguimos para a casa dos Silva, o tipico almoço dos domingos onde se juntavam todos os seus colegas do hospital.
Têm todos a imagem de que somos a familia base, o exemplo a seguir, os mais felizes, resumindo tudo o que não conseguimos ser.
Catarina e uma das suas amigas estão entretidas no escorrega, eu estou aqui a vigiar porque elas não podem fazer nada contra as regras que nos são impostas. E eles estão todos a beber e a minha mãe esta no meio de todas as mulheres que so falam de novas modas e coisas do genero que mal interressam a alguém.Abri a minha maior perdição, um livro, neste momento estou a ler "Deixa-me ficar", a continuação do "E se eu ficar?", sou louca por o meu tempo e dedico a poucas coisas que poucos jovens gostam de fazer, partilho poucas coisas em comum com todas as minhas supostas amigas, exeto a dança pouco mais temos em comum. A maior parte é futil e gosta de viver num mundo que todos nós sabemos que não existe, simplesmente são miudas de 17 anos iludidas com o mundo de todos os filmes que nos são mostrados com 7 ou 8 anos. Pensam em rapazes, e o mundo encantado. Rapazes com dinheiro, que as possam sustentar no seu mundo encantado, ou seja, pelo seculo 21 e a mentalidade não mudou. Não se querem tornarem independentes porque tem a ideia que depender de alguém é muito bom e obrigatorio numa mulher.
O tempo passa a voar quando estou neste meu mundo, o único que realmente me absorve para fora do verdadeiro mundo. Acabei o livro, e voltei a focar-me na Cat que tenta sempre seguir todas as regras e passas que o Senhor Dotor impoe porque têm medo das verdadeiras consequencias que se podem dar. Não a sensuro, se eu podesse eu tentaria ser a menina certa que eles na verdade pensam que sou.
Acabei por me chegar perto delas e juntar-me a pequena brincadeira delas na grande caixa de areia que ali estava presente. A verdade é que acabei um pouco cheia de areia a mais e com alguns olhares rudes do Senhor Pedro, o que me fez separar delas e ir limpar-me a casa de banho, acabando de seguida de me sentar e desejar para que os próximos minutos passasem rapido. Estou cansada de aqui estar e tenho a mala para acabar de fazer. Sim Mala, pois o DR. Pedro decidiu que este ano letivo, tanto eu como a cat entrariamos num colégio a mais ou menos 80 km de casa, onde só poderiamos vir a casa ao fim de semana, exeto se houvesse castigos ou outra coisa qualquer que nos impedisse. Mas por um lado é bom, longe de casa e de todos os pequenos stresses, que são bem grandes mas desvalorizados. O colégio é misto, o que tambem é uma novidade, pois até a data de hoje nunca partilhamos um colégio com rapazes. Acho que o maior motivo de ele nos por lá é um ano muito atarefado na sua carreira que não vai passar muito tempo em casa, e acha que a minha mãe, a melhor do mundo, não consegue orirentar-nos, pensa que assim tudo é mais controlado e orientado. Sempre como ele quer. Apesar de ele usar como desculpa o facto de a Beatriz Andrade, a sua sobrinha favorita que nem é sobrinha ter ido para esse colégio o ano passado e ter entrado nos eixos.Finalmente a hora se fez, e todos nós fomos embora, mal podia esperar por este momento. Verifiquei as coisas básicas, e nisto não coloco a roupa, pois temos fardas obrigatorias. Coloquei tudo no canto do quarto, abalavamos pouco mais depois das 18 da tarde, parando no caminho para comer no restaurante de seus pais, e chegando aassim antes das 22h ao colégio, hora de recolher obrigatório. Tendo como margem cerca de 25 minutos.
A viagem não foi puxada, nem cansativa, simplesmente pareceram 20 minutos, sendo 4 horas. Nós já conheciamos o colégio e já tinhamos algumas coisas cá e organizadas por o Senhor Pedro e da maneira que ele gosta. Foi uma breve despedida, onde deixamos cat no dormitório Y do lado das raparigas, pois esta tinha de partilhar o seu quarto com mais 2 meninas da sua idade. Percorri o corredor, até ao dormitório C. Despedi-me de ambos os meus pais e rapidamente entrei.
Uma jovem de cabelo preto a cair pelos seus ombros, olhos verdes quais azuis estava sentada na cama. Rasgou-me um sorriso e apresentou-se como "Rita".. POuco falamos, mas do que falamos parecia alguém culto, mas um pouco saida da casca e extrovetida. Ageitei tudo ao máximo que pude, e rapidamente me despachei para ir para a cama. Pouco depois das 22h, ouvia-se portas a serem abertas, fechadas e trancadas. Ele tinha me posto numa autentica prisão.
Assim que a porta abriu, tanto eu como Rita fingimos dormir, a porta voltou a ser fechada e trancada. Ao fim de ouvirmos todas as portas fechar nesta ala, as luzes apagaram.
Fechei os olhos.. E adormeci
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Blessed
Teen Fiction"Nem todas as boas meninas, são apenas o rótulo de menina que lhe dão"